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    Como plantar tomate de mesa

Doenças causadas por bactérias Doenças causadas por bactérias

Bactérias são micro-organismos unicelulares muito abundantes na natureza. Na maioria são benéficas. Podem estar associadas às plantas ou à parte delas, com relação temporária ou duradoura, sem causar doenças, ou como patógenos, colonizando os tecidos e provocando doenças

As doenças bacterianas estão entre os principais problemas fitossantiários, não raro provocando perdas significativas pela destruiçao parcial ou total da planta ou do órgão comercializável, que tem seu valor econômico reduzido.

As bactérias são facilmente disseminadas pelo ar e pela água e também por máquinas, insetos e animais. Normalmente, penetram nas plantas através de ferimentos e de aberturas naturais.

O controle de bacterioses do tomateiro é normalmente muito difícil. Praticamente se restringe ao uso de medidas preventivas. O controle químico com antibióticos e fungicidas cúpricos pode não ser efetivo, devido ao aparecimento de cepas resistentes a esses produtos.

Principais doenças Principais doenças

O cancro-bacteriano é uma doença bastante frequente em tomate estaqueado. A bactéria causadora dessa doença é transmitida pela semente e muito contagiosa. Ela se espalha rapidamente por respingos de água e por manuseio das plantas na desbrota e no amarrio.

No tomateiro rasteiro ela é pouco frequente, comparativamente ao tomateiro envarado, certamente em função do menor manuseio. Sua ocorrência é imprevisível, pois está estreitamente relacionada a fatores ambientais de clima e solo, bem como ao grau de infestação tanto do solo como das sementes usadas no plantio.

Os sintomas de infecção sistêmica, que ocorre quando a bactéria se espalha por toda a planta, são a descoloração dos vasos que transportam água, minerais e a seiva elaborada (xilema e floema) e a murcha total ou parcial das plantas, resultando na queima dos bordos das folhas (folíolos) (Figura 1). Nesse caso, o cancro-bacteriano causa a murcha e a seca as folhas mais velhas da planta, provocando a queda de frutos.


Figura 1. Mancha nas bordas do folíolo, sintoma de cancro bacteriano.
Foto: Carlos A. Lopes

 

A infecção localizada caracteriza-se por pequenos cancros cor de palha, facilmente observáveis nas hastes que sustentam os frutos (pedúnculos), e lesões circulares esbranquiçadas, com o centro mais escuro, popularmente conhecidas como “olho-de-perdiz” ou “olho-de-passarinho” (Figura 2).

 

Figura 2. Necrose tipo olho-de-perdiz, sintoma de cancro bacteriano
Foto: Carlos A. Lopes

Esta doença provoca perdas consideráveis em plantações de tomate quando cultivados sob temperaturas acima de 25°C, sendo mais severa em locais onde ocorrem chuvas associadas a ventos fortes e a terrenos arenosos.

Ataca todos os órgãos da parte aérea da planta. A doença não provoca queda das folhas mas, promove secamento inicialmente nas folhas mais baixas e mais velhas, em forma de manchas marrons de formato irregular e mais concentradas nas bordas.

O ataque durante a floração causa queda das flores, resultando na redução da produtividade. Nos frutos aparecem lesões grandes de cor marrom, deprimidos e e textura áspera, o que pode comprometer a qualidade e a desvalorização do fruto, e consequentemente sua comercialização.

A bactéria é transmitida pelas sementes ou mudas infectadas e a doença se espalha através de gotas de chuva ou água de irrigação levados pelo vento.

É comum os sintomas iniciais da doença serem confundidos com os sintomas da pinta-bacteriana ou por doenças causadas por fungos, como a mancha-de-estenfílio, a pinta-preta e a septoriose. Por isso, é recomendado exame laboratorial para o diagnóstico correto.

Preventivamente, deve-se usar semente de boa qualidade, evitar o excesso de água de irrigação e realizar o plantio em área isolada de campos mais velhos atacados pela doença.

Esta doença é mais problemática no verão e em regiões de clima mais quente, pois temperatura elevada e alta umidade do solo são as condições determinantes da doença.

A planta murcha de cima para baixo, normalmente a partir do início da floração, mas as folhas permanecem verdes. A parte inferior interna do caule se torna amarronzada e ele passa a segregar um fluxo leitoso (exsudação), quando se faz o "teste-do-copo", que consiste em colocar um pedaço de caule da planta suspeita em um copo transparente com água limpa. O teste é positivo quando, após alguns minutos, um pus escorre da extremidade do caule para o fundo do copo. Com a evolução da doença, a planta murcha totalmente e morre (Figura 1). 

 

Figura 1. Plantas murchas, sintoma de murcha-bacteriana. 
Foto: Carlos A. Lopes 

A doença se espalha pela água que escorre de uma cova infestada para outras. O seu controle é muito difícil, pois a bactéria sobrevive por muitos anos no solo associada à região próxima às raízes (rizosfera) de várias plantas. Não existem cultivares com alta resistência à doença e nenhuma medida de controle é individualmente eficaz, fazendo com que o controle integrado, ou seja, a adoção de várias medidas ao mesmo tempo, seja recomendada.

Também conhecida por mancha-bacteriana-pequena ou pústula-bacteriana. Ocorre com maior intensidade em condição amena de temperatura (18° a 25° C) associada a alta umidade relativa (acima de 90%), pois mantém a folha molhada, condição essencial para a germinação da bactéria.

A bactéria é transmitida pela semente, a partir da qual é disseminada com eficiência a longas distâncias. A curta distância, se espalha com respingos de chuva ou água de irrigação, principalmente quando ocorrem ventos fortes.

Ataca toda a parte aérea das plantas, provoca redução de folhas, de flores e dos frutos pequenos produz manchas nos frutos. É principalmente observada nas folhas mais velhas, na forma de pequenas manchas arredondadas de coloração marrom-escura, frequentemente circundadas por um halo amarelo.

Entretanto, os sintomas são mais característicos nos frutos, com a formação de pontuações negras, superficiais, que podem ser arrancadas com a unha.O ataque durante a floração pode provocar intensa queda de flores.

O controle consiste no plantio de sementes e de mudas de boa qualidade e o uso de cultivares resistentes à doença. A plantação deve ser pulverizada preventivamente com fungicidas à base de cobre registrados para a cultura.

Existem no mercado cultivares híbridas, principalmente para processamento industrial, que são altamente resistentes à pinta-preta.

Também conhecida como podridão-mole.

Doença característica do caule do tomateiro. É uma das principais doenças do tomate estaqueado, especialmente quando cultivado sob clima quente e úmido. Tem sua distribuição generalizada, pois o patógeno é nativo das maiorias dos solos brasileiros.

A água contaminada é o mais eficiente veículo de disseminação da doença, embora ela possa também ser transmitida por insetos, por gotículas de água em aerosol, por equipamentos, por animais e por operários durante a desbrota e a amarração das plantas.

A bactéria penetra na planta por ferimentos causados durante a capina ou outros tratos culturais, principalmente, a desbrota. O primeiro sintoma do talo-oco é o amarelecimento da planta.

A parte interna do caule apodrece e como consequência, a planta murcha e morre. Nos frutos a bactéria penetra através dos ferimentos provocados por traça e broca, apodrecem rapidamente e ficam esuros e moles (Figura 1).



Figura 1. Frutos apodrecidos atacados por Erwinia spp.
Foto: Carlos A. Lopes

Entretanto, permanecem pendurados à planta, com se fossem uma pequena "bolsa" de água.

O controle deve ser preventivo, com escolha de local e época de plantios. As plantas não devem ser manuseadas enquanto molhadas e a desbrota deve ser feita enquanto os brotos são pequenos.