Embrapa lança duas variedades de mandioca de uso industrial para o Centro-Sul
Embrapa lança duas variedades de mandioca de uso industrial para o Centro-Sul
Duas variedades de mandioca de uso industrial para o Centro-Sul do País vão ser lançadas na manhã do dia 2 de julho, em Naviraí (MS), durante o 5º Dia de Campo da Mandioca promovido pela Cooperativa Agrícola Sul-Mato-Grossense (Copasul). O evento reúne, anualmente, cerca de 400 produtores para apresentar novas tecnologias em termos de técnicas de cultivo, variedades de plantas e equipamentos, visando aumentar a produtividade e a eficiência da produção de mandioca.
A apresentação das variedades BRS Boitatá e BRS Ocauçu vai ficar por conta dos pesquisadores da Embrapa Mandioca e Fruticultura (BA) Rudiney Ringenberg e Marco Antonio Rangel, que estiveram à frente do trabalho de validação das cultivares na região Centro-Sul. Participam ainda os pesquisadores Carlos Estevão Cardoso, representando a chefia-geral, e Vanderlei Santos, responsável pelo programa de melhoramento genético de mandioca do centro de pesquisa à época da seleção das variedades, e o engenheiro-agrônomo Helton Fleck da Silveira, analista de transferência de tecnologia.
Além dos lançamentos, o evento vai ter duas palestras. De 9h às 10h, a conjuntura de mercado para mandioca e derivados vai ser abordada pelo pesquisador Fábio Isaías Felipe, do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq/USP). Em seguida, o agricultor Laercio Della Vechia vai falar sobre os princípios de uma agricultura sustentável.
Características
As duas variedades são altamente produtivas, têm elevado teor de amido e resistência a doenças comuns na região como bacteriose, superalongamento e antracnose, o que reduz a necessidade de agroquímicos.
As raízes da BRS Boitatá têm película clara, que permitem sua utilização tanto na produção de amido quanto de farinha, ampliando seu potencial de mercado e beneficiando toda a cadeia produtiva. A variedade é adequada tanto para colheitas precoces quanto tardias, atendendo às necessidades das fecularias que requerem matéria-prima durante todo o ano. Também tem boa produção de material propagativo.
Já a BRS Ocauçu favorece uma rápida cobertura do solo e possui porte adequado para plantio mecanizado, o que facilita seu cultivo em larga escala. É adaptada a solos de baixa fertilidade, pode ser utilizada em colheitas precoces quanto tardias e tem boa produção de material propagativo. Também possui teor de matéria seca elevado e estável, duas características desejáveis na produção de amido (principal componente da matéria seca) e na de farinha.
Validação
Os dois clones originaram-se de cruzamentos realizados na Embrapa Mandioca e Fruticultura, em Cruz das Almas (BA). As plantas resultantes das sementes oriundas desses cruzamentos foram enviadas à Embrapa Agropecuária Oeste (MS). Em seguida, os materiais selecionados foram avaliados em vários ensaios em rede, nos quais se destacaram os clones 2010 55-04 (BRS Ocauçu) e 2010 56-18 (BRS Boitatá), ambos registrados em 2022 e recomendados para o estado de São Paulo. Em 2024, as duas variedades foram registradas para cultivo nos estados do Mato Grosso do Sul e Paraná.
Os materiais foram testados e aprovados pelas indústrias mais exigentes, tanto de fécula quanto de farinha, do Centro-Sul. "São produtores que nos dão um feedback de alta qualidade. O comportamento dos materiais está muito estável em termos de produtividade e de produção de amido por hectare, por exemplo", explica Rangel, que hoje atua no Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
O engenheiro-agrônomo da Copasul Cleiton Zebalho conta que recebeu o primeiro lote das duas cultivares em 2022 para experimentação. Com cerca de três anos de multiplicação das variedades em área de cooperado, ele destaca como principal aspecto o fato de serem cultivares para dois ciclos: "Hoje temos dificuldade de material com potencial produtivo para dois ciclos. Torna-se uma alternativa para os nossos produtores terem uma diversificação de cultivares." A Copasul é, por enquanto, a fornecedora de material de plantio. Ao longo do segundo semestre, novos parceiros serão incorporados ao rol de fornecedores.
Léa Cunha (DRT-BA 1633)
Embrapa Mandioca e Fruticultura
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