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    Como plantar tomate de mesa

Doenças fúngicas Doenças fúngicas

Os fungos são micro-organismos causadores do maior numero de doenças de plantas. São os grandes vilões da tomaticultura. Cerca de 15% dos custos de produção de tomate são atribuídos ao uso de fungicidas no combate a doenças causadas por este grupo de patógenos.

Os fungos podem ser identificados pelo tipo de sintomas que produzem, pelas suas estruturas vegetativas e reprodutivas ou com o emprego de técnicas sorológicas e moleculares.

O controle de doenças fúngicas requer principalmente medidas preventivas, que vão desde a escolha da área a ser cultivada até a operações pós-colheita.

Para o controle químico de doenças há um grande número de produtos disponíveis no mercado e de acordo com o fabricante, citam-se:

Princípio ativo Doença 
Clorotalonil Mancha de Alternária e Requeima
Estrobirulina Mancha de Alternária e Septoriose
Captana Requeima
Cimoxanil + mancozeb Requeima
Tiofanato-metílico Mofo cinzento, Mancha de 
Cladosporum, Podridão de Sclerotinia, Septoriose
Procimidona  Mancha de Alternária e Podridão de sclerotinia
Difenoconazol  Mancha de Alternária e Septoriose
 

Fonte: AGROFIT - MAPA

Principais doenças Principais doenças

A mancha-de-estenfílio pode ser bastante destrutiva, mas a sua importância tem diminuido com o plantio de variedades resistentes e com aplicação periódica de fungicidas para o controle de diversas doenças foliares em cultivos convencionais.

Temperaturas entre 24°C e 27°C favorecem a doença. A presença de água abundante proveniente de chuva, irrigação ou nevoeiro é necessária para germinação dos esporos que caem sobre as folhas do tomateiro, dando início a doença.

De maneira geral, mudas infectadas são a causa do início das epidemias em plantios comerciais.

A doença ataca mais intensamente as folhas novas de plantas adultas. É caracterizada pela presença de manchas pequenas, escuras e angulares nas folhas, algumas apresentando rachaduras no centro das lesões. É comum as lesões romperem, deixando as folhs perfuradas. O ataque severo provoca intensa queima das folhas, mas os frutos não apresentam sintomas.

Plantas com deficiência nutricional são mais vulneráveis. O patógieno é transmitido pela semente. 

O controle mais efetivo é o uso de cultivares resistentes. Para cultivares suscetíveis, o controle químico com fungicidas registrados, os mesmos usados para pinta-preta, é bastante eficiente quando aplicado preventivamente.

Também conhecida como mela, damping-off e tombamento. Vários fungos habitantes de solo ou aderidos à semente podem causar o tombamento das mudas.  

Esta doença é mais afetada pela umidade do que pela temperatura. Irrigação excessiva ou chuva no final do ciclo da cultura provocam alta umidade do ambiente debaixo das plantas, facilitando a infecção dos frutos e outros órgãos em contato com o solo.

Ocorre na fase da floração, formação e maturação dos frutos, quando é maior a cobertura foliar. Caracteriza-se por uma lesão amarronzada na base de plantas jovens, provocando seu tombamento e morte.

As folhas e hastes infectadas apresentam podridão mole ou aquosa (mela), principalmente nas partes que ficam em contato direto com o solo. Frutos em contato com o solo desenvolvem um apodrecimento firme, de cor marrom-claro, que fica recoberto com partículas de solo e micélio esbraquiçado do fungo (Figura 1).



Figura 1. Podridão dos frutos com superficie em contato com o solo
Foto: Carlos A. Lopes

O ataque é mais severo em lavouras com alta densidade de plantas, conduzidas em soos orgânicos, argilosos ou compactados e onde há acúmulo de água na superfície do solo. Lavouras com plantio direto e em áreas onde os restos da cultura anterior não foram bem incorporados ou decompostos favorecem a incidência da doença. 

Na produção de mudas em bandejas, com substrato esterilizado, a doença somente ocorrerá nessa fase se o manejo for inadequado, principalmente por irrigação excessiva ou com água contaminada. 

O excesso de água na sementeira também favorece o aparecimento da doença. O controle mais utilizado é o tratamento das sementes com fungicida.

Os sintomas dessa doença aparecem na fase reprodutiva do tomateiro, durante a floração e formação de frutos. A doença é observada em reboleiras identificada pela secagem prematura e localizada de várias plantas.

O fungo causa uma "mela" das folhas e das hastes em contato com o solo. Com o amadurecimento da planta, o caule e as hastes infectadas apresentam podridão-seca, cor de palha, que geralmente contém no seu interior estruturas pretas do fungo (escleródios) em forma de grânulos, semelhantes a fezes de rato, que podem permanecer viáveis por mais de dez anos no solo.

Os frutos permanecem fixos à planta doente e raramente apresentam sintomas de prodridão.

A doença se manifesta normalmente quando as plantas cobrem o terreno proporcionando um microambiente úmido entre as plantas e o solo. 

O ataque é mais severo em lavouras cultivadas em condiçoes de clima ameno (em torno de 20°C) e umidade alta. A doença é agravada em solos com problemas de compctação, onde há acúmulo de água, em plantios muito densos com crescimento vegetativo vigoroso e com baixa circulação de ár.

Dem ser evitadas áreas infestadas e, em caso de ocorrer a doença, deve-se fazer a rotação de culturas com gramíneas por, pelo menos, cinco anos.  O manejo de água de irigção é importante para se evitar alta umidade na base da planta, principalmente em solos argilosos.

O controle químico é eficiente para evitar que a doença se espalhe na parte aérea.

Essa doença é causada por fungo habitante do solo com distribuição generalizada parasitando muitas espécies de plantas. Ocorre com mais frequência nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, onde é favorecida por temperatura amena e alta umidade do solo.

Afeta as folhas, o caule e, às vezes, os frutos. Caracteriza-se pela murcha das folhas mais velhas, que se inicia nas margens e forma lesão em forma de V, até a seca completa da planta (Figura 1). Os frutos ficam pequenos e mal formados e a produção é reduzida. A planta tem o crescimento retardado, perde o vigor, murcha e morre.



Figura 2. Planta murcha e com folíolos com amarelecimento das bordas em forma de "V"
Foto: Carlos A. Lopes

 

Os danos causados se refletem diretamente na quebra de produção, desde a primeira penca. Isso ocorrre porque o fungo coloniza o sistema vascular, impedindo a passagem dos nutrientes, fazendo com que a planta não responda a adubação.

Sob alta umidade forma-se um micélio branco nos tecidos atingidos. Observa-se a decomposição da medula com formação de estruturas irregulares negras, características da doença.

Sua disseminação é favorecida por alta umidade relativa e temperatura amena, através de sementes infectadas e de mudas produzidas em solos infestados pelo fungo. A doença também é disseminada planta a planta por meio da água de irrigação.

Como medidas de manejo recomenda-se plantar cultivares resistentes e fazer rotação da cultura com gramíneas.

Também conhecida como mancha de alternária. É a doença mais comum do tomateiro, estando disseminada por todas as regiões de plantio do país, podendo se manifestar em todas as fases de desenvolvimento da planta.

Pode causar grandes danos devido a sua incidência nas folhas e frutos, e, mais raramente no caule (Figura 1). Essa doença afeta toda a parte aérea da planta, a partir das folhas mais velhas e próximas ao solo, na forma de pequenas pontuações pardo-escuras.



Figura 3. Manchas no caule
Foto: Carlos A. Lopes

Um ataque severo provoca desfolha acentuada e expõe o fruto à queima de sol, que apresenta uma podridão deprimida, grande, circular, próxima ao pendúnculo, coberta por mofo preto na superfície (Figura 2).



Figura 4. Fruto com podridao na região do pendúculo
Foto: Carlos A. Lopes

 

A doença ocorre tanto na estação chuvosa quanto na seca, e temperatura e umidade relativa altas favorecem o ataque do fungo. O fungo sobrevive em restos culturais e infecta outas hortaliças, como a batata e a berinjela, e pode ser transmitido aderido à semente.

Para o controle dessa doença, deve-se pulverizar preventivamente com os fungicidas registrados, se possível orientada por sistemas de previsão.

Recomenda-se:

  • Incorporar os restos culturais imediatamente apos a última colheita; e
  • Fazer rotação de cultura com gramíneas;
  • Utilizar variedades resistentes;
  • Utilizar sementes sadias; e
  • Preparar bem o solo com aração profunda.