A presidente Silvia Massruhá participou na manhã do dia 27 de videoconferência com o embaixador do Brasil na Etiópia, Jandyr Santos. O objetivo foi apresentar formalmente o pesquisador José Ednilson Miranda, da Embrapa Algodão e cedido para Assessoria de Relações Internacionais (Arin), como representante da Empresa que vai atuar no Escritório de Cooperação do Ministério das Relações Exteriores (MRE) em Adis Abeba, capital etíope, de 1º de setembro até 31 de agosto de 2026. Hoje, Adis Abeba é a sede da União Africana, organismo internacional formado pelos 55 Estados-membros que compõem os países do continente africano, e da Comissão Econômica das Nações Unidas para a África (Uneca). “A partir de agora, e em função da demanda do Governo Federal, relacionada à cooperação com países africanos, a Embrapa estará ainda mais presente nessa cooperação de extrema importância para os países”, disse a presidente da Embrapa. “Vários encaminhamentos já foram feitos em diversas oportunidades de intercâmbio com pesquisadores africanos no Brasil e durante a vinda da delegação de ministros da Agricultura da África, no sentido de ser elaborado um projeto mais estruturante que fortaleça essa parceria”. O embaixador Jandyr Santos agradeceu o empenho das equipes e destacou a importância do acordo que possibilitará a consolidação de ações em benefício do combate à fome e pela segurança alimentar, com o apoio da pesquisa agropecuária. “A embaixada está à disposição para contribuir com a intermediação junto ao governo etíope no que for necessário para a efetivação dos trabalhos”, afirmou, ressaltando a presença da pesquisadora da Embrapa, Fabiana Villa Alves, atual adida agrícola em Adis Abeba, responsável por identificar oportunidades de comércio, investimento e cooperação para o agronegócio brasileiro. Para o pesquisador Ednilson Miranda, o plano de trabalho a ser desenvolvido durante o período da cooperação prevê treinamento de pesquisadores africanos em unidades de pesquisa da Embrapa no Brasil; ações relacionadas a Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC) e plataformas digitais adaptadas à realidade regional; capacitação institucional e ainda o intercâmbio de material disponível no Banco de Ativos de Germoplasma. “São apenas algumas das iniciativas já previstas, mas com possibilidade de incorporação de novas demandas que surjam”, explicou. Melhoramento genético vegetal e animal, práticas agrícolas sustentáveis, manejo de pragas, organização de cadeias produtivas, fertilização e correção de solos ácidos, recuperação de áreas degradadas, manejo florestal, biotecnologia e agricultura digital, regenerativa e de baixo carbono, estão entre as áreas com potencial que consolidam a Embrapa como parceiro estratégico para o desenvolvimento do continente africano. Estiveram presentes à reunião a ministra da Agência Brasileira de Cooperação do Ministério das Relações Exteriores (ABC/MRE), Andreia Rigueira (chefe de Gabinete), acompanhada pelos conselheiros Paulo Joppert e Antônio Junqueira, Larissa Costa (MRE), Marcelo Morandi, Jane Simoni, Paulo Galerani e Valéria Panno, representantes da Assessoria de Relações Internacionais da Embrapa, e Sibelle Costa, da assessoria da Presidência. Sobre o pesquisador Ednilson Miranda José Ednilson Miranda possui graduação em Engenharia Agronômica pela Universidade Estadual de Londrina, mestrado em Zootecnia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho e doutorado em Agronomia pela mesma universidade. Na produção de ciência e tecnologia, tem larga experiência na área de entomologia, atuando nos temas de manejo integrado de pragas do algodoeiro, controle químico, controle biológico e plantas inseticidas. Pesquisador da Embrapa Algodão há 22 anos, possui sólida trajetória em elaboração e execução de pesquisas inovadoras e comprovada capacidade de articulação internacional. Na trajetória profissional na Embrapa, Miranda participou como membro do corpo técnico de várias missões em projetos de cooperação técnica do Brasil com países da África e da América do Sul. Entre abril de 2009 e dezembro de 2014, esteve vinculado ao Comitê Gestor dos projetos Coton-4 e Shire-Zambeze (no Brasil e na África) e de missões de prospecção dos Projetos Cotton Victoria e Zimbabwe. Histórico de cooperação bilateral Ao longo dos anos, a Embrapa tem um histórico de várias iniciativas desenvolvidas em cooperação com países africanos. Entre 2006 e 2016, a representação da Empresa na África, em Acra, Gana, coordenou, em parceria com a ABC/MRE, projetos técnico-científicos voltados ao desenvolvimento da agricultura regional. As principais áreas de atuação foram sanidade vegetal e animal, recuperação de solos degradados e desenvolvimento de sistemas de produção sustentáveis, entre outras, além de ações como o Programa de Cooperação Tripartida para o Desenvolvimento Agrícola da Savana Tropical (ProSavana) e o Projeto Regional de Fortalecimento do Setor Algodoeiro (Cotton Shire-Zambeze) em Moçambique e Malaui; apoio ao Desenvolvimento do Setor Algodoeiro dos Países do C-4 (Cotton-4) na África Ocidental, o Projeto Muralha Verde no Senegal e o Programa de Desenvolvimento de Regiões Irrigadas e Políticas de Apoio à Agricultura Familiar de Angola. Saiba mais sobre a seleção do pesquisador e o acordo que viabiliza a volta da representação da Embrapa na África.