Pesquisadores com estudos vinculados ao Laboratório de Biologia Molecular da Embrapa Amazônia Ocidental participaram nos dias 24 e 25 de julho do I Simpósio Microbiota Amazônica, em Manaus. O encontro teve o objetivo de compartilhar entre as equipes envolvidas, o andamento e avanço de pesquisas científicas realizadas com microrganismos obtidos no ambiente amazônico. Ao todo foram apresentados 36 trabalhos que tem em comum pesquisas dedicadas ao estudo da biodiversidade presente em espécies da microbiota do solo, da floresta e de rios da região amazônica. O simpósio foi uma estratégia para promover o intercâmbio entre pesquisadores envolvidos em três grandes projetos financiados pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), desenvolvidos no Laboratório de Biologia Molecular da Embrapa Amazônia Ocidental, e realizados em parceria com instituições de ensino e pesquisa como a Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) e o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). Os projetos são os seguintes: “MicroBioma Amazônico - Diversidade Microbiana, Bioprospecção e Resiliência frente às Mudanças Climáticas", coordenado pelo pesquisador da Embrapa Amazônia Ocidental, Gilvan Ferreira; “Rede Amazônica para Desenvolvimento de Insumos Biológicos destinados à Agricultura Sustentável e Biorremediação”, coordenado pelo pesquisador da UFMT, Marcos Soares; e o projeto “Preenchendo as Lacunas de Conhecimento sobre Microbiota Amazônica”, coordenado pela pesquisadora do Inpa, Albertina Pimentel Lima. Os projetos envolvem equipes com estudantes de graduação e pós-graduação, além de profissionais com mestrado, doutorado ou pós-doutorado, que desenvolvem estudos com enfoques científicos complementares em busca de prospectar, conhecer o potencial e desenvolver produtos biotecnológicos a partir de microrganismos da biodiversidade amazônica. O pesquisador Gilvan Ferreira, que coordena o Laboratório de Biologia Molecular da Embrapa Amazônia Ocidental, onde estão abrigadas atividades dos três projetos, explica que a proposta deste simpósio foi acompanhar o andamento das ações, socializar os avanços científicos e promover o intercâmbio entre os pesquisadores e os parceiros institucionais, em torno desses projetos que tem em comum objetivos voltados para utilizar a microbiota como fonte de soluções inovadoras para a agricultura, para a saúde e meio ambiente. “ Esses projetos têm uma gama de aplicações, principalmente na agricultura, buscando tanto moléculas quanto microorganismos capazes de resolver problemas agrícolas, como por exemplo, controle de patógenos, solução para biofertilizantes, onde microorganismos podem ser utilizados para resolver problemas como solubilização de fosfatos, ou sobre a produção de ácidos orgânicos que consigam melhorar a produção de diferentes fontes de minerais para a planta e fazemos também, a partir desses prospecção com foco na busca de moléculas novas que podem ser aplicadas aos mais diversos campos como a medicina, a agricultura e também na parte ambiental, como enzimas que consigam degradar poluentes. Para o professor da UFMT, Marcos Soares, o Simpósio Microbiota Amazônica trouxe resultados extremamente importantes. “Nós conseguimos ver o andamento dos projetos, as metas que foram atingidas e discutir novas fronteiras e novas metas que nós vamos executar agora nos próximos meses”, informou Soares, que coordena o projeto “Rede Amazônica para Desenvolvimento de Insumos Biológicos destinados à Agricultura Sustentável e Biorremediação” e envolve seis estados da Amazônia Legal. “O objetivo principal dessa equipe de pesquisadores é utilizar recursos microbianos e vegetais da Amazônia Legal para produzir bioinsumos para práticas agrícolas sustentáveis”, destaca Soares. Para o pesquisador do Inpa, William Ernest Magnusson, que é dos idealizadores e articulador das ações dos projetos, a ciência tem papel estratégico da ciência no uso sustentável dos recursos naturais da região e a integração desses projetos de pesquisa vem contribuir com isso, permitindo conectar informações sobre os microrganismos do solo com os macrorganismos do ambiente. O Simpósio Microbiota Amazônica contou com a apresentação de 36 trabalhos, durante os dias 24 e 25, no auditório do Programa de Pós-Graduação em Ecologia do Inpa. Também foi realizado o curso teórico-prático “Estimativas de biodiversidade microbiana”, ministrado pelo professor da UFMT Marcos Soares, atualizando sobre metodologias e técnicas sobre o tema, para a equipe de profissionais que atuam no Laboratório de Biologia Molecular. O curso iniciou dia 23 na Embrapa Amazônia Ocidental e terminou dia 26 no campus do Inpa