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13/06/25 |

Artigo - Embrapa Meio‑Norte: cinco décadas de pesquisa e inovação agropecuária no Piauí e Maranhão

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Foto: Eugênia Ribeiro

Eugênia Ribeiro - Cultivares biofortificadas de feijão-caupi desenvolvidas pela Embrapa Meio-Norte

Cultivares biofortificadas de feijão-caupi desenvolvidas pela Embrapa Meio-Norte

Este ano é para festejar! O motivo? A Embrapa Meio-Norte celebra 50 anos de história de pesquisa e inovação com grandes contribuições para o setor agropecuário do Piauí e do Maranhão. Ao longo desse tempo, a instituição introduziu a produção de soja e ajudou os dois estados a se consolidarem na produção e exportação desse grão. Contribuiu ainda com pesquisas em outras culturas como arroz, milho, algodão, girassol, feijão-caupi, fruticultura, além de apicultura, meliponicultura, piscicultura, criação de bovinos, ovinos, caprinos, aves caipiras, sistema ILPF e irrigação.

A história da unidade da Embrapa está intimamente relacionada à do agronegócio piauiense e maranhense, nas últimas cinco décadas. Nos anos 70, quando começou a expansão pela região Meio-Norte do Brasil, não havia tecnologias preparadas, de fato, para produzir soja na região. Foi o trabalho da Embrapa Meio-Norte junto com a Embrapa Soja, sob liderança do pesquisador Gilson Campelo (carinhosamente chamado de o pai da soja no Piauí), que ajudou a desenvolver as tecnologias que vieram nas décadas seguintes.

As pesquisas com soja no Piauí e Maranhão se deram a partir de meados da década de 70, com os experimentos na Estação Experimental “Apolônio Sales” do Ministério da Agricultura, que se tornou UEPAE Teresina, hoje Embrapa Meio-Norte, e no Perímetro Irrigado Lagoas do Piauí, além dos experimentos em Brejo (MA), com a EMAPA.

Mas foi entre 1976 e 1979 que teve início a pesquisa na área de melhoramento da soja para a sua introdução em baixas latitudes, numa parceria da Embrapa Meio-Norte com a Embrapa Soja. Foi nesse período que houve o pontapé inicial para o cultivo dessa oleaginosa e em 1980 foi lançada a primeira cultivar adaptada às condições de clima e solo da região. Essa cultivar recebeu o nome de Tropical. Ao longo desses 50 anos, foram 89 cultivares de soja registradas pelo MAPA para os estados do Piauí e Maranhão, sendo 26 em programa de melhoramento e desenvolvimento de cultivares da própria Embrapa e mais 63 cultivares em parceria com empresas privadas multinacionais.

Sem o trabalho realizado pela Embrapa Meio-Norte, o Piauí e o Maranhão não teriam alcançado a posição no mercado da soja e outras culturas e animais. Vivemos hoje a era da soja, que se consolidou como a principal fonte de renda e de exportação desses dois estados brasileiros, mas agora em um sistema diversificado de produção integrada, de base conservacionista, regenerativo e sustentável. As pesquisas da instituição também contribuíram com a cultura de outros grãos e oleaginosas adaptadas ao Cerrado e com a criação de variedades resistentes.

Diversificação de culturas

O feijão-caupi, até meados da década de 1990, era uma cultura tipicamente regional, restrito praticamente ao Nordeste e Norte do Brasil. As cultivares crioulas e as primeiras cultivares melhoradas tinham, em sua grande maioria, arquitetura geralmente semiprostrada com ramos longos e eram relativamente de ciclos tardios. Essas características tornavam inviável o cultivo mecanizado. Para solucionar esse problema, a Embrapa Meio-Norte, juntamente com instituições parceiras, por meio do melhoramento genético, desenvolveu cultivares com ramos curtos, semieretos e eretos, mais resistentes a doenças, principalmente às viroses, produção e maturidade de vagens mais concentradas, boa qualidade de grão e bom nível de produtividade. Essa melhoria possibilitou a inclusão do feijão-caupi nos sistemas de produção de grãos dos produtores que usam mais tecnologia. Assim, o grão ocupou o Cerrado e entrou na pauta de exportações do Brasil.

A partir da década de 90, a Embrapa passou a trabalhar para promover a evolução qualificada dos sistemas de produção para uma exploração sustentável na região Meio-Norte, mudando os sistemas convencionais de cultivo que predominavam até as décadas de 80 e 90, para sistemas conservacionistas e diversificados, de forma a contribuir para a mitigação dos efeitos dos gases de efeito estufa. A Embrapa Meio-Norte, em parceria com produtores, passou a desenvolver o sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), especialmente nos cerrados do Piauí e Maranhão. Nesta etapa foi viabilizada, por meio da geração, validação e transferência de tecnologias, as modalidades ILP ou Agropastoril e ILPF ou Agrosilvipastoril.

Desde sua criação, a Embrapa Meio-Norte tem disponibilizado tecnologias, que contribuem para a melhoria da renda dos produtores, do desempenho das agroindústrias, da satisfação do consumidor e para a inserção do Piauí e do Maranhão no circuito de estados produtores e exportadores de produtos de origem agropecuária.  Neste aniversário de 50 anos, a Embrapa Meio-Norte reafirma seu compromisso em dar continuidade às pesquisas e inovações, com sustentabilidade para a transformação contínua da agricultura. Ao longo das próximas cinco décadas, a pesquisa constante, com a adaptação às novas demandas e a busca por soluções tecnológicas mais eficientes serão fundamentais para o sucesso do setor agropecuário na região Meio-Norte do Brasil.

Marcos Lopes Teixeira Neto - Engenheiro Agrônomo e analista de Transferência de Tecnologia
Embrapa Meio-Norte

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