O aumento da diversidade de espécies de plantas no ambiente traz diversos benefícios, como melhor aproveitamento dos recursos, menor incidência de pragas e doenças, maior controle de plantas daninhas, aumento da produtividade das culturas e maior estabilidade na produção. A inclusão de plantas de cobertura em rotação com soja e arroz no verão, na mesma área, pode contribuir para a sustentabilidade do sistema agrícola, promovendo o desenvolvimento da agricultura no Estado de Goiás. O objetivo deste projeto é promover a sustentabilidade dos sistemas de produção de soja e arroz no sistema de plantio direto na região do Cerrado goiano.
Os experimentos serão realizados na Fazenda Capivara da Embrapa Arroz e Feijão, em Santo Antônio de Goiás, GO, durante duas safras agrícolas. O esquema de cultivo incluirá o plantio de plantas de cobertura (fevereiro-março), seguido de soja (outubro-novembro), plantas de cobertura (fevereiro-março) e arroz (outubro-novembro), ou vice-versa. O delineamento experimental será em blocos ao acaso, com oito tratamentos e quatro repetições. Cada parcela terá 12 m x 12 m, com área útil composta pelas 15 linhas centrais, desconsiderando 0,50 m de cada lado.
Os tratamentos consistirão em oito rotações de culturas, incluindo combinações de milheto, crotalária, guandu, braquiária e pousio, alternados com soja e arroz. As plantas de cobertura serão semeadas sem adubação, antes e depois das culturas principais, utilizando espaçamento de 0,45 m entre linhas e profundidade de 2 cm, com 10 kg/ha de sementes de cada espécie.
A execução deste projeto permitirá identificar os principais efeitos da introdução de plantas de cobertura nos sistemas de produção de soja e arroz de terras altas. Entre esses efeitos, destacam-se as mudanças nas características físicas, químicas e biológicas do solo, a população de fungos fitopatogênicos, os teores de macronutrientes nas plantas, os componentes de produção e a produtividade de grãos. Além disso, espera-se que o projeto forneça alternativas para a inclusão de plantas de cobertura, contribuindo para a melhoria da fertilidade do solo, a quebra de ciclos de pragas e doenças, a redução no uso de defensivos agrícolas e nos custos de produção, e a melhoria da qualidade ambiental dos produtos cultivados. A rotação de culturas também pode fortalecer o vazio sanitário da soja e promover o desenvolvimento sustentável da agricultura em Goiás.
Para divulgar os resultados de forma direta e eficiente, o projeto prevê a capacitação de pelo menos dois estagiários de graduação, dois estudantes de mestrado e um de doutorado. Além disso, serão elaborados resumos para congressos nacionais e internacionais, documentos técnicos e artigos científicos, garantindo que as informações geradas sejam amplamente divulgadas e aplicadas.