Oficialmente Leonardo Ferreira Dutra tomou posse como Chefe-Geral da Embrapa Clima Temperado, neste dia 12 de setembro. Em solenidade realizada no auditório da sede da Unidade de Pesquisas, em Pelotas/RS, o ato foi marcado pela apresentação da proposta de trabalho para os dois anos de gestão à frente do cargo e seu foco de atuação. O chefe anterior Waldyr Stumpf Jr. fez a transmissão do cargo e apresentou as entregas de pesquisa, desenvolvimento e inovação realizadas durante sua administração, de novembro de 2023 até julho de 2025. A cerimônia foi prestigiada pela equipe de trabalho da Embrapa local, integrantes do Comitê Assessor Externo (CAE), convidados, membros do Fórum da Agricultura Familiar e autoridades do tecnoagro. O diretor-executivo de Pesquisa e Desenvolvimento, Clenio Pillon, no ato, estava como Presidente da Embrapa. O processo de seleção de Leonardo Ferreira Dutra O processo de recrutamento e seleção de candidatos ao cargo de Chefe-Geral da Embrapa Clima Temperado teve início no dia 17 março, com a publicação de edital no Boletim de Comunicação Administrativa da Embrapa (BCA). O processo é restrito aos empregados do quadro efetivo da Embrapa, sendo dividido em três etapas: recrutamento, inscrição e homologação de candidaturas; avaliação da habilitação dos candidatos e realização de audiência pública; e avaliação e decisão pela Diretoria Executiva e designação do novo Chefe-Geral pela presidente da Embrapa. O processo culminou na nomeação do pesquisador Leonardo Ferreira Dutra a partir da portaria publicada no BCA 773, de 7 de julho deste ano, para a Chefia Geral da Embrapa Clima Temperado, com início de gestão em 1º de agosto de 2025. A gestão anterior de Waldyr Stumpf Jr. O chefe anterior Waldyr Stumpf Jr esteve por 1,8 meses interinamente no comando da Embrapa Clima Temperado (novembro de 2023 a julho de 2025) por indicação da Presidência da Empresa. Ele já havia sido Chefe-Geral durante o período de 2008 a 2011 e também foi diretor-executivo de Transferência de Tecnologias da Empresa, a nível nacional, de 2011 a 2017. Além de ter assumido diversos cargos na Empresa ao longo de sua trajetória e participado como membro de outros importantes Fóruns nacionais e internacionais. Ele possui 39 anos de dedicação à Embrapa. Ele fez sua fala de despedida do cargo agradecendo ao diretor-executivo Clenio Pillon por confiar a missão de administrar interinamente a Unidade de Pesquisas até o período de abertura e seleção do novo Chefe-Geral e destacou que não está encerrando um ciclo, pois a transmissão de cargo é só um rito de passagem, ele continua atuando na área de pesquisa do leite na Unidade de Pesquisa. Fez referência o quanto a Embrapa é uma casa de Ciência, e quem ganha com isso é a sociedade. “Fazer Ciência hoje é gerar tecnologia com e para as pessoas. Quem recebe, ouve, respeita as pessoas, constrói com base científica melhores soluções técnicas e faz as consertações socioprodutivas necessárias para que os resultados cheguem até os agricultores, produtores rurais, segmentos organizados da sociedade”, disse. Segundo ele, é preciso fazer Ciência que inclui e oportuniza crescimento econômico, social e ambiental. Waldyr Stumpf Jr finalizou sua fala ao desejar sucesso a Leonardo Ferreira Dutra, destacando um pensamento para acompanhá-lo em todos os seus desafios: “se quiseres ir rápido, vá sozinho, mas se quiseres ir longe, vá em grupo”. Principais ações durante a gestão interina O pesquisador Waldyr Stumpf Jr. destacou algumas atividades realizadas durante sua gestão: Harmonização das relações externas e internas; Execução de 47 projetos de pesquisa liderados e participação em mais de 100 outros; Entrega de 88 resultados de pesquisa, desenvolvimento e inovação em 2024; Captação de R$ 19,7 milhões em recursos de pesquisa; Investimento de R$ 8,4 milhões em obras, equipamentos, veículos e máquinas; Destaque à inauguração de dois novos laboratórios ligados ao Sistema de Pesquisa e Desenvolvimento em Pecuária Leiteira, o Sispel, e o início das obras da nova ponte que liga a Estação Experimental Terras Baixas aos campos experimentais; Retomada da gestão colegiada e fortalecimento dos processos de qualidade; Manutenção da acreditação dos laboratórios de azeites e de leite; Retomada e expansão de parcerias institucionais estratégicas, com 174 parceiros externos e 92 contratos ativos; e Captação de R$ 3,2 milhões via TEDs e emendas parlamentares. Apresentação da nova Chefia Geral Leonardo Ferreira Dutra é formado pelo Conjunto Agrotécnico Visconde da Graça em Técnico em Agropecuária; é engenheiro agrônomo, mestre e doutor em Agronomia pela UFPel; e pós-doutor pela Universidade Federal de Lavras. Ingressou como pesquisador na Embrapa Florestas em 2004, sendo transferido à Embrapa Clima Temperado em 2008, onde atuou com micropropagação de plantas e conservação de recursos genéticos vegetais, junto ao laboratório de Cultura de Tecidos. De novembro de 2023 a março de 2025, exerceu a função de Chefe-Adjunto de Transferência de Tecnologia na Unidade de Pesquisas. Proposta de atuação da gestão 2025/2027 Como novo Chefe-Geral, Leonardo Ferreira Dutra, buscará principalmente: Visão integrada de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação, com foco em temas estratégicos, como bioinsumos, rastreabilidade e saúde única, além de intensificar as ações voltadas para a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas; Manutenção da atuação da Unidade de Pesquisa nos tradicionais temas nos quais já é protagonista; Fortalecimento de ações de desenvolvimento humano, com gestão participativa, capacitação contínua, fortalecimento da comunicação interna e integração de novos empregados; Manutenção e aprimoramento da infraestrutura; e Busca por novas parcerias e fontes de financiamento, fortalecendo as colaborações com o ecossistema local de inovação e redes estratégicas. Discurso do Chefe Leonardo Em sua fala, o novo Chefe-Geral, Leonardo Ferreira Dutra, disse que assume o cargo com profunda honra, senso de responsabilidade e emoção. Compartilhou que desde os primeiros dias como pesquisador, aprendeu a respeitar e considerar a Embrapa um patrimônio coletivo. “Estar no cargo máximo da Unidade de Pesquisas nunca foi um projeto pessoal. Acredito e continuarei acreditando que sempre temos de tentar fazer o melhor em tudo que fazemos e as oportunidades que aparecerem, são consequência. Meu sentimento é que o caminho trilhado nestes 21 anos como pesquisador e gestor me trouxe até aqui”, falou. Também destacou o compromisso de gerenciar outras estações experimentais, em outros Estados, assumindo o papel de atuação ecorregional, relembrando toda a história de construção da Embrapa Clima Temperado e as suas linhas temáticas de pesquisa, identificando inúmeros produtos e tecnologias entregues até os dias atuais. “Não fizemos todas essas entregas trabalhando sozinhos. Nossa principal fortaleza são as parcerias”, destacou. A partir dessa fala, lembrou a todos da vasta parceria de diversos segmentos e de caráter local, nacional e internacional articulada pela Unidade de Pesquisas. E finalmente, centrou-se no futuro. Falou dos desafios que envolvem o aumento da eficiência produtiva de sistemas agropecuários, a abertura de novos mercados para instalação da soberania alimentar, a agregação de valor de alimentos, as ações contributivas para resiliência às mudanças climáticas e de programas de produção de baixo carbono para conservação ambiental, e atividades que estimulem o País a se tornar independente tecnologicamente. Falou da preocupação em revisitar a agenda estratégica da Embrapa, construindo soluções mais complexas para problemas cada vez mais complexos. “Aqui na Unidade de Pesquisa, essas linhas temáticas tem como destaque algumas áreas de trabalho como bioinsumos, resíduos e coprodutos, leite, grãos em terras baixas, agroecologia e agricultura familiar, olericultura, fruticultura e alimentos”, citou. As empresas públicas enfrentam dificuldades de recursos em todo o País. O novo Chefe-geral comentou sobre a busca de novos modelos de parcerias e negócios ao articular políticas públicas em apoio à pesquisa, desenvolvimento e inovação, visando a sua ampliação e a diversificação de fontes de financiamento. “É obrigatório um olhar em relação à racionalização dos custos, buscando alternativas para reduzi-los”, lembrou. E também, não menos importante, disse que entre as estratégias de gestão, o maior patrimônio de qualquer empresa são as pessoas. “A gestão de pessoas focará na sua valorização. Fortaleceremos o diálogo, transparente e profissional, e dos espaços de participação, tendo como referência a ética e o desenvolvimento coletivo, com mapeamento e atualização das competências individuais e das equipes”, falou. Ele fez referência ainda a um forte investimento na comunicação interna, ao programa de acolhimento a novos contratados pelo concurso, além de dar ao novo ciclo de gestão uma marca feminina: “iremos valorizar as mulheres em cargos de supervisão e gerência de processos e vamos trabalhar para que em breve tenhamos uma primeira mulher como Chefe-geral da Embrapa Clima Temperado”. E por fim, encerrou ao dizer que os desafios são grandes, mas que convida todos para escrever um novo e promissor capítulo na história da Embrapa Clima Temperado. Que possamos cultivar um futuro próspero, resiliente e mais justo para a sociedade brasileira”, finalizou. O diretor-executivo de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa, Clenio Nailto Pillon, no ato exercendo a função de Presidente da Empresa, falou sobre a felicidade de ouvir o discurso de Leonardo Ferreira Dutra em conexão com o alinhamento estratégico da Empresa. Ele reforçou diversos temas apontados por Leonardo como a revolução tecnológica que alavancou a produtividade de alimentos no País, garantindo soberania alimentar, desafios como tornar o Brasil independente de importação de fertilizantes, planejar e executar ações para alcance de objetivos a longo prazo - fazer agora para implantar em 2040 - estando sempre atento ao futuro. Lembrou também dos investimentos feitos em políticas públicas cada vez mais necessários para que os alimentos cheguem a custos mais baixos na mesa dos brasileiros. Os desafios levantados aqui estão a disposição não somente para uma única instituição, eles foram levantados e estarão conosco nos próximos 40 anos, para todos nós. Precisamos de propósito comum, engajamento, colaboração e compartilhamento, com embasamento científico, ajudando a construir boas políticas públicas, disse. Pillon deixou as sete palavras mágicas para as instituições de Ciência, Tecnologia e Inovação incluirem em seus projetos nos próximos anos: produtividade, competitividade, soberania, saudabilidade, sustentabilidade, resiliência climática, inclusão socioprodutiva e digital no campo. Descerramento de fotos dos Ex-Chefes Ao final da solenidade a mesa diretiva e convidados foram deslocados até o saguão da sede da Unidade de Pesquisas para participarem do ato de descerramento de foto na Galeria de Chefes da Unidade. Foram inauguradas as fotos dos ex-Chefes Roberto Pedroso de Oliveira (2019-2023) e Waldyr Stumpf Jr. (2023-2025).O descerramento foi feito pelo novo Chefe-geral, Leonardo Ferreira Dutra, o diretor-executivo de Pesquisa e Inovação da Embrapa, Clenio Pillon, o próprio Waldyr Stumpf Jr e o deputado Zé Nunes, representando a presidência da Assembléia Legislativa do Estado do RS. O ato foi prestigiado também pelos ex-chefes-gerais João Carlos Costa Gomes, José Dias Vianna Filho e Romeu Notari, além dos próprios Waldyr Stumpf Jr e Clenio Nailto Pillon.