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06/05/25 |   Biodiversidade  Recursos naturais

Projeto de restauração de árvores raras no ES mostra primeiros resultados

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Foto: Juliana Freire

Juliana Freire - Experimento em laboratório: germinação de Handroanthus arianeae em diferentes substratos

Experimento em laboratório: germinação de Handroanthus arianeae em diferentes substratos

Realizado pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), em parceria com a Embrapa Agrobiologia, projeto de restauração de árvores ameaçadas de extinção mostra primeiros resultados, com a produção de diversas mudas no viveiro do campus da Universidade. Também são parceiros do projeto a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), o Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ), o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e o Instituto Nacional da Mata Atlântica (INMA). A iniciativa planeja devolver à natureza 13 espécies de árvores raras e ameaçadas de extinção.

As espécies foram escolhidas de acordo com a prioridade de recuperação do estado do Espírito Santo, constando na Lista Oficial de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção do Ministério do Meio Ambiente de 2014. São elas: Syagrus ruschiana, Handroanthus arianeae, Aechmea maasii, Vriesea neoglutinosa, Couepia schottii, Dalbergia nigra, Melanoxylon brauna, Swartzia linharensis, Machaerium fulvovenosum, Plinia renatiana, Eugenia guanabarina e Campomanesia espiritosantensis. Além dessas 12, os pesquisadores incluíram ainda a espécie Dinizia jueirana-facao, descoberta em 2017 e sob risco de extinção, com menos de 30 plantas adultas na natureza.

A pesquisadora Juliana Freire, representante da Embrapa Agrobiologia no projeto, explica que seu papel é avaliar as sementes coletadas no que se refere a condições de temperatura e substrato para germinação, além de analisar a presença de mecanismos de dormência. Para isso, algumas mudas serão plantadas em diferentes substratos e condições de irrigação e propagação vegetativas. “Também será avaliada a resposta da semente à secagem e ao armazenamento, buscando definir protocolos adequados de manejo e conservação da semente”, detalha.

De acordo com Juliana, já foram desenvolvidos experimentos com cinco das espécies escolhidas. “As espécies Melanoxylon brauna e Dinizia jueirana-facão possuem altíssima mortalidade na fase de produção de mudas, com sobrevivência de menos de 30%”, relata. Sabendo disso, os pesquisadores tentam, agora, detectar a possível presença de fungos nas raízes. A equipe também está tentando descobrir as melhores condições de temperatura e substrato para germinação de Dinizia jueirana-facao e Handroanthus arianeae, além de necessidades ideais para o armazenamento a longo prazo da Dalbergia nigra

Segundo a pesquisadora, os primeiros resultados da pesquisa já estão aparecendo. A equipe conseguiu armazenar algumas sementes de Dalbergia nigra por 30 meses em geladeira sem perder sua viabilidade. Além disso, já isolou 11 fungos potencialmente patogênicos das raízes de braúna, que serão identificados através de análises de DNA. “Estamos obtendo os primeiros resultados de melhor substrato e temperatura para germinação de ipê e jueirana no laboratório”, complementa.

Para divulgar o projeto e seus resultados preliminares, a equipe vai se apresentar no III Congresso Nacional de Jardins Botânicos, realizado no campus da Ufes em São Mateus, Espírito Santo, em setembro.

Giovana Barbieri (Estagiária de Jornalismo)
Embrapa Agrobiologia

Liliane Bello (MTb 01766/GO)
Embrapa Agrobiologia

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