Na tarde do dia 5 de setembro, no estande institucional da Embrapa, do Mapa e da Conab na Expointer 2025, foi realizada a cerimônia de lançamento de tecnologias e a assinatura de parcerias para o desenvolvimento de pesquisas e sua adoção pelo setor produtivo. O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, visitou o espaço e conheceu as novidades, reforçando o apoio do Mapa à Empresa. O diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa, Clenio Pillon, foi o anfitrião da solenidade. Segundo ele, o lançamento é uma oportunidade de se conectar com os agricultores e o mundo urbano a fim de reforçar o papel da pesquisa agropecuária, trazendo uma série de soluções para diferentes cadeias produtivas. Ele afirmou que as quatro Unidades localizadas no Rio Grande do Sul participaram da Expointer mostrando a agenda concreta e robusta de pesquisa da Embrapa. “A Expointer é um espaço de articulação, de trabalhar novas oportunidades para o agro nacional, com possibilidade de qualificar políticas públicas que atendam às diferentes demandas. Cada vez mais é fundamental trabalhar com plataformas de cooperação, compartilhando estruturas, competências, mas com entregas muito sólidas e muito concretas que dialogam fortemente com estas agendas. É um novo momento, momento de construir grandes alianças que beneficiem a sociedade”, disse Pillon. Lançamento de tecnologias A cerimônia de lançamento contou com três resultados de pesquisa ligados à fruticultura, especialmente às culturas da uva e da maçã; e o lançamento de publicação com recomendações para mitigar riscos de chuvas extremas nas encostas da Serra Gaúcha. A Embrapa lançou a primeira seleção de vinhos da cultivar BRS Lorena, uva 100% nacional, resultante do programa de melhoramento genético Uvas do Brasil. A iniciativa busca valorizar o sabor brasileiro dos vinhos e sucos elaborados com a BRS Lorena, ampliar as oportunidades de mercado e promover o trabalho das vinícolas participantes. As amostras serão avaliadas às cegas por especialistas, com premiação em diferentes categorias, reconhecendo a excelência dos produtos com medalhas de prata, ouro e grande ouro. A cerimônia de seleção e premiação será realizada na sede da Embrapa Uva e Vinho, em Bento Gonçalves (RS), em dezembro. A tecnologia tem o apoio da Emater-RS/Ascar; Instituto de Gestão, Planejamento e Desenvolvimento da Vitivinicultura do RS (Consevitis); campus Bento Gonçalves do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia; Sebrae/RS; e Sicredi Serrana RS/ES. Foi lançado também o aplicativo Irrifert, que orienta produtores de maçãs no manejo preciso da irrigação e da fertirrigação, transformando cálculos complexos em informações acessíveis para aumentar a produtividade e a qualidade das frutas. Disponível nas versões web e aplicativo android, em sua validação o Irrifert proporcionou aumento médio de 19% na produtividade da Gala e de mais de 50% na Fuji, e também frutos com maior calibre e qualidade. Além de otimizar recursos, reduzir custos e garantir colheitas mais rentáveis, apoia o produtor na tomada de decisão frente a desafios climáticos, promovendo o uso racional de água e insumos. O trabalho de pesquisa contou com a parceria da empresa Agrimar e as duas tecnologias foram desenvolvidas pela Embrapa Uva e Vinho. O pesquisador Gilmar Nachtigal apresentou a tecnologia para cultura da macieira e falou que o aplicativo é fácil e objetivo. “O retorno de investimento é rápido, ocorrendo no primeiro ou segundo ano de produção”, comentou Nachtigall. Ele pontuou as principais funcionalidades do Irrifert, destacando que este utiliza informações técnicas de mais de dez anos de pesquisa com irrigação e fertirrigação, validadas em pomares comerciais. Sua principal funcionalidade é transformar cálculos complexos, necessários para utilizar a irrigação e a fertirrigação, em uma forma fácil e prática de manejo da água e nutrientes para os pomares de maçãs. Para o manejo da irrigação, o aplicativo permite irrigar na quantidade certa e na hora certa, evitando desperdícios, enquanto que para o manejo da fertirrigação, permite que os nutrientes sejam aplicados de forma controlada, conforme a necessidade da planta em cada fase de desenvolvimento. Na solenidade também foi lançado o documento Diagnóstico e Proposições para Mitigar Riscos de Chuvas Extremas na Serra Gaúcha. Liderado pela Embrapa Uva e Vinho, é resultado de uma plataforma colaborativa entre sete Unidades da Embrapa, localizadas nos estados do Sul, e do Plano Recupera Rural RS, que busca promover a recuperação e a resiliência dos sistemas produtivos gaúchos. A partir de amplo levantamento de dados e informações, análises e descrições diagnósticas sobre a catástrofe climática de 2024 no Rio Grande do Sul, a publicação indica ações técnicas e propostas de políticas públicas para a recuperação e mitigação de riscos de chuvas extremas na Serra Gaúcha. O ministro Carlos Fávaro recebeu um exemplar ao visitar o espaço. Assinatura de protocolos de intenções Foram assinados quatro protocolos de intenções entre a Embrapa e parceiros: Embrapa X Federarroz A Embrapa Clima Temperado e a Federação das Associações de Arrozeiros do Estado do Rio Grande do Sul (Federarroz) assinaram um protocolo de prorrogação da parceria para realização do evento da Abertura Oficial da Colheita do Arroz e Grãos em Terras Baixas por mais dez anos, de 2026 a 2036, na Estação Experimental Terras Baixas, em Capão do Leão (RS). Assinaram o documento o diretor Clenio Pillon e o presidente da Federarroz, Denis Dias Nunes. “O evento é um agregador de tecnologias e inovações para cultura do arroz e há muito o que fazer pelas Terras Baixas, queremos tornar o evento cada vez maior”, disse Nunes. Embrapa X APIL A segunda assinatura foi realizada entre a Embrapa Clima Temperado e a Associação das Pequenas e Médias Indústrias de Laticínios do RS, a APIL, e a Superintendência do Mapa no RS. A parceria visa a criação de um ambiente colaborativo de inovação dedicado ao desenvolvimento tecnológico e a transferência de tecnologias para qualificar os sistemas de produção de leite, em consonância com o Programa de Qualificação de Fornecedores de Leite, com ênfase nas boas práticas agropecuárias. O objetivo é otimizar a qualidade do leite no RS, e em especial, aproximar os programas Mais Leite Saudável, do Mapa, e Leite Seguro, da Embrapa. A parceria se propõe a estimular a adoção de soluções tecnológicas nacionais avançadas em sistemas de produção de leite, por meio do compartilhamento de projetos, competências, infraestrutura, recursos e parcerias. Assinaram o protocolo de intenções o diretor Clenio Pillon, o chefe da Embrapa Clima Temperado, Leonardo Ferreira Dutra, e o presidente da APIL, Humberto Doering Brustolin. “Ao representarmos 44 indústrias em diferentes regiões do estado gaúcho, envolvendo mais de sete mil pessoas e sendo responsáveis por 67% da produção de queijo, nossa intenção é que a APIL se torne parceira da Embrapa para tornar o País em um grande player exportador de leite”, falou. Embrapa X IFSul A terceira assinatura ocorreu entre a Embrapa Clima Temperado e o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-rio-grandense, o IFSul. A parceria é voltada a tematicas ligadas à agricultura familiar e à agroecologia, de maneira a viabilizar a formação de alunos do IFSul junto a Embrapa, realizando treinamentos em Agroecologia e formalizando a participação do Instituto no evento Agroecologia 2025, realizado pela Embrapa Clima Temperado. O compromisso firmado também assume a atuação conjunta para obtenção da indicação geográfica (IG) dos doces coloniais de Morro Redondo/RS, para criação de um comitê de crise climáticas e para facilitação da aquisição de produtores da agricultura familiar para a alimentação escolar, por meio da participação do Fórum da Agricultura Familiar da Região Sul do RS. O documento foi assinado pelo diretor Clenio Pillon, pelo chefe-geral da Embrapa Clima Temperado, Leonardo Ferreira Dutra, e pelo diretor de relações com a sociedade do IFSul, Julio Cesar Mesquita Ruzicki. Embrapa X SEMA O diretor Clenio Pillon, o chefe-geral da Embrapa Pecuária Sul, Fernando Cardoso, e a secretária do Meio Ambiente e Infraestrutura do Rio Grande do Sul, Marjorie Kauffmann, assinaram um protocolo de intenções voltado ao desenvolvimento e à implementação de pesquisas e tecnologias capazes de mitigar as emissões de gases de efeito estufa pela pecuária no Rio Grande do Sul. A iniciativa busca alinhar inovação científica com políticas públicas, criando mecanismos para valorizar a pecuária sustentável e contribuir para a agenda de descarbonização da produção de carne bovina. Entre as ações previstas está a validação dos protocolos de certificação das marcas-conceito da Embrapa — Carne Carbono Neutro (CCN), Carbono Nativo (CN) e Carne Baixo Carbono (CBC) —, adaptados à realidade do Rio Grande do Sul. Segundo a secretaria Marjorie, com a pesquisa da Embrapa já foi possível avançar bastante no processo de descarbonização da agropecuária no estado. “E temos certeza que podemos ir muito mais além, por isso essa parceria entre a Sema e a Embrapa é essencial para que possamos buscar uma agropecuária mais sustentável no Rio Grande do Sul”, ressaltou.