08/07/25 |   Transferência de Tecnologia

Tanques de peixes do módulo do Sisteminha são entregues a comunidades quilombolas de Alcântara

Informe múltiplos e-mails separados por vírgula.

Foto: Flávia Almeida

Flávia Almeida -

Com foco no fortalecimento da segurança alimentar e no estímulo à produção sustentável de alimentos, foi concluída a primeira etapa da instalação de 79 unidades do Sisteminha Embrapa em territórios quilombolas impactados pela instalação da Base Espacial de Alcântara, com o apoio do Governo Federal, Instituto Federal do Maranhão (IFMA) e do Ministério da Igualdade Racial.

A última capacitação dessa etapa foi realizada na comunidade de Santa Maria, com foco na criação de peixes. Participaram 21 moradores de comunidades vizinhas, que receberam os tanques de pescado e todos os insumos necessários para iniciar a produção. Esta foi a nona e última capacitação prevista nesta fase do Projeto de Assistência Técnica e Extensão Rural.

As próximas etapas envolvem a instalação dos demais módulos do Sisteminha: galinheiro, horta, minhocário e composteira. As formações são conduzidas pelo próprio criador da tecnologia, o pesquisador da Embrapa Maranhão Luiz Guilherme, que acompanha de perto a implantação nos territórios atendidos.

Luiz Guilherme, conta ainda como foi participar desse momento:

“Aqui em Alcântara, essa ação representa mais do que a infraestrutura. É um passo concreto na direção da autonomia produtiva, da segurança alimentar e do fortalecimento das mulheres e lideranças comunitárias. Eu agradeço a todos os parceiros envolvidos e reforço que o Sisteminha está à disposição para seguir construindo caminhos de dignidade e produção com quem mais precisa.”

 

O papel dos multiplicadores

  Além de servidores do IFMA, o projeto conta com a participação de multiplicadores que são do território quilombola. Com o Sisteminha, famílias quilombolas passam a contar com uma solução acessível e eficaz para enfrentar os desafios da insegurança alimentar, ao mesmo tempo em que fortalecem suas práticas tradicionais e a resiliência dos sistemas produtivos locais.
 

Os tanques de peixes são utilizados coletivamente pelas famílias. O agricultor Francisco Brito é morador da comunidade Vista Alegre e conta que já tem atuado como multiplicador na região. “Algumas pessoas têm perguntado como elas podem fazer para ter um tanque. E a gente pode assessorar em algumas coisas que tem aprendido aqui”, comenta.

Famílias das primeiras comunidades atendidas pelo projeto já estão no segundo ciclo de criação de tilápia – que passa pelo recebimento de alevinos (filhotes) e pelas fases de recria e engorda. Na comunidade Quero Ver, a agricultora Raimunda Viana comemora os resultados: “Melhorou muito, porque às vezes a gente não tem o dinheiro, mas tem o peixe para comer, dividir com os amigos ou vender. E assim a gente já consegue comprar algum benefício para dentro de casa”.

A coordenadora do Projeto de Assistência Técnica e Extensão Rural, Josinalva Pereira, também compartilha seu otimismo com relação às ações. “O projeto tem um grande potencial de ter êxito, porque as pessoas têm recebido com grande entusiasmo”, pontua. Ela relembra que o diálogo inicialmente não foi fácil, mas que os articuladores na comunidade tiveram um papel fundamental para o sucesso das tratativas.

“Além de servidores do IFMA, o nosso projeto conta com a participação de articuladores que são do território quilombola. Eles facilitaram a mediação entre a nossa equipe e as comunidades, principalmente na primeira fase que foi a elaboração do Plano de Gestão Territorial e Ambiental do Território Quilombola”, explica.

 

Plano de Gestão Territorial e Ambiental

Um dos principais objetivos do Projeto de Assistência Técnica foi a construção coletiva do Plano de Gestão Territorial e Ambiental do Território Quilombola de Alcântara, planejamento que definiu como o Ministério da Igualdade Racial deve investir os R$ 30 milhões destinados às comunidades. O recurso está sendo liberado por partes, com a assinatura de Termos de Execução Descentralizada (TEDs) para que o IFMA execute as ações.

O primeiro TED prevê, além da construção dos 79 sisteminhas, a instalação de 10 usinas de energia solar. Um segundo TED foi assinado no segundo semestre de 2024, dando início a um novo ciclo de entregas e capacitações que incluem o desenvolvimento de uma cadeia produtiva de pesca e mariscos, produção de farinha, agroindústria de beneficiamento de frutas e produção de pequenos animais – estimulando também a criação de cooperativas e associações.

Para a coordenadora do Movimento Atingidos pela Base Espacial de Alcântara (MABE), Dorinete Serejo, todos os investimentos e o compromisso com a titulação do território quilombola são fruto de anos de luta. “A execução desses R$ 30 milhões é uma forma de esperança, das pessoas acreditarem que não lutaram em vão. Elas vão receber um título de terra, que será coletivo, e junto com isso vão receber também as condições de se manterem no território”, destaca.

Assessoria de comunicação
IFMA

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/

Galeria de imagens

Encontre mais notícias sobre:

sisteminha