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RS: Diagnóstico de infiltração de água no solo será apresentado na Expointer
O trabalho desenvolvido através da Plataforma Colaborativa Recupera Rural RS com o objetivo de avaliar a capacidade de infiltração de água no solo em diferentes sistemas de cultivo no Rio Grande do Sul vai apresentar os primeiros resultados na Expointer 2025, em Esteio, RS. Serão dois momentos para apresentação no Pavilhão Internacional: dia 02/09, às 9h, no estande do Governo do RS; e às 13h no espaço Arena Embrapa/MAPA/Conab.
Logo após as enchentes que afetaram a economia gaúcha no ano passado, foi criado o plano Recupera Rural RS, através da Plataforma Colaborativa Sul, iniciativa que reúne ações de mitigação, recuperação e reestruturação do Rio Grande do Sul. Entre os investimentos do plano, estão 15 infiltrômetros (10 adquiridos pela Seapi e 5 pela Embrapa), equipamentos com capacidade de medir a taxa de infiltração de água no solo, utilizados para avaliar a qualidade do solo em diferentes sistemas de produção agropecuária no RS.
Durante o primeiro semestre do ano, foram realizadas mais de 100 avaliações em diversas regiões do Estado, com produção pecuária, frutíferas e grãos, formando um banco de dados que permite identificar tanto as áreas mais vulneráveis a intempéries climáticas, como para estabelecer modelos de reestruturação de áreas atingidas.
De forma geral, a taxa de infiltração de água no solo abaixo de 40 milímetros por hora (mm/h) é considerada insuficiente, entre 40 a 80 mm/h é uma taxa considerada boa e acima de 80mm/h é excelente. Solos manejados de forma a favorecer maior infiltração contribuem para a redução do escoamento superficial, principal causa das enchentes, bem como podem armazenar água para suprir as plantas em situações de estiagem.
De acordo com o engenheiro agrônomo da Embrapa Trigo, Giovani Faé, um dos resultados que tem chamado a atenção é a melhor taxa de infiltração em áreas conduzidas com integração lavoura-pecuária. “Mesmo que a compactação superficial possa existir, a atividade biológica do solo, favorecida pela deposição de dejetos animais, e o maior crescimento radicular estimulado pelo pastejo, está melhorando a estrutura física do solo nestas áreas”, conta Faé. Ele destaca, como exemplo, a avaliação da taxa infiltração de água no solo na Fazenda Librelotto, em Boa Vista das Missões, noroeste do RS, que trabalha com integração lavoura-pecuária há mais de quatro décadas, associando técnicas conservacionistas, como terraços e semeadura em contorno: “A taxa de infiltração chegou a 142 mm/h, considerada excelente. Isso ajuda a produtor a enfrentar menos problemas com estiagens na soja no verão ou erosão hídrica com excesso de chuva no inverno”. Porém, mesmo como referência de melhor indicador de qualidade de solo, algumas áreas sob integração lavoura-pecuária precisam de manejo para melhor a infiltração do solo: na Estância Rincão do Táta, em Bagé, RS, a área utilizada com azevém para engorda no inverno e soja no verão mostrou taxa de infiltração de 5 mm/h e colheita de 28 sacos de soja por hectare. Ao lado, foi realizada uma intervenção com a incorporação de calcário até 30 cm de profundidade e a implantação de cereais de inverno na forragem. A taxa de infiltração na área manejada chegou 30 mm/h, com colheita de soja de 47 sc/ha.
No Vale do Taquari, uma das regiões mais afetadas pelas enchentes em maio de 2024, o grupo de trabalho identificou diferentes realidades em solos que ainda estão em recuperação. “Nas primeiras avaliações, ainda em fevereiro, encontramos um solo com rachaduras que criavam um fluxo preferencial para a água, o que super-estimou a taxa de infiltração, enquanto a água era absorvida rapidamente. Em outro momento, foi o excesso de chuvas que atrapalhou o trabalho num solo arenoso onde o equipamento não conseguiu registrar com precisão. Sabemos que o solo precisa estar com condutividade hidráulica saturada, mas ainda estamos adequando as avaliações frente ao tamanho da diversidade de ambientes do nosso Estado”, explica o engenheiro agrônomo da Embrapa Trigo Marcelo Klein. Segundo ele, novas avaliações foram realizadas pelas equipes da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), da Emater/RS-Ascar e do Departamento de Solos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). “A região dos vales e da serra gaúcha exigem estratégias diferenciadas para mitigar os efeitos do clima, por isso o maior cuidado na precisão dos dados coletados”, justifica Klein.
No estande do Governo do RS, o painel “Tecnologia Saturo para avaliar a infiltração de água nos solos do RS” inicia às 9h, do dia 02/09. Participam os apresentadores Giovani Faé (Embrapa Trigo), Thiago Fernandes (especialista em infraestrutura), Álvaro Trierweiler (Emater/RS-Ascar) e Jackson Brilhante (Seapi/RS e ABC+RS). Após, será feita uma demonstração prática dos infiltrômetros no espaço da Emater/RS-Ascar.
No espaço Arena Embrapa/MAPA/Conab, a palestra “Tecnologia na avaliação de água nos solos do RS” está marcada para às 13h, do dia 02/09.
Saiba mais sobre a participação da Embrapa na Expointer no site https://www.embrapa.br/expointer.
Joseani M. Antunes (MTb 9693/RS)
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