Com a nova Lei dos Agrotóxicos (Lei nº 14.785, de 27 de dezembro de 2023), a Avaliação do Risco Ambiental (ARA) de agrotóxicos no Brasil tornou-se obrigatória. Essa avaliação tem como objetivo entender e reduzir os impactos que esses produtos podem causar ao meio ambiente.

Para que a ARA seja realmente efetiva, ainda é necessário desenvolver e aperfeiçoar métodos que considerem as particularidades da agricultura brasileira e os avanços mais recentes da ciência regulatória. Por isso, equipe de Pesquisa da Embrapa Agropecuária Oeste é líder em um projeto, que conta com a parceria da Fundação Arthur Bernardes (Funarbe), que tem como objetivo avaliar o potencial e a efetividade de práticas que ajudem a reduzir dois dos principais riscos associados ao uso de agrotóxicos: o transporte superficial (quando o agrotóxico é levado pela água da chuva para rios e solos vizinhos); e a deriva (quando o produto se espalha para áreas próximas durante a aplicação, como pelo vento).

Para isso, vamos realizar um levantamento detalhado das práticas agrícolas usadas no Brasil que possam ajudar a evitar esse transporte e deriva. Em seguida, vamos testar a efetividade dessas práticas usando uma ferramenta de modelagem e simulação chamada APEX, que permite avaliar cenários diversos de uso da terra, clima e manejo agrícola.

Com isso, pretendem-se fornecer subsídios técnicos para apoiar a Avaliação do Risco Ambiental de agrotóxicos no Brasil, ajudando a medir de forma quantitativa o quanto certas práticas realmente reduzem os riscos; e recomendações práticas, como técnicas de manejo do solo, práticas agrícolas e novas tecnologias que sejam eficazes para minimizar os impactos ambientais do uso de agrotóxicos.

Ao indicar quais medidas de mitigação funcionam melhor em diferentes situações, este projeto pretende contribuir diretamente com a ciência regulatória e com a implementação da nova Lei dos Agrotóxicos no País.