A cultura da mandioca tem uma importância socioeconômica e alimentar significativa no Brasil, principalmente nas regiões Norte e Nordeste. No município de Alcântara, Maranhão, a cultura da mandioca apresenta desempenho de produtividade abaixo da média nacional, gerando impacto negativo na base alimentar das famílias mais pobres, entre elas, os remanescentes de quilombos, sendo urgente a necessidade de se produzir mais e melhor. Nesse contexto, a mandiocultura surge como potencial vetor de transformação social para as comunidades remanescentes de quilombos que já desempenham práticas de cultivo e processamento tradicionalmente há décadas, sendo necessária, contudo, a incorporação de novos conhecimentos, especialmente os tecnológicos que permitam maior produtividade e inclusão produtiva. Este plano visa conhecer a realidade social, econômica e ambiental das práticas, processos e organização socioprodutiva da mandiocultura em comunidades quilombolas, por meio de técnicas de investigação social participativas. Pretende-se, por meio da coleta de dados e geração de conhecimento sobre as comunidades, fornecer subsídios para intervenções macro, como as políticas e programas públicos de fomento ao desenvolvimento local, e micro, como capacitações dos agricultores quilombolas em tecnologias de produção e beneficiamento da mandioca que objetivam melhorar os indicadores de todo o sistema de produção, de beneficiamento e de comercialização da mandioca. O plano prevê a capacitação de agricultores quilombolas e técnicos locais em multiplicadores, disponibilizando novos conhecimentos, tecnologias e produtos, com a utilização dos produtos biofortificados.