Comunidades e atores locais de Brejo Grande, município sergipano localizado na foz do Rio São Francisco, receberam a equipe do projeto GeoBSF, na quinta (31) e sexta (1º), para ouvir diretamente das comunidades locais os principais problemas relacionados à convivência com o rio. O GeoBSF é um projeto de pesquisa em rede, liderado pela Embrapa Tabuleiros Costeiros (Aracaju, SE), que busca levantar os principais indicadores ambientais, sociais e econômicos dos municípios sergipanos e alagoanos localizados na região da foz do Rio São Francisco. Sob liderança do pesquisador Marcus Cruz, da Embrapa Tabuleiros Costeiros, a ação de pesquisa reúne especialistas de quatro Unidades da Embrapa, as universidades federais de Sergipe e Alagoas, órgãos estaduais de desenvolvimento, associações, ONGs e diversos outros parceiros. Os diálogos com atores locais aconteceram no Pólo da Universidade Federal de Sergipe (UFS), na quinta (31), e no galpão da Comunidade Quilombola Brejão dos Negros, na sexta (1º). A primeira etapa da oficina, na quinta, reuniu pescadores e extrativistas, criadores de camarão e ostras, agricultores, representantes de associações locais e agentes públicos. Na sexta, o foco foi nas moradoras e moradores do território quilombola do município. Brejo Grande já havia recebido a equipe do GeoBSF em 2024 para discutir as causas, consequências e alternativas de enfrentamento do avanço da água salgada do mar pelo leito do rio. Em maio, aconteceu a primeira oficina de 2025, em Piaçabuçu, município da margem alagoana na área da foz. Veja abaixo a galeria completa com fotos do evento Oficina As oficinas participativas com as comunidades e atores locais promovem uma troca de percepções sobre como os problemas do Velho Chico têm afetado as suas atividades econômicas e seu modo de vida, sua saúde e o meio ambiente em seus locais de morada e trabalho. Por meio de escuta ativa e documentando todas as respostas e intervenções, os membros do projeto pretendem agregar as informações que comporão o resultado final do projeto, que irá gerar uma base de dados digitais com um diagnóstico amplo e profundo dos aspectos socioeconômicos e ambientais da região. Após o momento inicial de contextualização e sensibilização coletivas, conduzido por Marcus Cruz e pela analista de Transferência de Tecnologia Geovania Manos, o público se dividiu para a dinâmica em três grupos, e com o auxílio facilitadores foi possível debater e apontar os problemas mais relevantes ligado ao rio e suas principais causas, como a perda de vazão, escassez de chuvas, o avanço da água salgada do mar para o leito e a poluição das águas. Ao final, com condução do pesquisador Julio Amorim e de Geovania Manos, membros dos grupos apresentaram o resultado das discussões na plenária, e tudo foi gravado e documentado para sistematização pelas equipes do projeto. Como resultado das pesquisas, a ação pretende gerar indicadores, mapas, processos e softwares que permitam orientar de forma participativa a tomada de decisões para a formulação e execução de políticas públicas aplicadas ao desenvolvimento sustentável do território. A oficina integra a Jornada pelo Clima, programação de preparação da Embrapa para a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30), promovendo discussões e partilha de conhecimentos para enfrentar e se adaptar às mudanças climáticas no planeta. Assista a seguir ao vídeo com momentos das oficinas Pesquisas Com financiamento do CNPq, por meio da Chamada CNPq/MCTI/FNDCT/CT-Hidro Nº 63/2022 - Gestão Integrada de Recursos Hídricos e Zonas Costeiras no Contexto das Mudanças Climáticas, o projeto se estende até 2026, e busca avaliar e validar indicadores ambientais e socioeconômicos como subsídio para a gestão integrada dos recursos hídricos da região estuarina do Rio São Francisco e da zona costeira adjacente. Divididos em grupos de trabalho temáticos, os pesquisadores envolvidos já começaram a atuar na região desde 2023, tanto na coleta informações e dados mensuráveis nas dimensões geográficas, econômicas, físicas, químicas e biológicas – desde seleção de variáveis, análise espacial com geotecnologias, de amostras de água, solo e organismos aquáticos e outros subsídios para as pesquisas – quanto na interação com as comunidades para incorporar as percepções mais subjetivas ao diagnóstico. Entre as entidades parceiras estão as Universidades Federais de Sergipe (UFS) e de Alagoas (UFAL - Campus Penedo), Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), Prefeitura de Brejo Grande (SE), Laboratório Nacional Agropecuário (Lanagro – RS), Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco (CBHSF), Organização Socioultural Amigos do Turismo e do Meio Ambiente (Oscatma – Barra dos Coqueiros, SE) e Associação Aroeira (Piaçabuçu, AL). Além da Embrapa Tabuleiros Costeiros, participam do projeto Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP), Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos, SP) e Embrapa Hortaliças (Brasília, DF).