Publicação reúne diagnóstico técnico e propostas estruturantes após a maior catástrofe climática já registrada no RS Um ano após a maior catástrofe climática já registrada no Rio Grande do Sul, a Embrapa apresenta um estudo técnico que revela a alta vulnerabilidade da Serra Gaúcha frente a eventos extremos e propõe um conjunto de ações integradas para reduzir riscos futuros. A publicação “Diagnóstico e proposições para mitigar riscos de chuvas extremas na Serra Gaúcha” será lançada oficialmente no dia 7 de maio, durante a solenidade de comemoração dos 52 anos da Embrapa, em Brasília (DF). O documento é uma entrega ligada ao Programa Recupera Rural RS. A publicação foi elaborada por uma equipe multidisciplinar da Embrapa Uva e Vinho (Bento Gonçalves-RS), Embrapa Florestas (Colombo-PR) e Embrapa Clima Temperado (Pelotas-RS), em parceria com diversas instituições, como Emater-RS, Instituto Federal do Rio Grande do Sul (Campus de Bento Gonçalves-RS) e Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do RS. As análises abordam desde aspectos climáticos e geológicos até impactos sociais e econômicos sobre a vitivinicultura, atividade predominante na região. Com base nessas análises, são propostas várias soluções envolvendo ações de pesquisa e transferência de conhecimentos e tecnologias, bem como políticas públicas focadas em promover resiliência e aumentar a sustentabilidade socioeconômica e ambiental da Serra Gaúcha. “Em um cenário de crescente frequência e intensidade de chuvas extremas, a tragédia evidenciou a urgência de ações estruturantes e integradas. Essa publicação representa um passo estratégico nesse caminho, pois a partir do diagnóstico elaborado, a equipe propôs um roteiro estratégico para o desenvolvimento dessas ações”, afirma o pesquisador Henrique Pessoa dos Santos, um dos editores técnicos da obra e chefe adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Uva e Vinho. Entre as medidas indicadas, o estudo propõe um conjunto de estratégias que vão além de medidas emergenciais. “O documento recomenda, por exemplo, a criação de linhas de crédito diferenciadas para produtores afetados, a necessidade de elaboração de um plano diretor específico para áreas rurais que priorize a segurança ambiental e, principalmente, a vida das famílias, a diversificação da produção agrícola e a construção de um programa de vitivinicultura de baixa emissão de carbono. Outra medida crucial destacada é a restauração florestal, que pode estar vinculada com mecanismos de pagamento por serviços ambientais”, resume Santos. Um dos principais pontos abordados é o mapeamento das áreas de maior risco geológico, onde a declividade acentuada e os solos rasos aumentam as probabilidades de deslizamentos frente a eventos de chuvas extremas. O estudo também revela a influência da ação humana, envolvendo construção de estradas rurais, desmatamentos e manejos inadequados do solo, que contribuem para intensificar riscos associados com processos erosivos. Segundo Emiliano Santarosa, supervisor de Setor de Implementação da Programação da Transferência de Tecnologia da Embrapa Florestas, "neste diagnóstico também são apresentados aspectos importantes de restauração florestal e adequação ambiental, considerando as características do relevo e solos, zonas de convergência hídrica, áreas de preservação permanente, gestão de propriedades rurais e bacias hidrográficas”. “As consequências socioeconômicas da catástrofe climática foram significativas, especialmente para muitos pequenos produtores rurais, que têm na viticultura a base principal da sua fonte de renda na nossa região. Perdas de áreas produtivas, danos a infraestruturas e riscos à segurança das famílias exigem medidas urgentes de apoio e reconstrução”. "Essa publicação se apresenta como um referencial dos impactos, sendo que a partir de agora vamos iniciar as ações práticas de intervenção/adaptação/mitigação dos efeitos e seu monitoramento", pontua o chefe-geral da Embrapa Uva e Vinho, Adeliano Cargnin, que ao longo da realização do estudo vem, em conjunto com a equipe, sensibilizando as autoridades e formadores de opinião para a importância dos resultados e proposições do estudo. “A intenção é articular junto ao setor produtivo, extensão rural e secretarias de agricultura a aplicação de tecnologias, tanto para as boas práticas agrícolas nos sistemas de produção quanto para restauração florestal e modelo sustentável da paisagem, incluindo pesquisa, capacitações e políticas públicas”, completa Santarosa. Para Clenio Pillon, diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa, a publicação representa um marco importante no compromisso da Embrapa com a ciência, a resiliência produtiva e a sustentabilidade ambiental. “Em um cenário de mudanças climáticas intensificadas, esta obra oferece um diagnóstico robusto e propostas concretas para apoiar a reconstrução e o fortalecimento das cadeias produtivas afetadas, especialmente na viticultura de encostas, bem como para subsidiar futuras políticas públicas com enfoque regional e/ou territorial”, destaca. Ele complementa que a iniciativa, que já vinha sendo construída por meio da Plataforma Colaborativa Regional, foi essencial para a rápida formulação do Programa Recupera Rural RS, reunindo esforços de diversas instituições parceiras. “Mais do que uma resposta ao evento climático extremo vivido em 2024, este livro é um instrumento de orientação técnica e política, voltado ao desenvolvimento de ações estruturantes e à construção de um futuro mais seguro e sustentável para o meio rural da Serra Gaúcha”, avalia Pillon. Destaques da publicação O trabalho teve como foco a microrregião de Caxias do Sul, que contém uma área total de cerca de 500 mil hectares e envolve 19 municípios. Abrangendo em torno de 33,5 mil hectares de vinhedos, esses municípios respondem por cerca de 85% da produção de uvas do estado do Rio Grande do Sul. Segundo destaca Santos, nessa região foram registrados 1267 hectares de deslizamentos de terra, com danos diretos em aproximadamente 300 hectares de vinhedos (em torno de 1% da superfície vitícola da região). Estes deslizamentos se concentraram em áreas com solos rasos e que apresentam em média 30% ou mais de inclinação, que são típicas áreas de encosta. A partir dessas características, destaca-se que os impactos potenciais podem ser muito altos, pois identificou-se que mais de 25% dos parreirais da Serra Gaúcha (aproximadamente 9 mil hectares) estão implantados em áreas de encosta, que apresentam inclinação superior a 30%. “São áreas muito susceptíveis aos riscos relacionados com deslizamentos, caso se repitam esses eventos climáticos extremos. E sabemos que as chances de eventos semelhantes ocorrerem novamente são elevadas”, analisa o pesquisador. Modelo de ocupação de encostas Em face deste cenário, um dos principais resultados apresentados nesta publicação é um modelo para readequação estrutural, visando o uso e a ocupação sustentável de áreas de encosta. Foram evidenciadas as principais causas dos impactos observados, com apontamentos de proposições de ajustes para minimizar riscos de futuros desastres, conforme figura abaixo: Paisagem atual das encostas patamarizadas, salientando-se fragilidades e incongruências de uso e ocupação dos solos (Crédito: Fábio Ribeiro dos Santos) Proposta para as encostas patamarizadas, detalhando-se os ajustes para favorecer a resiliência da paisagem frente a condições extremas de mudanças climáticas (Crédito: Fábio Ribeiro dos Santos). Segundo os pesquisadores José Fernando da Silva Protas e Joelsio José Lazzarotto, da área de socioeconomia da Embrapa e editores da publicação, os impactos vão além da estrutura produtiva, porque envolvem inúmeros danos ambientais, sociais e econômicos, muitos dos quais, inclusive, são imensuráveis. “A partir do diagnóstico, fizemos um estudo detalhado acerca dos principais impactos socioeconômicos. No entanto, é importante destacar que, pela dimensão da catástrofe, é praticamente impossível mensurar o valor exato e o tamanho desses impactos. O que temos absoluta certeza é que, para a implementação e, sobretudo, o sucesso das estratégias propostas no documento, é imprescindível o envolvimento e a colaboração efetiva de diversos setores da sociedade vinculados com órgãos governamentais, produtores, cooperativas e sindicatos rurais, empresas de assistência técnica e extensão rural e instituições de pesquisa e ensino”, destaca Lazzarotto. Plataforma Colaborativa e o Recupera Rural RS Esta publicação materializa o esforço colaborativo da rede de pesquisa da Plataforma Colaborativa Sul no diagnóstico dos danos causados pelo evento extremo ocorrido em 2024 e propõe recomendações estratégicas para a recuperação e o aumento da resiliência dos sistemas produtivos em áreas de encosta da Serra Gaúcha, com foco especial na viticultura. “Foi um trabalho realizado a muitas mãos e esperamos que seja útil a todos os agricultores e agricultoras, colegas da pesquisa e extensão e do poder público, cujo objetivo comum é a busca por sistemas alimentares mais produtivos, resilientes e sustentáveis”, finaliza Rosane Martinazzo, coordenadora da Plataforma Colaborativa Sul. A publicação está disponível para acesso gratuito no site da Embrapa. A Obra A publicação técnica “Diagnóstico e proposições para mitigar riscos de chuvas extremas na Serra Gaúcha”, conta com 110 páginas e foi elaborada por uma equipe multidisciplinar, composta por 16 autores vinculados a diversas instituições: Embrapa Uva e Vinho, Embrapa Florestas, Embrapa Clima Temperado, Instituto Federal do Rio Grande do Sul e Secretaria da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul. Os editores técnicos são os pesquisadores Henrique Pessoa dos Santos, José Fernando da Silva Protas e Joelsio José Lazzarotto, da Embrapa Uva e Vinho. O documento, além de análises aprofundadas sobre aspectos meteorológicos, geológicos, agrícolas e socioeconômicos, apresenta ações propositivas de curto, médio e longo prazo. Para tanto, o documento está estruturado em seis capítulos: Capítulo 1 – Análise dos dados meteorológicos na catástrofe climática de abril a maio de 2024 Esse capítulo detalha os eventos climáticos extremos ocorridos no Rio Grande do Sul, com foco na precipitação pluviométrica excessiva registrada entre abril e maio de 2024. São descritos e analisados os volumes excepcionais de chuva e sua concentração no estado, com destaque especial para a região da bacia hidrográfica do Rio das Antas, na Serra Gaúcha. Além disso, aborda questões fundamentais associadas com as mudanças climáticas, as quais podem ocasionar grandes impactos sobre áreas rurais e urbanas, como deslizamentos, alagamentos, perdas produtivas e danos à infraestrutura em geral. Capítulo 2 – Avaliação do relevo e identificação de áreas de risco geológico e impactadas pela catástrofe climática em 2024 Com o emprego de tecnologias de sensoriamento remoto e geoprocessamento, esse capítulo foca na avaliação dos riscos geológicos combinados com as chuvas intensas de abril e maio de 2024 na região da Serra Gaúcha, detalhando importantes questões de uso da terra e de classes de solos. Nessa perspectiva, a partir de análises de imagens de satélite, traz contribuições relevantes para identificar áreas de risco geológico com base em dados de altimetria e declividade. Além disso, cruzando dados de mapas associados com temáticas diversas (solos, geologia e uso e cobertura da terra), permite delimitar áreas afetadas e/ou sob potenciais riscos de alagamentos e escorregamentos na região e, que, portanto precisam ser monitoradas com atenção frente a eventos climáticos extremos. Capítulo 3 – Aspectos geológicos, geomorfológicos e pedológicos, processos erosionais e suas interatividades Tratando, sobretudo, de aspectos físicos da paisagem rural da Serra Gaúcha e suas interações com o regime hídrico, o capítulo, além de caracterizar a região, descreve os processos erosivos, o transporte de sedimentos, a formação de alagamentos e os riscos decorrentes de fragilidades dos solos rasos em áreas de encosta. Dentre outras contribuições, evidencia a necessidade de se levar em consideração questões chaves vinculadas ao relevo e à estrutura dos solos para o planejamento, a gestão e a exploração de áreas dessa paisagem. Capítulo 4 – Histórico de uso, ocupação e manejo do solo para viticultura nas áreas de encosta da Serra Gaúcha Nesse capítulo, são discutidos e analisados como o uso e a ocupação do solo, especialmente em áreas de encosta, vêm intensificando a vulnerabilidade da região frente a eventos extremos. Destacam-se, por exemplo, como práticas inadequadas de manejo e fragilidades no planejamento vitícola têm, ao longo do tempo, contribuído para a degradação de solos, bem como ampliado riscos de erosão e de instabilidades significativas nas áreas produtivas. Também são abordados problemas e falhas em infraestruturas rurais, como construções em áreas inadequadas, estradas mal posicionadas e sistemas de drenagem ineficientes . Capítulo 5 – Impactos socioeconômicos da catástrofe climática sobre a viticultura da Serra Gaúcha No capítulo 5 são mensurados e descritos importantes impactos sociais e econômicos decorrentes da catástrofe climática sobre a viticultura, que é a atividade agropecuária de maior relevância na Serra Gaúcha. Além de caracterizar a região em termos de perfis dos produtores rurais e explorações agropecuárias, são apresentados números que evidenciam a expressiva parcela da viticultura da região que está mais suscetível a sofrer grandes perdas, considerando o tipo de evento climático registrado em 2024. Diante dessas perdas, com impactos significativos diretos para amplo número de famílias de pequenos produtores rurais e com consequências muito negativas para a economia e o desenvolvimento regional como um todo, fica evidenciada a necessidade de implementação de ações emergenciais e estruturantes, com vistas a garantir, por exemplo, a continuidade sustentável e competitiva da atividade vitivinícola da Serra Gaúcha. Capítulo 6 – Proposições para os impactos de chuvas extremas na Serra Gaúcha Tendo como base o conjunto de análises e discussões apresentadas nos capítulos anteriores, este último capítulo tem como foco a apresentação de diversas proposições, organizadas em três grandes eixos: políticas públicas, transferência de tecnologia e aprimoramentos de sistemas de produção. Essas proposições, que têm como principal objetivo ampliar a capacidade de resiliência e a sustentabilidade de paisagens associadas com áreas de encosta, contemplam tanto a dimensão técnica, especialmente direcionada ao setor produtivo, quanto a dimensão de políticas públicas, abrangendo inúmeros aspectos vinculados com questões econômicas, sociais e ambientais. Construção em equipe Em maio de 2024, diante dos excessos de chuvas e danos observados na Serra Gaúcha, a equipe da Embrapa Uva e Vinho foi mobilizada para constituir um Grupo de Trabalho, sob a coordenação do pesquisador Henrique Pessoa dos Santos. Esse grupo, formalizado via Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Uva e do Vinho na manhã de 21/05/2024, contou com a participação (online) de mais de cinquenta representantes de diversas entidades, vinculadas a produtores rurais, instituições financeiras, de assessoramento técnico, de ensino e de pesquisa. A partir dessa formalização, foram organizadas diversas reuniões com entidades associadas ao setor rural e a vitivinicultura da Serra Gaúcha, como: Emater/RS, SENAR, Associação da Comissão Interestadual da Uva (ACIU), Instituto de Gestão, Planejamento e Desenvolvimento da Vitivinicultura do Estado do Rio Grande do Sul (Consevitis), Associação de Produtores de Sementes e Mudas do Rio Grande do Sul (APASSUL), Federação de Cooperativas Vinícolas do Rio Grande do Sul (Fecovinho), Sindicato Rural da Serra Gaúcha, Cooperativa Vinícola Garibaldi, Cooperativa Vinícola Aurora, Cooperativa Nova Aliança, Cooperativa Vinícola São João, Vinícola Salton, Tecnovin, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS/Campus Bento Gonçalves) e Centro Estadual de Diagnóstico e Pesquisa em Fruticultura (CEFRUTI/DDPA/SEAPI). Destaca-se que, nessas reuniões, atuaram, em conjunto, equipes técnicas da Embrapa Uva e Vinho, Embrapa Florestas e Embrapa Clima Temperado. As reuniões, que foram fundamentais visando o desenvolvimento de várias ações voltadas para a prospecção de dados e a realização de levantamentos de campo para o diagnóstico dos impactos na Serra Gaúcha, ocorreram no período de junho a agosto de 2024, e foram vinculadas à programação da Plataforma Regional Sul e ao Programa Recupera Rural RS. Viagens para os levantamentos foram realizadas pela equipe (Crédito: divulgação). A partir dos levantamentos de campo e do conjunto total de dados obtidos, as equipe das três unidades da Embrapa, do IFRS/BG e do CEFRUTI/DDPA/SEAPI trabalharam durante o período de setembro a novembro de 2024 no processamento de dados meteorológicos e de sensoriamento remoto do relevo, bem como em aspectos vinculados com geologia, geomorfologia e pedologia dos processos erosionais. Em paralelo, também foram analisadas questões associadas com uso e ocupação da terra e impactos socioeconômicos das áreas vitícolas impactadas pela catástrofe climática. Os resultados desse trabalho multidisciplinar e multiinstitucional culminaram com a análise e redação de um documento técnico amplo e robusto , visando a apresentação em um grande evento que ocorreu no dia 22 de novembro de 2024, no auditório da Embrapa Uva e Vinho, promovido pela Plataforma Colaborativa Sul em parceria com Emater-RS, Instituto Federal do Rio Grande do Sul-Campus BG e Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do Estado do Rio Grande do Sul. No referido evento foi apresentada a versão preliminar do livro, a qual foi repassada para representantes de entidades associadas ao setor produtivo da Serra Gaúcha para que, além de validarem os resultados, fizessem uma análise crítica no período de dezembro de 2024 a janeiro de 2025, apresentando possíveis questionamentos e sugestões que julgassem pertinentes no sentido de aprimorar o documento final. As manifestações encaminhadas foram positivas e referenciaram a obra como, além de um grande referencial técnico dessa catástrofe, sendo uma excelente base para futuras ações que busquem mitigar riscos futuros similares aos observados em abril e maio de 2024. Público participante da apresentação da versão preliminar (Crédito: Viviane Zanella) Coordenador Henrique e os representantes de entidades que receberam e validaram a publicação (Crédito: Viviane Zanella) Parte da equipe técnica responsável pela elaboração e editoração do documento (Crédito: Viviane Zanella) No período de fevereiro a abril de 2025, o livro tramitou nos âmbitos do Comitê Local de Publicações da Embrapa Uva e Vinho e da Supervisão Editorial da Embrapa, com revisões e ajustes finos até a obtenção do registro final em 30/04/2025. Esse foi o resumo da trajetória que levou ao registro e a organização das informações técnicas desse livro, o qual será lançado no dia 07/05/2025, na solenidade dos 52 anos da Embrapa, em Brasília-DF. Os editores agradecem a colaboração de todas as entidades envolvidas, principalmente à Emater-RS, ao Senar, à Associação da Comissão Interestadual da Uva (Aciu), à União Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra), à Associação Gaúcha de Vinicultores (Agavi), à Federação das Cooperativas Vinícolas do Rio Grande do Sul (Fecovinho), ao Sindicato Rural da Serra Gaúcha e ao Instituto de Gestão, Planejamento e Desenvolvimento da Vitivinicultura do Estado do Rio Grande do Sul (Consevitis). Cabe destacar também os apoios essenciais do programa Recupera Rural RS e da Plataforma Colaborativa Sul, bem como o empenho de cada autor, sem os quais não seria possível avançarmos nesse trabalho, que culmina na entrega desta importante obra para a sociedade.
Foto: Reprodução
Capa publicação
Publicação reúne diagnóstico técnico e propostas estruturantes após a maior catástrofe climática já registrada no RS
Um ano após a maior catástrofe climática já registrada no Rio Grande do Sul, a Embrapa apresenta um estudo técnico que revela a alta vulnerabilidade da Serra Gaúcha frente a eventos extremos e propõe um conjunto de ações integradas para reduzir riscos futuros. A publicação “Diagnóstico e proposições para mitigar riscos de chuvas extremas na Serra Gaúcha” será lançada oficialmente no dia 7 de maio, durante a solenidade de comemoração dos 52 anos da Embrapa, em Brasília (DF). O documento é uma entrega ligada ao Programa Recupera Rural RS.
A publicação foi elaborada por uma equipe multidisciplinar da Embrapa Uva e Vinho (Bento Gonçalves-RS), Embrapa Florestas (Colombo-PR) e Embrapa Clima Temperado (Pelotas-RS), em parceria com diversas instituições, como Emater-RS, Instituto Federal do Rio Grande do Sul (Campus de Bento Gonçalves-RS) e Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do RS. As análises abordam desde aspectos climáticos e geológicos até impactos sociais e econômicos sobre a vitivinicultura, atividade predominante na região. Com base nessas análises, são propostas várias soluções envolvendo ações de pesquisa e transferência de conhecimentos e tecnologias, bem como políticas públicas focadas em promover resiliência e aumentar a sustentabilidade socioeconômica e ambiental da Serra Gaúcha.
“Em um cenário de crescente frequência e intensidade de chuvas extremas, a tragédia evidenciou a urgência de ações estruturantes e integradas. Essa publicação representa um passo estratégico nesse caminho, pois a partir do diagnóstico elaborado, a equipe propôs um roteiro estratégico para o desenvolvimento dessas ações”, afirma o pesquisador Henrique Pessoa dos Santos, um dos editores técnicos da obra e chefe adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Uva e Vinho.
Entre as medidas indicadas, o estudo propõe um conjunto de estratégias que vão além de medidas emergenciais. “O documento recomenda, por exemplo, a criação de linhas de crédito diferenciadas para produtores afetados, a necessidade de elaboração de um plano diretor específico para áreas rurais que priorize a segurança ambiental e, principalmente, a vida das famílias, a diversificação da produção agrícola e a construção de um programa de vitivinicultura de baixa emissão de carbono. Outra medida crucial destacada é a restauração florestal, que pode estar vinculada com mecanismos de pagamento por serviços ambientais”, resume Santos.
Um dos principais pontos abordados é o mapeamento das áreas de maior risco geológico, onde a declividade acentuada e os solos rasos aumentam as probabilidades de deslizamentos frente a eventos de chuvas extremas. O estudo também revela a influência da ação humana, envolvendo construção de estradas rurais, desmatamentos e manejos inadequados do solo, que contribuem para intensificar riscos associados com processos erosivos. Segundo Emiliano Santarosa, supervisor de Setor de Implementação da Programação da Transferência de Tecnologia da Embrapa Florestas, "neste diagnóstico também são apresentados aspectos importantes de restauração florestal e adequação ambiental, considerando as características do relevo e solos, zonas de convergência hídrica, áreas de preservação permanente, gestão de propriedades rurais e bacias hidrográficas”.
“As consequências socioeconômicas da catástrofe climática foram significativas, especialmente para muitos pequenos produtores rurais, que têm na viticultura a base principal da sua fonte de renda na nossa região. Perdas de áreas produtivas, danos a infraestruturas e riscos à segurança das famílias exigem medidas urgentes de apoio e reconstrução”.
"Essa publicação se apresenta como um referencial dos impactos, sendo que a partir de agora vamos iniciar as ações práticas de intervenção/adaptação/mitigação dos efeitos e seu monitoramento", pontua o chefe-geral da Embrapa Uva e Vinho, Adeliano Cargnin, que ao longo da realização do estudo vem, em conjunto com a equipe, sensibilizando as autoridades e formadores de opinião para a importância dos resultados e proposições do estudo. “A intenção é articular junto ao setor produtivo, extensão rural e secretarias de agricultura a aplicação de tecnologias, tanto para as boas práticas agrícolas nos sistemas de produção quanto para restauração florestal e modelo sustentável da paisagem, incluindo pesquisa, capacitações e políticas públicas”, completa Santarosa.
Para Clenio Pillon, diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa, a publicação representa um marco importante no compromisso da Embrapa com a ciência, a resiliência produtiva e a sustentabilidade ambiental. “Em um cenário de mudanças climáticas intensificadas, esta obra oferece um diagnóstico robusto e propostas concretas para apoiar a reconstrução e o fortalecimento das cadeias produtivas afetadas, especialmente na viticultura de encostas, bem como para subsidiar futuras políticas públicas com enfoque regional e/ou territorial”, destaca.
Ele complementa que a iniciativa, que já vinha sendo construída por meio da Plataforma Colaborativa Regional, foi essencial para a rápida formulação do Programa Recupera Rural RS, reunindo esforços de diversas instituições parceiras. “Mais do que uma resposta ao evento climático extremo vivido em 2024, este livro é um instrumento de orientação técnica e política, voltado ao desenvolvimento de ações estruturantes e à construção de um futuro mais seguro e sustentável para o meio rural da Serra Gaúcha”, avalia Pillon.
Destaques da publicação
O trabalho teve como foco a microrregião de Caxias do Sul, que contém uma área total de cerca de 500 mil hectares e envolve 19 municípios. Abrangendo em torno de 33,5 mil hectares de vinhedos, esses municípios respondem por cerca de 85% da produção de uvas do estado do Rio Grande do Sul. Segundo destaca Santos, nessa região foram registrados 1267 hectares de deslizamentos de terra, com danos diretos em aproximadamente 300 hectares de vinhedos (em torno de 1% da superfície vitícola da região). Estes deslizamentos se concentraram em áreas com solos rasos e que apresentam em média 30% ou mais de inclinação, que são típicas áreas de encosta.
A partir dessas características, destaca-se que os impactos potenciais podem ser muito altos, pois identificou-se que mais de 25% dos parreirais da Serra Gaúcha (aproximadamente 9 mil hectares) estão implantados em áreas de encosta, que apresentam inclinação superior a 30%. “São áreas muito susceptíveis aos riscos relacionados com deslizamentos, caso se repitam esses eventos climáticos extremos. E sabemos que as chances de eventos semelhantes ocorrerem novamente são elevadas”, analisa o pesquisador.
Modelo de ocupação de encostas
Em face deste cenário, um dos principais resultados apresentados nesta publicação é um modelo para readequação estrutural, visando o uso e a ocupação sustentável de áreas de encosta. Foram evidenciadas as principais causas dos impactos observados, com apontamentos de proposições de ajustes para minimizar riscos de futuros desastres, conforme figura abaixo:

Paisagem atual das encostas patamarizadas, salientando-se fragilidades e incongruências de uso e ocupação dos solos (Crédito: Fábio Ribeiro dos Santos)

Proposta para as encostas patamarizadas, detalhando-se os ajustes para favorecer a resiliência da paisagem frente a condições extremas de mudanças climáticas (Crédito: Fábio Ribeiro dos Santos).
Segundo os pesquisadores José Fernando da Silva Protas e Joelsio José Lazzarotto, da área de socioeconomia da Embrapa e editores da publicação, os impactos vão além da estrutura produtiva, porque envolvem inúmeros danos ambientais, sociais e econômicos, muitos dos quais, inclusive, são imensuráveis. “A partir do diagnóstico, fizemos um estudo detalhado acerca dos principais impactos socioeconômicos. No entanto, é importante destacar que, pela dimensão da catástrofe, é praticamente impossível mensurar o valor exato e o tamanho desses impactos. O que temos absoluta certeza é que, para a implementação e, sobretudo, o sucesso das estratégias propostas no documento, é imprescindível o envolvimento e a colaboração efetiva de diversos setores da sociedade vinculados com órgãos governamentais, produtores, cooperativas e sindicatos rurais, empresas de assistência técnica e extensão rural e instituições de pesquisa e ensino”, destaca Lazzarotto.
Plataforma Colaborativa e o Recupera Rural RS
Esta publicação materializa o esforço colaborativo da rede de pesquisa da Plataforma Colaborativa Sul no diagnóstico dos danos causados pelo evento extremo ocorrido em 2024 e propõe recomendações estratégicas para a recuperação e o aumento da resiliência dos sistemas produtivos em áreas de encosta da Serra Gaúcha, com foco especial na viticultura.
“Foi um trabalho realizado a muitas mãos e esperamos que seja útil a todos os agricultores e agricultoras, colegas da pesquisa e extensão e do poder público, cujo objetivo comum é a busca por sistemas alimentares mais produtivos, resilientes e sustentáveis”, finaliza Rosane Martinazzo, coordenadora da Plataforma Colaborativa Sul.
A publicação está disponível para acesso gratuito no site da Embrapa.

A Obra
A publicação técnica “Diagnóstico e proposições para mitigar riscos de chuvas extremas na Serra Gaúcha”, conta com 110 páginas e foi elaborada por uma equipe multidisciplinar, composta por 16 autores vinculados a diversas instituições: Embrapa Uva e Vinho, Embrapa Florestas, Embrapa Clima Temperado, Instituto Federal do Rio Grande do Sul e Secretaria da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul. Os editores técnicos são os pesquisadores Henrique Pessoa dos Santos, José Fernando da Silva Protas e Joelsio José Lazzarotto, da Embrapa Uva e Vinho. O documento, além de análises aprofundadas sobre aspectos meteorológicos, geológicos, agrícolas e socioeconômicos, apresenta ações propositivas de curto, médio e longo prazo. Para tanto, o documento está estruturado em seis capítulos:
Capítulo 1 – Análise dos dados meteorológicos na catástrofe climática de abril a maio de 2024
Esse capítulo detalha os eventos climáticos extremos ocorridos no Rio Grande do Sul, com foco na precipitação pluviométrica excessiva registrada entre abril e maio de 2024. São descritos e analisados os volumes excepcionais de chuva e sua concentração no estado, com destaque especial para a região da bacia hidrográfica do Rio das Antas, na Serra Gaúcha. Além disso, aborda questões fundamentais associadas com as mudanças climáticas, as quais podem ocasionar grandes impactos sobre áreas rurais e urbanas, como deslizamentos, alagamentos, perdas produtivas e danos à infraestrutura em geral.
Capítulo 2 – Avaliação do relevo e identificação de áreas de risco geológico e impactadas pela catástrofe climática em 2024
Com o emprego de tecnologias de sensoriamento remoto e geoprocessamento, esse capítulo foca na avaliação dos riscos geológicos combinados com as chuvas intensas de abril e maio de 2024 na região da Serra Gaúcha, detalhando importantes questões de uso da terra e de classes de solos. Nessa perspectiva, a partir de análises de imagens de satélite, traz contribuições relevantes para identificar áreas de risco geológico com base em dados de altimetria e declividade. Além disso, cruzando dados de mapas associados com temáticas diversas (solos, geologia e uso e cobertura da terra), permite delimitar áreas afetadas e/ou sob potenciais riscos de alagamentos e escorregamentos na região e, que, portanto precisam ser monitoradas com atenção frente a eventos climáticos extremos.
Capítulo 3 – Aspectos geológicos, geomorfológicos e pedológicos, processos erosionais e suas interatividades
Tratando, sobretudo, de aspectos físicos da paisagem rural da Serra Gaúcha e suas interações com o regime hídrico, o capítulo, além de caracterizar a região, descreve os processos erosivos, o transporte de sedimentos, a formação de alagamentos e os riscos decorrentes de fragilidades dos solos rasos em áreas de encosta. Dentre outras contribuições, evidencia a necessidade de se levar em consideração questões chaves vinculadas ao relevo e à estrutura dos solos para o planejamento, a gestão e a exploração de áreas dessa paisagem.
Capítulo 4 – Histórico de uso, ocupação e manejo do solo para viticultura nas áreas de encosta da Serra Gaúcha
Nesse capítulo, são discutidos e analisados como o uso e a ocupação do solo, especialmente em áreas de encosta, vêm intensificando a vulnerabilidade da região frente a eventos extremos. Destacam-se, por exemplo, como práticas inadequadas de manejo e fragilidades no planejamento vitícola têm, ao longo do tempo, contribuído para a degradação de solos, bem como ampliado riscos de erosão e de instabilidades significativas nas áreas produtivas. Também são abordados problemas e falhas em infraestruturas rurais, como construções em áreas inadequadas, estradas mal posicionadas e sistemas de drenagem ineficientes.
Capítulo 5 – Impactos socioeconômicos da catástrofe climática sobre a viticultura da Serra Gaúcha
No capítulo 5 são mensurados e descritos importantes impactos sociais e econômicos decorrentes da catástrofe climática sobre a viticultura, que é a atividade agropecuária de maior relevância na Serra Gaúcha. Além de caracterizar a região em termos de perfis dos produtores rurais e explorações agropecuárias, são apresentados números que evidenciam a expressiva parcela da viticultura da região que está mais suscetível a sofrer grandes perdas, considerando o tipo de evento climático registrado em 2024. Diante dessas perdas, com impactos significativos diretos para amplo número de famílias de pequenos produtores rurais e com consequências muito negativas para a economia e o desenvolvimento regional como um todo, fica evidenciada a necessidade de implementação de ações emergenciais e estruturantes, com vistas a garantir, por exemplo, a continuidade sustentável e competitiva da atividade vitivinícola da Serra Gaúcha.
Capítulo 6 – Proposições para os impactos de chuvas extremas na Serra Gaúcha
Tendo como base o conjunto de análises e discussões apresentadas nos capítulos anteriores, este último capítulo tem como foco a apresentação de diversas proposições, organizadas em três grandes eixos: políticas públicas, transferência de tecnologia e aprimoramentos de sistemas de produção. Essas proposições, que têm como principal objetivo ampliar a capacidade de resiliência e a sustentabilidade de paisagens associadas com áreas de encosta, contemplam tanto a dimensão técnica, especialmente direcionada ao setor produtivo, quanto a dimensão de políticas públicas, abrangendo inúmeros aspectos vinculados com questões econômicas, sociais e ambientais.
Construção em equipe
Em maio de 2024, diante dos excessos de chuvas e danos observados na Serra Gaúcha, a equipe da Embrapa Uva e Vinho foi mobilizada para constituir um Grupo de Trabalho, sob a coordenação do pesquisador Henrique Pessoa dos Santos. Esse grupo, formalizado via Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Uva e do Vinho na manhã de 21/05/2024, contou com a participação (online) de mais de cinquenta representantes de diversas entidades, vinculadas a produtores rurais, instituições financeiras, de assessoramento técnico, de ensino e de pesquisa. A partir dessa formalização, foram organizadas diversas reuniões com entidades associadas ao setor rural e a vitivinicultura da Serra Gaúcha, como: Emater/RS, SENAR, Associação da Comissão Interestadual da Uva (ACIU), Instituto de Gestão, Planejamento e Desenvolvimento da Vitivinicultura do Estado do Rio Grande do Sul (Consevitis), Associação de Produtores de Sementes e Mudas do Rio Grande do Sul (APASSUL), Federação de Cooperativas Vinícolas do Rio Grande do Sul (Fecovinho), Sindicato Rural da Serra Gaúcha, Cooperativa Vinícola Garibaldi, Cooperativa Vinícola Aurora, Cooperativa Nova Aliança, Cooperativa Vinícola São João, Vinícola Salton, Tecnovin, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS/Campus Bento Gonçalves) e Centro Estadual de Diagnóstico e Pesquisa em Fruticultura (CEFRUTI/DDPA/SEAPI). Destaca-se que, nessas reuniões, atuaram, em conjunto, equipes técnicas da Embrapa Uva e Vinho, Embrapa Florestas e Embrapa Clima Temperado.
As reuniões, que foram fundamentais visando o desenvolvimento de várias ações voltadas para a prospecção de dados e a realização de levantamentos de campo para o diagnóstico dos impactos na Serra Gaúcha, ocorreram no período de junho a agosto de 2024, e foram vinculadas à programação da Plataforma Regional Sul e ao Programa Recupera Rural RS.

Viagens para os levantamentos foram realizadas pela equipe (Crédito: divulgação).
A partir dos levantamentos de campo e do conjunto total de dados obtidos, as equipe das três unidades da Embrapa, do IFRS/BG e do CEFRUTI/DDPA/SEAPI trabalharam durante o período de setembro a novembro de 2024 no processamento de dados meteorológicos e de sensoriamento remoto do relevo, bem como em aspectos vinculados com geologia, geomorfologia e pedologia dos processos erosionais. Em paralelo, também foram analisadas questões associadas com uso e ocupação da terra e impactos socioeconômicos das áreas vitícolas impactadas pela catástrofe climática.
Os resultados desse trabalho multidisciplinar e multiinstitucional culminaram com a análise e redação de um documento técnico amplo e robusto , visando a apresentação em um grande evento que ocorreu no dia 22 de novembro de 2024, no auditório da Embrapa Uva e Vinho, promovido pela Plataforma Colaborativa Sul em parceria com Emater-RS, Instituto Federal do Rio Grande do Sul-Campus BG e Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do Estado do Rio Grande do Sul.
No referido evento foi apresentada a versão preliminar do livro, a qual foi repassada para representantes de entidades associadas ao setor produtivo da Serra Gaúcha para que, além de validarem os resultados, fizessem uma análise crítica no período de dezembro de 2024 a janeiro de 2025, apresentando possíveis questionamentos e sugestões que julgassem pertinentes no sentido de aprimorar o documento final. As manifestações encaminhadas foram positivas e referenciaram a obra como, além de um grande referencial técnico dessa catástrofe, sendo uma excelente base para futuras ações que busquem mitigar riscos futuros similares aos observados em abril e maio de 2024.

Público participante da apresentação da versão preliminar (Crédito: Viviane Zanella)
Coordenador Henrique e os representantes de entidades que receberam e validaram a publicação (Crédito: Viviane Zanella)
Parte da equipe técnica responsável pela elaboração e editoração do documento (Crédito: Viviane Zanella)
No período de fevereiro a abril de 2025, o livro tramitou nos âmbitos do Comitê Local de Publicações da Embrapa Uva e Vinho e da Supervisão Editorial da Embrapa, com revisões e ajustes finos até a obtenção do registro final em 30/04/2025.
Esse foi o resumo da trajetória que levou ao registro e a organização das informações técnicas desse livro, o qual será lançado no dia 07/05/2025, na solenidade dos 52 anos da Embrapa, em Brasília-DF. Os editores agradecem a colaboração de todas as entidades envolvidas, principalmente à Emater-RS, ao Senar, à Associação da Comissão Interestadual da Uva (Aciu), à União Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra), à Associação Gaúcha de Vinicultores (Agavi), à Federação das Cooperativas Vinícolas do Rio Grande do Sul (Fecovinho), ao Sindicato Rural da Serra Gaúcha e ao Instituto de Gestão, Planejamento e Desenvolvimento da Vitivinicultura do Estado do Rio Grande do Sul (Consevitis). Cabe destacar também os apoios essenciais do programa Recupera Rural RS e da Plataforma Colaborativa Sul, bem como o empenho de cada autor, sem os quais não seria possível avançarmos nesse trabalho, que culmina na entrega desta importante obra para a sociedade.
Viviane Zanella (MTb 14.400/RS)
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