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    Como plantar tomate de mesa

Adubação mineral Adubação mineral

Seguindo as orientações da análise de solo, existem inumeras varições de adubos químicos que podem suprir as necessidades nutricionais das plantas, desde fertilizantes separados até formulações, entre as formulações mais utilizadas na adubação de base a 5 – 25 – 15 e a 4 – 30 – 16. As adubações de cobertura são parceladas, no tomate de mesa, de acordo com o desenvolvimento da cultura. É recomendada que sejam feitas quinzenalmente para a tender a constante extração pelos frutos. No tomate com finalidade industraial é feita a partir dos 25 a 30 DAT, são indicadas três adubações de cobertura com intervalo que pode variar de 7 a 14 dias, em função da condição nutricional da planta.

A disponibilidade de macronutrientes (N, P, K, Ca, Mg e S) e do micronutriente B é baixa quando o pH do solo encontra-se próximo ou abaixo de 5,0, atingindo o máximo quando o pH encontra-se ao redor de 7,0. Para os micronutrientes (Fe, Cu, Mn e Zn), a disponibilidade é maior em condições de solos ácidos.

Atentar para o pH do solo é de fundamental importância pois solos com pH ácido, (grande maioria dos solos brasileiros), afetam a disponibilidade de nutrientes no solo, influenciando a assimilação pelas plantas. Nestas situações a correção é feita através da calagem, que também é orientada pelo resultado da análise do solo.

A correção da acidez do solo, pela calagem, faz-se necessária para ajustar o pH do solo, reduzir a atividade do Al trocável, promover maior eficiência de absorção de água pela planta e, principalmente, para atingir o suprimento de Ca e Mg para a máxima eficiência econômica do tomateiro.

Os métodos mais utilizados para estimar a quantidade de corretivo que deverá ser aplicada no solo são: o da Neutralização do Al trocável e Elevação dos teores de Ca2+ + Mg2+ e o da Saturação por Bases. Não obstante a determinação da quantidade de corretivos, para obter os efeitos desejáveis da calagem deve-se ainda levar em consideração à época de aplicação, o tipo e a forma de incorporação do calcário. 

Método de neutralização do Al3+ e elevação dos teores de Ca2+ e Mg2+


Neste método utiliza-se uma equação matemática composta por duas semi-equações que se somam para definir a necessidade de calcário (NC) para um determinado solo. Na primeira parte da equação é considerada a acidez do solo ocasionada pela presença de Al3+ na solução do solo, bem como as características do solo e a saturação de alumínio tolerada pelo tomateiro, cerca de 5%. A segunda parte da equação procura atender a exigência em Ca e Mg da cultura. Assim, a NC por esse método pode ser obtido a partir da seguinte fórmula:


NC = Y x [Al3+ - (mt x t/100)] + [X – (Ca2+ + Mg2+)], onde:


NC = Necessidade de calcário, em t ha-1;
Y = variável relacionada à capacidade tampão do solo e que pode ser definida de acordo com a textura do solo (Tabela 1);
Al3+ = acidez trocável, em cmolc dm-3;
mt = saturação máxima por Al tolerada, m = 5%;
t = capacidade de troca catiônica efetiva (CTCefetiva), em cmolc dm-3;
X = disponibilidade de Ca e Mg requerida pelo tomateiro, X = 3;
Ca2+ + Mg2+ = teores trocáveis de Ca e Mg, em cmolc dm-3.

O resultado negativo nos colchetes deve ser substituído por zero para dar continuidade ao cálculo.

Considerando que o tomateiro é sensível a toxidez por Al3+ e responde muito bem a adubação com Ca e Mg, pode-se adotar o valor m = 0 e X = 3. Assim, a fórmula poderá ser escrita da seguinte maneira:

NC = Y x Al3+ + [3 – (Ca + Mg)]


Tabela 1. Valores de Y em função da textura e porcentagem de argila do solo


Fonte: Adaptado de Alvarez V. e Ribeiro (1999)

Método da saturação por bases

Esse método fundamenta-se na relação existente entre o pH e a saturação por bases, sendo utilizado principalmente no estado de São Paulo. Procura-se elevar a saturação por bases (V) a valores recomendados para cada cultura, que para o tomate é de 70% do valor da CTC a pH 7,0, a partir da seguinte formula:

NC = [T x (V2 – V1)] / 100, onde:

NC = Necessidade de calcário, em t ha-1;T = capacidade de troca catiônica a pH 7,0, estimada pela soma de bases e acidez potencial [SB + (H+Al)], determinadas pela análise do solo, em cmolc dm-3; V2 = porcentagem de saturação por bases recomendada, para tomateiro V2 = 70%; V1 = saturação por bases atual do solo, em %, estimado por: V1 = (100 x SB/T); sendo SB = Ca2+ + Mg2+ + K + Na, em cmolc dm-3

A forma mais simples para estimar a NC por este método é:NC = (V2/100) x T – SB, sendo V2 = 70% para o tomateiro a fórmula fica:

NC = 0,7 x T – SB

Independente do método utilizado para estimar a NC, o resultado obtido refere-se à quantidade de materiais corretivos, carbonato de cálcio (CaCO3) ou calcário com poder relativo de neutralização (PRNT) de 100%, a serem incorporados por hectare de solo, na camada de 0 a 20 cm de profundidade.

O calcário deve ser aplicado, a lanço, cerca de 90 dias antes do plantio para permitir que as reações de solubilização se processem e o propósito da calagem seja atingido. Depois de aplicado, o calcário deve ser incorporado por meio de aração ou gradagem para o sistema de cultivo convencional e superficialmente no sistema plantio direto. Para melhor efeito da calagem, o solo deve estar com umidade superior a 80% da capacidade de campo.

Seguindo as orientações da análise de solo, existem inumeros tipos de adubos químicos que podem corrigir as deficiências do solo e suprir as necessidades nutricionais das plantas, incluindo fertilizantes separados e formulações. As formulações 4 – 14 – 8 e a 4 – 30 – 16 são as mais utilizadas na adubação de base (aduação antes do transplantio). Cada elemento químico presente no adubo, tem função específica no desenvolvimento da planta.

No caso do tomate de mesa, as adubações de cobertura são parceladas de acordo com o desenvolvimento da cultura. É recomendada que sejam feitas quinzenalmente para a tender a constante extração dos nutrientes pelos frutos. 

No tomate com finalidade industrial a adubação de cobertura é feita a partir dos 25 a 30 dias após o transplantio. São indicadas três adubações de cobertura com intervalo que pode variar de 7 a 14 dias entre elas, em função da condição nutricional da planta.

Sugestão de adubação química no solo para o tomateiro rasteiro (industrial) para o Estado de São Paulo e para a região do Cerrado.

1/extrator resina de troca aniônica/catiônica; 2/extrator Mehlich-1;3/valores em mmolc dm-3
Fonte: Adaptado de Raij et al. (1996); Fontes (2000); Cantarutti et al. (2007). 

Segundo a CFSMG (1999), a recomendação química para o tomateiro de mesa deve ser orientada de acordo com os resultados da análise de solo, tipo de solo e sistema de condução da planta. A interpretação de disponibilidade para nitrogênio, fósforo e potássio para o tomateiro com finalidade de consumo de mesa, deve ser feito segundo a Tabela 1 e a Tabela 2, onde se observa a sugestão de adubação química de plantio para o tomateiro estaqueado, cultivado em campo aberto e no sistema tradicional de cultivo.

Tabela 1. Classes de interpretação da disponibilidade de nitrogênio (de acordo com o teor de matéria orgânica no solo), fósforo (de acordo com o teor de argila no solo) e Potássio


Fonte: Adaptado de CFSMG (1999)

Tabela 2. Sugestão de adubação química de plantio para o tomateiro estaqueado, em campo aberto, cultivado no sistema tradicional

Fonte: Adaptado de CFSMG (1999)

O parcelamento das adubações de cobertura devem ser programados de acordo com o desenvolvimento da cultura. Para o tomate com finalidade industrial, recomenda-se três aplicações espaçadas de 15 dias, sendo a primeira realizada 45 DAT. Em se tratando o tomateiro para mesa, recomenda-se a primeira adubação de cobertura 15 DAT na proporção de N:P:K igual 1:4:2 ou 1:5:2. Da segunda à quarta adubação de cobertura deve-se disponibilizar apenas N:K na relação de 1:1, entre 30 e 60 DAT. A partir da quinta cobertura deve-se aumentar o fornecimento de K (1:3), conforme mostra a Tabela 3.

Tabela 3. Sugestão de adubação química em cobertura para o tomateiro estaqueado, cultivado em campo aberto, no sistema tradicional


DAT: dias após transplante de mudas
** densidade de 15.000 plantas.ha-1
Fonte: Alvarenga, 2000

A adubação foliar é utilizada para suplementar de forma rápida e eficiente a adubação de solo. Uma vez detectada a deficiência, essa deverá ser suprida com o/os elementos minerais específicos. Porém, a aplicação foliar tem um efeito de curta duração, pois a concentração dos nutrientes é inferior a concentração utilizada na adubação de solo. 

A eficiência da absorção dos nutrientes pelas folhas é variável em função de uma série de fatores do meio em que essas folhas se encontram.

  • Fatores inerentes à folha ou à planta: superfície foliar; composição química da cutícula; permeabilidade da cutícula; idade da folha; estado iônico interno; crescimento; estádio fenológico da cultura.
  • Fatores inerentes aos nutrientes: seletividade; absorção desigual de ânions e cátions; antagonismo; inibição competitiva e não competitiva; inibidores metabólicos.
  • Fatores inerentes às soluções: concentração e composição das soluções; pH; forma química dos nutrientes.
  • Fatores externos: luz; disponibilidade de água no solo; temperatura; umidade do ar, horário e equipamento de aplicação.

É de fundamental importância ter conhecimento da mobilidade dos elementos na planta e que necessariamente, esse fator isolado, não é responsável pela velocidade de absorção dos mesmos. Conforme mostra as Tabelas 1 e 2.

Tabela 1. Mobilidade comparada dos nutrientes aplicados às folhas

Fonte:CARVALHO, J. G.; BASTOS, A. R. R.; ALVARENGA, M. A. R. Nutrição mineral de adubação. In. ALVARENGA, M. A. R. (Ed.). Tomate: produção em campo, em casa-de-vegetação e em hidroponia. Lavras, MG: UFLA, 2004. p. 63-120.

 

Tabela 2. Velocidade de absorção dos nutrientes aplicados à folha


 

Adubação orgânica Adubação orgânica


A adubação orgânica tem como fundamentos básicos a utilização de resíduos orgânicos sendo estes de origem animal, vegetal, agroindustrial e outros. A adubação orgânica deve ser feita de acordo com a disponibilidade desse insumo na propriedade. A aplicação deve ser feita com a antecedência de pelo menos quinze dias antes do transplante, misturado ao adubo químico de plantio e a terra.  

Não há como se definir a quantidade exata de fertilizantes que possam ser aplicados para o suprimento das necessidades das plantas. De maneira geral, acredita-se que 50% do nitrogênio, 30% do fósforo e 70% do potássio adicionado como esterco estejam disponíveis para as plantas. 

Entre as vantagens do uso da adubação orgânica, citam-se as seguintes:

  • Eleva a capacidade de troca de cátions, notadamente em solos arenosos ou intemperizados;
  • Contribui para uma maior agregação das partículas do solo;
  • Reduz a plasticidade e a coesão do solo, favorecendo as operações de preparo, bem como amontoa e cultivos;
  • Aumenta a capacidade de retenção de água;
  • Concorre para maior estabilidade da temperatura do solo;
  • Aumenta a disponibilidade de nutrientes pelo processo de mineralização;
  • Contribui para a diminuição da fixação do fósforo no solo.