Embrapa Agroindústria Tropical recebe selo de parceria do Programa Capacita Brasil/C-Jovem
Embrapa Agroindústria Tropical recebe selo de parceria do Programa Capacita Brasil/C-Jovem
Voltado para jovens cearenses, o Capacita Brasil/C-Jovem conta com a parceria de organizações públicas e privadas que atuam com tecnologias. A Embrapa Agroindústria Tropical (Fortaleza) integra a lista das empresas parceiras credenciadas para a fase de imersão do Programa em 2025. Entre os meses de março e junho nove estudantes realizaram imersão profissional para aprimoramento de conhecimentos técnicos, por meio de atividades práticas realizadas na execução de projetos da empresa, aprovados em Edital no âmbito do Programa.
O Capacita Brasil/C-Jovem investe na qualificação profissional de jovens cearenses, estudantes do ensino médio ou que estejam cursando até o terceiro ano do ensino superior. Criado pelo governo do Ceará, em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), o programa busca preparar esse público para o mercado de trabalho, por meio de cursos na área de tecnologia como programação iOS, computação em nuvem, infraestrutura de redes 5G, Ciências de Dados e Desenvolvimento Full Stack (desde a interface com o usuário (front-end) até a lógica do servidor, banco de dados e outras funcionalidades (back-end), e outras áreas do conhecimento como saúde e contabilidade.
As atividades do Capacita Brasil/C-Jovem são coordenadas pela Universidade Estadual do Ceará (UECE) e pelo Instituto Atlântico, com apoio da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior (Secitece), Secretaria da Educação (Seduc) e outras instituições. A parceria com a Embrapa no processo de imersão profissional dos estudantes demonstra o compromisso da empresa com a formação de novos profissionais para o mercado de trabalho.
Selo Imersão
A fase de imersão do programa Capacita Brasil/C-Jovem é um período de prática profissional, onde os estudantes aplicam os conhecimentos adquiridos em cursos EAD na execução de projetos de empresas parceiras. A Embrapa Agroindústria Tropical aprovou dois projetos em Edital do Programa, lançado no primeiro semestre de 2025, para a fase de imersão profissional na área de Tecnologia da Informação. As propostas de projetos foram articuladas junto à área de Transferência de Tecnologias da Unidade e a aprovação credenciou a empresa para receber o selo de parceira no processo de imersão do Programa. A partir das demandas dos projetos, os alunos foram selecionados para a realização de atividades práticas no desenvolvimento das tecnologias previstas como resultados.
Gabriela Chaves, supervisora pedagógica do Instituto Atlântico, explica que os alunos contemplados na fase de imersão dedicam, em média, 10 horas semanais para desenvolvimento dos projetos junto às empresas parceiras, durante um período de 12 semanas (3 meses), com atividades supervisionadas.
“Os estudantes lidam com situações concretas, que exigem conhecimentos técnicos adquiridos em sala de aula, em um contexto real de trabalho e interação com profissionais do setor de tecnologias. Além disso, desenvolvem competências socioemocionais e de comunicação, fundamentais para a entrada nesse mercado. Por outro lado, as empresas têm a oportunidade de se aproximar de novos talentos em formação, contribuir para sua qualificação e, ao mesmo tempo, receber soluções inovadoras, sem custos”, afirma.
Calculadora dinâmica
Um dos projetos aprovados para a fase de imersão do Capacita Brasil/C-Jovem contou com a participação de quatro estudantes no desenvolvimento de uma calculadora de custos de implantação e manutenção de pomares de cajueiro, ferramenta que será agregada ao Hub Caju, site construído pela Embrapa Agroindústria Tropical, que disponibiliza informações sobre cajucultura. Os participantes da imersão são alunos do curso Desenvolvimento Full Stack, ofertado pelo programa Capacita Brasil / C-Jovem e executado pelo Instituto Atlântico.
De acordo com a analista da Embrapa, D'Avila Mendes, coordenadora do projeto, atualmente, a simulação desses custos pode ser feita em planilhas Excel, no entanto, como a maioria dos usuários acessa o Hub Caju via dispositivos móveis, é necessário transformar essas ferramentas em uma solução web responsiva e intuitiva, que facilite a obtenção dessas informações essenciais para o produtor rural, de forma interativa e dinâmica, pelo celular. O projeto foi executado, com alcance de resultados. O próximo passo é incluir a solução tecnológica no servidor da Unidade para, posteriormente, ser disponibilizada no Hub Caju.
“Esse tipo de experiência oferece aos estudantes uma oportunidade excepcional de desenvolvimento profissional, pela possibilidade de trabalhar em um projeto com impacto direto no setor produtivo, desenvolvendo soluções para problemas reais. Além disso, a conversão de ferramentas analógicas para o ambiente digital é uma competência altamente valorizada no mercado e o desenvolvimento full stack da tecnologia, com aplicação prática de conhecimentos tanto em front-end (HTML5, CSS3, JavaScript, frameworks responsivos) quanto em back-end (lógica de cálculos, manipulação de dados), permite aprimorar ainda mais o aprendizado dos alunos. Esperamos fortalecer a parceria com o programa Capacita Brasil/C-Jovem, aprovando novos projetos no próximo Edital de imersão, que será lançado no segundo semestre de 2025”, explica a analista.
Segundo Gabriela Chaves, os estudantes atuaram em grupo e de forma colaborativa para atender às demandas apresentadas. A dinâmica se baseou na metodologia de resolução de problemas reais, com um encontro inicial com a equipe da Embrapa, onde foram apresentados os objetivos e desafios do projeto. A partir daí, os encontros aconteciam semanalmente, para avançar no desenvolvimento da tecnologia, sempre com apoio remoto de um facilitador do projeto. Além disso, as conversas mensais de acompanhamento com o supervisor da empresa, garantiram alinhamento contínuo e trocas construtivas sobre andamento das atividades e as entregas”, ressalta.
Base de dados sobre impactos do turismo comunitário
O segundo projeto possibilitou a imersão de cinco alunos em Ciências de Dados. O grupo de estudantes, coordenado pela Universidade Estadual do Ceará (UECE), colaborou na construção de uma base de dados sobre os impactos do turismo de base comunitária em Sergipe, Pernambuco e Alagoas. Os alunos, em maioria graduandos da área de Tecnologia da Informação, reorganizaram as informações coletadas pela pesquisa, inicialmente disponibilizadas em planilha excel, em uma base de dados. A partir desta reorganização, produziram dashboards, ou seja, painéis visuais que contém informações, métricas e indicadores resultantes da pesquisa.
“Essa base de dados e os painéis construídos representam avanços significativos na organização e apresentação dos resultados da avaliação de impactos, permitindo à equipe do projeto análises mais abrangentes e estruturadas. Os resultados do projeto foram entregues na última semana de junho e serão disponibilizados em breve, para livre acesso. A partir da disponibilização poderemos avançar nas análises, uma vez que a estrutura apresentada pelos alunos permite comparações entre os territórios e entre os indicadores de impacto, dando maior flexibilidade ao tratamento dos dados e trazendo novas perspectivas para uso destas informações em novos projetos e na proposição de políticas públicas associadas ao Turismo de Base Comunitária (TBC) em Sergipe, Alagoas e Pernambuco”, destaca o analista Renato Manzini, coordenador do projeto.
Segundo Manzini, contar com o apoio de um grupo motivado, dotado de competências em Ciência de Dados, inexistentes na equipe do projeto, ajudou a resolver um problema que limitava a capacidade de analisar os dados da pesquisa. Além disso, a presença constante de um professor coordenador garantiu direcionamento e suporte durante todo o processo, fundamental para o alcance dos resultados esperados. Para os alunos, foi uma oportunidade de trabalhar com dados reais de pesquisa e de estar em contato com um tema tão relevante, no caso, o desenvolvimento territorial, trabalhado pelo viés do Turismo de Base Comunitária.
Ainda de acordo com Manzini, a conexão entre a equipe do projeto e o grupo da UECE possibilitou colocar todos os alunos em um mesmo campo de trabalho, agregando diferentes áreas de conhecimento em prol de objetivos comuns. “Acredito que essa estratégia ajudou esses jovens a se perceberem como parte da equipe do projeto e também elevou suas expectativas sobre a importância do seu trabalho para os resultados da pesquisa”, enfatiza.
Impactos da imersão
Na avaliação do professor da UECE, Lucas Alves, supervisor do grupo de alunos e responsável por alinhar o direcionamento técnico e acompanhar o andamento geral do projeto para desenvolvimento da base de dados sobre Turismo de Base Comunitária, no trabalho colaborativo é importante assegurar que as entregas estejam condizentes com as expectativas e necessidades da instituição parceira e a execução ocorra dentro da capacidade de atendimento dos alunos. “Um dos relatos mais frequentes é o sentimento de despreparo para enfrentar situações reais do mercado de trabalho. Este projeto proporcionou aos alunos a oportunidade de atuar no atendimento de uma demanda concreta, contribuindo para o desenvolvimento técnico e fortalecimento da autoconfiança dos participantes”, comenta.
Para o estudante Joéliton Oliveira, a etapa de imersão do Capacita Brasil/C-Jovem transformou a sua trajetória profissional. Ele participou, principalmente, da construção de um dashboard visual e dinâmico, utilizando linguagem Python e a biblioteca Streamlit. Esse painel permite que o usuário explore os dados de forma personalizada, selecionando cidades, tipos de impacto (econômico, social e ambiental), percepções (positiva ou negativa), intensidades (fraco, moderado ou forte) e indicadores específicos como geração de renda ou poluição dos rios.
"O projeto de imersão em Ciências de Dados vai além de um exercício técnico, unindo ciência, tecnologia e impacto social. Foi emocionante perceber como o cruzamento dessas variáveis pode contar histórias poderosas sobre a percepção das comunidades em relação ao turismo local. Mais do que codificar, aprendi a transformar dados em conhecimento acessível. Pude aplicar, na prática, habilidades de programação, tratamento de dados e visualização interativa e compreender melhor a importância da tecnologia como ferramenta de apoio à formulação de políticas públicas. Essa vivência me abriu portas e já recebi convites para colaborar em outros projetos e isso me deixou mais confiante para seguir na área de ciência de dados”, afirma.
O estudante Jean Silva colaborou com a análise quantitativa e qualitativa dos dados do mesmo projeto, com foco na identificação de padrões de percepção das comunidades locais. Ele realizou a limpeza dos dados brutos da pesquisa, a normalização e estruturação desses dados para uso das ferramentas de análise. “Tenho experiência em suporte de TI, mas sempre tive vontade de conhecer a área de Ciência de Dados. A imersão me deu oportunidade de aprender linguagem Python e desenvolver habilidades de um cientista de dados. A TI é um mercado muito promissor e, no futuro, profissionais com esses conhecimentos e habilidades serão muito requisitados no mercado de trabalho. Quero aprender cada vez mais e mudar de área”, conclui.
Diva Gonçalves (Mtb-148/AC)
Embrapa Agroindústria Tropical
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