A Embrapa Tabuleiros Costeiros instalou oficialmente, na quinta (7), o seu Comitê Assessor Externo (CAE), órgão colegiado representativo das partes interessadas da sociedade para auxiliar nas decisões estratégicas e atuação da Unidade sediada em Aracaju, SE. Conforme regulamenta a norma do CAE, o ato de instalação aconteceu em reunião restrita aos novos membros e gestores do centro de pesquisa, na manhã de quinta, com participação, por videoconferência, da diretora-executiva de Administração da Embrapa Selma Beltrão. Os novos membros do CAE, que representam a academia, setores empresariais, agricultura familiar, povos e comunidades tradicionais e a Diretoria e outras Unidades da Embrapa, têm mandato de dois anos e possibilidade de recondução uma única vez por igual período. Confira a composição do CAE – Embrapa Tabuleiros Costeiros: Presidente: Tereza Cristina de Oliveira - Chefe-Geral da Embrapa Tabuleiros Costeiros Secretário executivo: Amaury da Silva dos Santos - Chefe-Adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Tabuleiros Costeiros Membros da Embrapa: Alderi Emidio de Araujo - Ex-Diretor-Executivo Cristhiane Oliveira da Graça Amancio - Chefe-Geral da Embrapa Agrobiologia (Seropédica, RJ) Membros externos: Paulo Frederico Petersen - Coordenador Executivo da AS-PTA - Agricultura Familiar e Agroecologia Franciléia Paula de Castro – Pesquisadora em Sistemas Alimentares Saudáveis da CONAQ (Coord. Nac. de Art. das Com. Negras Rurais Quilombolas) Luciana Vanni Gatti - Pesquisadora Titular do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais Reinaldo Ribeiro do Nascimento - Presidente da Associação Nacional dos Produtores de Coco Cristiano Wellington Noberto Ramalho - Secretário Nacional de Pesca Artesanal do Ministério da Pesca e Aquicultura Luciano Andreazza de Freitas - Gerente de Produção Agrícola do Grupo Maratá Diálogos Na tarde de quinta e manhã de sexta (8), ocorreram a sessões ‘Diálogos com o CAE’, espaços de debate e construção coletiva com os novos membros do Comitê, gestores e equipes da Unidade. Veja abaixo a galeria completa de fotos do evento, usando as setas laterais As discussões enfatizaram a urgência da mudança de paradigmas na agricultura brasileira, especialmente diante das mudanças climáticas. Ressaltou-se a importância da integração interdisciplinar, da valorização da agricultura familiar sustentável e da construção coletiva de estratégias institucionais e territoriais para enfrentar os desafios ambientais, sociais e econômicos na região Nordeste e no país. Para Tereza Cristina, para além da avaliação da atuação da Unidade, o encontro foi um espaço estratégico de escuta ativa dos parceiros, com vistas à identificação de demandas, tendências e potenciais sinergias. “As contribuições dos membros do CAE serão fundamentais para o reconhecimento de novas oportunidades e para a promoção de parcerias qualificadas, que possam resultar na formulação de projetos colaborativos de inovação aberta e de inovação social, fortalecendo a atuação da Unidade em redes multissetoriais e em territórios prioritários”, declarou a gestora. Os membros do CAE reconhecem que a Embrapa Tabuleiros Costeiros se posiciona como instituição relevante nesta transição, com grande potencial de inovação cientifica e tecnológica alinhada à sustentabilidade e justiça social. Reinaldo Nascimento declarou que a Embrapa Tabuleiros Costeiros é a “casa da cocoicultura brasileira”. Ö centro de pesquisa tem sido fundamental no desenvolvimento de híbridos e nos avanços tecnológicos do cultivo de coco. A Aprococo tem grande orgulho de ser parceira”, disse, reforçando a demanda por soluções focadas no aumento do uso de bioinsumos, redução de uso de água e insumos químicos e aplicações de biomassa à base de resíduos de coco. Franciléia Castro destacou o papel importante do Brasil no mundo para a transição climática, alimentar e ambiental por meio do conhecimento e valorização dos saberes ancestrais dos povos tradicionais, que há séculos produzem alimentos de forma sustentável nos territórios. “Não se trata de uma transição qualquer. Estamos falando de justiça social e climática e reparação histórica, e a pesquisa é um elemento crucial para esses avanços”, defendeu. Cristiano Ramalho lembrou que as populações tradicionais, como a da pesca, sofreram grandes perdas que afetam sua atividade e modo de vida. “Investimentos públicos em pesquisa e programas que fortaleçam essas comunidades são extremamente importantes para garantir seu desenvolvimento”, afirmou. Paulo Petersen destacou a importância de se consolidar um sistema de pesquisa integrativa, que busque eficiência agronômica com redução de consumo energético. “É preciso que todos possamos compreender que o modelo produtivista baseado em monoculturas e alto consumo de insumos é insustentável ambiental e economicamente”, declarou. Luciana Gatti que a área de atuação da Embrapa é focada num dos aspectos mais críticos da humanidade, que é a produção de alimentos. “A Embrapa tem uma chance de ter um protagonismo ímpar nesse momento em que é necessária uma transição efetiva, pois estamos vendo e sofrendo eventos climáticos cada vez mais intensos e regulares, e isso indica que muito do que vimos fazendo enquanto civilização, os modelos produtivos que consolidamos, não estão no caminho certo”, alertou. Cristhiane Amancio abordou a retomada de um ambiente de respeito e diálogo mais aproximado entre as instituições. “É importante a Embrapa reforçar seus laços e diálogos institucionais com entidades que lidam com seus temas de atuação. Precisamos repensar nossa trajetória de geração de ciência e tecnologia, nosso papel de cientistas. Fazer ciência não é uma simples linha de montagem. É necessário entender o papel da Unidade para a mudança de realidades sociais, com efeito real na vida das pessoas e atuando em redes, numa visão integrada de ciência e tecnologia”, argumentou.