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26/05/25 |

Especialistas em clima, agricultura e energia discutem os impactos climáticos no Cerrado

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Foto: Marcio David

Marcio David - Evento em Cuiabá reúne especialistas em clima

Evento em Cuiabá reúne especialistas em clima

Evento marcou a segunda rodada dos “Diálogos pelo Clima”, circuito liderado pela Embrapa e parceiros e que irá acontecer em todos os biomas brasileiros até a COP30

Os desafios para a mudança do clima no bioma Cerrado foi um dos principais temas debatidos no segundo Diálogos pelo Clima, realizado nesta segunda-feira (26), em Cuiabá (MT). A necessidade de mostrar ao mundo que a agricultura brasileira é sustentável, que no País se produz com inovação e sustentabilidade, a importância de equilibrar a balança produtividade versus biodiversidade no Cerrado, considerando ao mesmo tempo a mitigação e a redução da emissão dos gases de efeito estufa, os riscos de pragas reincidentes, além da necessidade de investimento na extensão rural púbica para que os conhecimentos técnicos cheguem aos produtores rurais brasileiros foram temas que permearam os primeiros debates do evento, que aconteceu durante todo o dia.

“A COP não é da Amazônia, a COP é do Brasil, é do mundo. O mundo estará representado aqui no Brasil e precisamos mostrar os biomas brasileiros a partir do Cerrado. No início da década de 1970, quando a Embrapa foi criada, mostramos aos produtores brasileiros que era possível transformar essa região em um espaço capaz de alimentar o povo brasileiro”, afirmou o diretor de Governança e Informação da Embrapa Alderi Araújo, que abriu o evento Diálogos pelo Clima, Bioma Cerrado.

“Precisamos ouvir a sociedade, representantes dos seis biomas brasileiros até chegarmos à COP30. O Brasil tem plenas condições de alimentar grande parte da humanidade com sustentabilidade. Esse é o recado que precisamos dar na COP30, mostrar nossas potencialidades, como é rica a mossa biodiversidade e o quanto os produtores brasileiros estão comprometidos em produzir preservando o meio ambiente. Por isso estamos aqui, fazendo essa escuta ativa”, complementou o diretor.

Também presente ao painel de abertura, o chefe-geral da Embrapa Cerrados, Sebastiao Pedro da Silva Neto, contextualizou que neste momento os centros de pesquisa da Embrapa estão no período de discussão de suas agendas estratégicas. “E nós aqui no Cerrado estamos priorizando tecnologias que visam a produção com sustentabilidade, pois é aqui que se encontra a maior parte da produção agrícola brasileira. Estamos vivendo um momento de transição de um modelo agrícola e pecuária baseado em produtos sintéticos e receitas vindas de prateleiras, para um modelo baseado em processos biológicos, mais sustentáveis. Este é o nosso compromisso”, disse.

Da esq. para direita: Alderi Araújo, Renata Miranda, Pedro Neto, Nelson Borges e Sebastião Pedro

Além do diretor da Embrapa e do chefe da Cerrados, estiveram presentes na abertura do evento a representante do IICA, Renata Miranda; o superintendente federal do Desenvolvimento Agrário do Estado de Mato Grosso, Nelson Borges; o secretário de Inovação e Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Pedro Neto (foto acima).

Borges ressaltou o impacto das mudanças do clima no Cerrado principalmente nas pequenas comunidades de assentamentos e povos tradicionais, pouco tecnificadas e de difícil acesso às tecnologias. Lembrou que o Cerrado é biodiverso que vai desde o Pantanal até a Amazônia com diversas características. “Somos responsáveis pelos mananciais de água e isso tem um resultado impactante quando não cuidamos melhor das nossas nascentes. A preservação das nossas cabeceiras, rios e córregos é determinante”, relatou. E citou a situação da Baixada Cuiabana no ano passado quando a intensidade da seca foi tão grande que o produtor perdeu a época tradicional das chuvas e precisou realizar o cultivo da maniva três vezes subsequentes.

“Essa jornada pelo clima não começou hoje, mas há 50 anos com a Embrapa. Trouxemos ciência, inovação e pesquisa e o produtor brasileiro um elevado grau de empreendedorismo”, disse Pedro Neto. Ele destacou a importância da COP30 para o mundo e que o grande diferencial é o fato de o Brasil ser uma vitrine para o mundo por ser um player na produção e exportação de alimentos.

Jorge Werneck, pesquisador da Embrapa Cerrados, citou as diferentes formas de agricultura do país. E também os desafios globais: Mudanças Climáticas, Insegurança Alimentar, Transição Energética e Desigualdade Social. “A COP é um grande processo, não se inicia e termina em si mesmo, a COP30 é mais um tijolo nesse consenso das COPs já realizadas”, acesse aqui para saber mais sobre a história da COP.

Cerrado concentra 60% da produção brasileira e 5% da biodiversidade do planeta

A cientista do clima e professora da Universidade Federal de Minas Gerais Leidivan Almeida Frazão explicou que a agropecuária brasileira tem potencial para avançar ainda mais. São desafios e oportunidades para comunicar a ciência agropecuária. “Precisamos enquanto cientistas comunicar melhor o que fazemos e acho que a COP será um ambiente perfeito para balizar este conhecimento e mostrar para o mundo”, explicou.

Para ela são dois grandes desafios: a primeira questão é que o Cerrado é responsável por 60% da produção agropecuária do Brasil, mas temos a outra ponta tão importante quanto isso: o cerrado é responsável por 5% de toda a biodiversidade do planeta.

“Precisamos manter ou aumentar os níveis de produtividade e ao mesmo tempo proteger a nossa biodiversidade”, complementou. Leidivan apresentou dados do MapBiomas onde está demonstrado que de 1985 a 2023 houve uma queda da vegetação nativa e um crescimento considerável de áreas com pastagens e agricultura. “Nos últimos anos, esses dados estão mais concentrados na região do Matopiba. No entanto, temos dados positivos, pois tivemos uma redução de 32,5% de desmatamento, em 2024, em relação à 2023. Estamos dando passos, e a minha provocação é exatamente essa: não precisamos mais fazer abertura e supressão de novas áreas florestais, temos como incrementar a produção de alimentos, melhorando a resiliência dos nossos solos”.

Agricultura, pecuária, florestas e bioenergia

Para debater o tema apresentado pela professora da UFMG, o coordenador-adjunto da Agência Nacional de Energia Elétrica, Henrique Paiva de Paula; o consultor do Instituto Mato-grossense da Carne (Imac), Giovane Michelon; o Superintendente Federal de Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Mapa), Leny Rosa Filho; e a professora da Universidade Federal de Goiás, Sybelle Barreira. A moderação foi do chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Cerrados, Eduardo Alano.

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>> Saiba mais sobre a COP30 acessando aqui

A cobertura jornalística da programação da tarde será publicada no Portal Embrapa nesta terça-feira (27)

Maria Clara Guaraldo (MTb 5027/MG)
Assessoria de Comunicação (Ascom)

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