O pesquisador Carlos Reisser Júnior dedicou-se à Embrapa por longos 43 anos. Não foi sua primeira empresa de trabalho, mas foi com certeza a que lhe deu um sobrenome mais forte. Segundo ele, a partir de hoje, 2 de julho, ele assina os documentos de seu desligamento da Empresa e passa a ser somente o Carlos, não mais o Carlos da Embrapa. Ele diz que isso faz toda a diferença perante a sociedade e diante dos parceiros de trabalho. Ser da Embrapa traz prestígio, orgulho, respeito. E isso o Carlos também adquiriu pela condução de sua atuação profissional junto a todos os desafios diários na Empresa. Com suas particularidades e habilidades conduziu ao longo de sua trajetória um legado de conhecimentos a serem aplicados na utilização de estufas plásticas em algumas olerícolas e especialmente na cultura do morangueiro. Trouxe também novas tecnologias de uso para manejo eficiente da água para diferentes culturas agrícolas, assim como, o uso de irrigação e drenagem. Estudou melhorias para pulverização de culturas agrícolas, assim como de geração de energia fotovoltaica.Todas as pesquisas sempre buscaram eficiência ambiental e econômica para os produtores rurais. Ele procurou trabalhar a questão da qualidade da água e também de zoneamento agroclimático. Foi revisor de diversos periódicos, desenvolveu projetos de pesquisa nas áreas de irrigação, estufas plásticas, fruticultura de clima temperado e olericultura, relação planta-solo-atmosfera. Ainda participou de projetos de desenvolvimento e extensão junto a outras instituições, bancas examinadoras de trabalhos científicos, foi ministrante de disciplinas universitárias e publicou dezenas de artigos técnicos. Foi integrante de inúmeras bibliografias, destacando-se como parte da equipe editorial do Atlas Climático da Região Sul do Brasil: Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, onde foi possível elaborar mapas e zoneamento das principais características climáticas e agroecológicas da região de clima temperado do Brasil. De sorriso largo, fala tranquila e trabalho reconhecido, o pesquisador criou laços com profissionais de outras instituições e com colegas de convívio diário, criando memórias embrapiana pelos trabalhos realizados nos campos experimentais, em unidades de observação, em outros municípios e territórios. Carlos Reisser Júnior nos últimos dias de trabalho dirigiu algumas palavras sobre a aproximação deste novo momento de vida ao dizer que é um momento de finalizar um ciclo que determinou toda sua vida e espera aproveitar o tempo disponível para criar os mesmos momentos e oportunidades que teve durante sua vida na Embrapa. " Estarei sempre por perto para aproveitar os amigos e estar disponível. Agradeço àqueles que me ajudaram durante esse período e peço desculpas àqueles que não correspondi às expectativas. Agradeço a Embrapa por tudo que sou e espero que todos os colegas tenham a mesma sorte que tive dentro desta grande Empresa", disse.