A Embrapa Alimentos e Territórios está apoiando a implementação da Estratégia Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional nas Cidades (Alimenta Cidades). A primeira oficina presencial do programa, em Maceió, realizada nos dias 24 e 25 de abril, reuniu representantes dos conselhos de segurança alimentar e nutricional municipal e estadual, técnicas do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), Instituto Comida do Amanhã, Sesc e diversas secretarias municipais com ações alinhadas à agenda de alimentação urbana. Instituída em dezembro de 2023 via Decreto presidencial, o programa prioriza 60 cidades para receber apoio técnico e institucional pelo Governo Federal no primeiro ciclo de implementação (2024-2026). “Estamos colaborando com o MDS desde a fase de construção desta política pública a partir dos achados do projeto Cidades e Alimentação. Nesta fase de implementação, a primeira oficina presencial em Maceió possibilitou debatermos com atores diversos quais ações devem ser priorizadas para a cidade ter ambientes alimentares mais saudáveis, e isso passa por questões desde o fortalecimento da agricultura urbana e periurbana até o ordenamento de feiras e mercados públicos e redução do desperdício de alimentos”, comenta Gustavo Porpino, da equipe de PD&I da Embrapa Alimentos e Territórios. Maceió possui 957.916 habitantes, conforme dados do IBGE de 2022, e deste total 449.660 são pessoas em situação de pobreza ou de baixa renda. Segundo dados de 2024 do Ministério da Saúde, 57,7% da população maceioense está com excesso de peso e outros 21,2% são obesos. Para as técnicas do MDS, diante do cenário local de desigualdade social e problemas de saúde derivados da alimentação inadequada, a agenda de alimentação urbana é estratégica para garantir o direito humano à alimentação adequada para a população maceioense. Cada cidade fez um diagnóstico situacional com as principais ações existentes para cada um dos oito eixos da estratégia. Entre eles estão a oferta e disponibilidade de alimentos saudáveis nos equipamentos públicos e sociais de segurança alimentar e nutricional, a produção de alimentos saudáveis e sustentáveis nas cidades e em seu entorno, e a redução das perdas e dos desperdícios de alimentos. Durante a oficina, os participantes revisaram o diagnóstico e indicaram prioridades para a chamada “rota de implementação” da estratégia. Para Kelliane Fuscaldi, coordenadora de agricultura urbana e periurbana do MDS, a estratégia dá oportunidade para cada cidade, a partir do olhar de gestores e especialistas locais, direcionar quais são as prioridades e indicar também as principais fragilidades e fortalezas alinhadas à agenda de alimentação urbana. “A presença da Embrapa Alimentos e Territórios, em Maceió, é um fator positivo para o fortalecimento de políticas públicas para o ambiente alimentar urbano”, enfatiza. Dentre as ações a serem planejadas está um processo formativo em agricultura urbana e periurbana para a prefeitura de Maceió e outras gestões municipais de Alagoas, a ser realizado em 2026. De acordo com os participantes da oficina, a temática de agricultura urbana e periurbana é prioritária para amenizar o problema do abastecimento de alimentos in natura vindos majoritariamente de outros estados, o que resulta em preços mais elevados para frutas e hortaliças em Maceió quando comparados a outras capitais nordestinas e baixa disponibilidade de hortaliças orgânicas no varejo local. Na visão da subsecretária de segurança alimentar e nutricional de Maceió, Jane Mary, a partir da adesão ao Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sisan), em 2024, Maceió tem se estruturado mais para fortalecer políticas alimentares. “A Caisan e o Consea foram criados no âmbito da prefeitura e o próximo passo é elaborarmos o plano municipal de segurança alimentar e nutricional. A chegada de novos atores, como a Embrapa, fortalece nossa capacidade de implementarmos ações nos eixos prioritários da Estratégia Alimenta Cidades”, salienta.