Três pesquisadores da Embrapa Territorial participaram do Simpósio Latino-Americano e Caribenho de Pesquisa de Carbono do Solo (LAC Soil Carbon) 2025, realizado no Rio de Janeiro, RJ, de 25 e 28 de junho. Carlos Ronquim e Lauro Rodrigues Nogueira Junior apresentaram resultados de pesquisas do centro de pesquisa sobre estimativa de estoque de carbono no solo. José Dilcio Rocha, por sua vez, integrou o painel de especialistas no workshop “Carbono no Solo: Biochar como Solução para uma Agricultura Sustentável”. Carbono no solo do cinturão citrícola Lauro apresentou os resultados de uma pesquisa realizada em cinco propriedades do cinturão citrícola de São Paulo e Minas Gerais. O estudo estimou o estoque de carbono orgânico no solo tanto em pomares de laranja com mais de 15 anos quanto em áreas adjacentes de vegetação nativa. Para tanto, foram realizadas coleta e análise de amostras de solo, abrangendo as camadas de 0 a 30 cm de profundidade. Os dados mostraram que as áreas com vegetação nativa apresentam maior estoque médio de carbono no solo de 40,1 toneladas por hectare, enquanto as áreas com laranjais registram 32,27 toneladas por hectare. Carbono no solo do cafezais das Matas de Rondônia Ronquim apresentou a estimativa de estoques de carbono orgânico no solo em lavouras de café da região das Matas de Rondônia, maior produtora da cultura na Amazônia. Os cálculos foram feitos a partir de imagens de satélite e mapas de carbono disponibilizados pelo MapBiomas. A estimativa apontou um estoque total de 1,15 milhão de toneladas de carbono nos 34.447 hectares ocupados por cafezais, com média de 33,24 toneladas por hectare. O estudo também simulou um cenário de boas práticas agrícolas, sugerindo que a adoção de manejos sustentáveis poderia aumentar esse estoque em até 611 mil toneladas. Atualmente, levantamentos in loco estão em andamento para validar os resultados obtidos por sensoriamento remoto. Biochar No workshop, Dilcio falou sobre suas experiências na produção e testes de uso do biochar, um produto com alto teor de Carbono gerado a partir do processamento térmico de diferentes biomassas e utilizado como condicionador de solo. Para o pesquisador, a tecnologia para obtenção do produto está consolidada, mas há ainda o desafio de ganhar escala de produção. E mostrou convicção de que os desafios científicos para expansão do uso do produto serão vencidos. “Eu não tenho dúvida nenhuma de que o biochar é uma solução para a agricultura mundial”. afirmou.