Programa busca padronizar análises de carbono do solo no Brasil, fortalecendo a qualidade dos dados e impulsionando o mercado de carbono no setor agropecuário A Embrapa Meio Ambiente abriu as inscrições para o terceiro ano do Ensaio de Proficiência em Carbono do Solo (EPCS), programa pioneiro que busca harmonizar metodologias de análise do carbono do solo em todo o Brasil. A iniciativa é fundamental para garantir a qualidade dos dados e impulsionar o promissor mercado de carbono no setor agropecuário. Lançado em 2023, o EPCS é coordenado pela Embrapa Meio Ambiente em parceria com a Bayer – Crop Science, por meio do projeto Pro Carbono. Em 2025, o programa se consolida como referência técnica para laboratórios que utilizam tanto metodologias baseadas em combustão seca (em analisadores CN, CHN ou similares) quanto técnicas alternativas, como espectroscopia no infravermelho próximo (NIR), espectroscopia por emissão ótica com plasma induzido por laser (LIBS), técnicas de magnetismo e espectroscopia Raman. A crescente demanda por quantificação do carbono no solo tem estimulado a ampliação desse serviço por laboratórios públicos e, sobretudo, privados. “A geração e comercialização de créditos de carbono gerados em projetos agronômicos e florestais já se materializa como forma de remuneração e incentivo à adoção de boas práticas de manejo na agricultura, para o combate ao desafio climático. O mercado voluntário de carbono opera há algum tempo e movimenta bilhões de dólares anualmente nesses projetos, enquanto o mercado regulado depende dos setores e do escopo de cada país”, explica Cristiano Andrade, pesquisador da Embrapa Meio Ambiente. Recentemente, o Brasil aprovou a Lei nº 15.042, de 11 de dezembro de 2024, que estabelece as bases para um mercado regulado de carbono no país. A nova legislação deve contribuir para o combate às mudanças climáticas e instaurar um processo econômico de monetização com base no carbono. O setor agropecuário, um dos poucos capazes de sequestrar carbono, deve ser incluído em breve. O sequestro de carbono no solo apresenta enorme potencial. Em geral, os projetos de carbono no solo envolvem atividades de mensuração, relato e verificação (MRV – Monitoring, Reporting and Verification), que se apoiam na análise de carbono no solo em áreas agrícolas. A exigência do mercado por sistemas de produção e produtos mais limpos impulsiona iniciativas para o sequestro de carbono, como já ocorre com biocombustíveis, fibras e proteína animal. Nesse cenário, é essencial que os laboratórios estejam capacitados a fornecer resultados confiáveis para o mercado de carbono e para outras formas de monetização baseadas em práticas agrícolas sustentáveis. Diferencial competitivo para laboratórios “A participação no EPCS credibiliza o sistema de geração das informações pelos laboratórios, melhora a qualidade dos resultados entregues aos clientes e pode ser um diferencial de mercado para o laboratório participante. Além disso, o ensaio de proficiência também auxilia o laboratório na validação de seu método de análise e identificação de possíveis divergências a serem corrigidas”, destaca Ruan Carnier, pesquisador associado ao projeto Embrapa-Bayer. Como participar Juliana Marcatto analista da Embrapa Meio Ambiente informa que laboratórios interessados podem se inscrever para a nova rodada do EPCS. A reunião técnica de apresentação do ciclo 2025 e inscrição dos participantes ocorrerá no dia 05 de junho de 2025, às 14:00, via Google Meet, pelo link https://meet.google.com/gmb-gxze-ufs. O programa é voluntário. Os participantes recebem amostras padronizadas para análise e os resultados são comparados estatisticamente. O desempenho de cada laboratório é avaliado de forma confidencial, com devolutivas técnicas individualizadas. Para mais informações sobre o EPCS, acesse os links das chamadas anteriores da Embrapa: Embrapa convida laboratórios para a primeira etapa do EPCS (2023) Embrapa inicia segundo ano do EPCS (2024)