A terceira edição do Seminário Caju Conecta acontece nos dias 28 e 29 de agosto, em Jacaraú, município localizado no Vale do Mamanguape, interior da Paraíba, e terá a participação de produtores, gestores municipais, empresários, pesquisadores, técnicos da extensão rural e representantes de instituições governamentais e empresas privadas ligadas à cajucultura. Realizado pela Embrapa Agroindústria Tropical (Fortaleza/CE), em parceria com a Prefeitura de Jacaraú e Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o evento vai promover a troca de experiências entre diferentes atores do agronegócio do caju e apresentar estratégias para desenvolver a produção de caju na região de Mamanguape. Segundo o pesquisador Marlos Bezerra, um dos coordenadores do evento, a escolha de Jacaraú para sediar o Caju Conecta em 2025 deu-se em função do trabalho realizado pela Embrapa com produtores do município para revitalização da cajucultura local, da tradição do município com o processamento de castanha de caju e da forte demanda por essa matéria prima. Como os cultivos da região iniciaram com o cajueiro comum (gigante), com uma produção de base semi-extrativista, a maioria das áreas cultivadas se tornou improdutiva e as agroindústrias locais precisam comprar de outros estados quase toda a castanha que processam. “Vamos mostrar experiências bem sucedidas de polos produtores de caju do Ceará, Rio Grande do Norte e Piauí, para incentivar os produtores de Jacaraú, Curral de Cima, Pedro Regis, Caiçara, Mamanguape e Itapororoca a investirem na cajucultura. Destes municípios apenas Jacaraú já conta com plantios de cajueiro-anão, implantados com o apoio da Embrapa. O cultivo do cajueiro-anão representa uma alternativa para reduzir a dependência da região do Vale do Mamanguape por castanha de outros estados e pode contribuir para diversificar a produção, gerar mais renda para as famílias e promover o desenvolvimento regional”, explica Bezerra. O Caju Conecta é um evento gratuito anual, criado em 2023, pela Embrapa Agroindústria Tropical, Sebrae do Rio Grande do Norte, Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, (Senar), técnicos e produtores de caju da região de Apodi (RN) e Severiano Melo (RN). A edição 2025 constitui um amplo espaço de organização e construção coletiva da cajucultura nos estados do Ceará e Paraíba. Além de palestras sobre diferentes aspectos da produção (da implantação do cultivo ao processamento, mercados e financiamento para a cultura), a programação inclui visita técnica à Unidade de Referência Tecnológica da Embrapa do Assentamento Boa Esperança, em Jacaraú, para demonstração das Boas Práticas de Campo. Revitalização da Cajucultura em Jacaraú Desde 2022 a Embrapa desenvolve o projeto “Revitalização da Cajucultura em Jacaraú”, em parceria com produtores do município. O trabalho teve início com a implantação de quatro Unidades de Referência Tecnológica, que funcionam como vitrine das tecnologias para a produção de caju e tem previsão de encerramento para este ano. De acordo com a chefe adjunta de Transferência de Tecnologias, Aline Teixeira, um segundo projeto está em negociação com algumas prefeituras do Vale do Mamanguape. Durante o Caju Conecta serão apresentados os resultados alcançados com o primeiro projeto e discutidas com gestores dos municípios da região as demandas da produção, formas de financiamento e execução do novo projeto. “O objetivo é garantir tanto a continuidade das atividades em Jacaraú, especialmente para atendimento da fase de processamento da castanha produzida, que iniciará em breve, como assegurar a ampliação das ações para outros municípios da região, com a implantação de novas vitrines tecnológicas. A região tem potencial para a cajucultura e para aumentar a sua participação na produção de castanha de caju do Nordeste. O aumento da oferta de castanha para processamento pode reduzir custos para os produtores e garantir maior competitividade e autonomia para a região”, destaca a gestora. Conforme explica Bezerra, os produtores de Jacaraú, parceiros nas vitrines tecnológicas, recebem visitas periódicas de acompanhamento de profissionais da Embrapa. A produtividade média dos cultivos, nesses primeiros anos, tem sido considerada excelente e a estimativa é chegar a 1.000 quilos de castanha por hectare, enquanto a média de produção brasileira e no Ceará fica em torno de 360 quilos. “Os resultados alcançados têm despertado o interesse de outros produtores da região pela cultura. Por isso, queremos expandir as vitrines tecnológicas, para possibilitar uma produção em maior escala na região de Mamanguape. Atualmente, as vitrines implantadas somam quatro hectares de cajueiro-anão cultivados e o projeto em articulação prevê o plantio de mais 20 hectares, no próximo ano”, afirma. SERVIÇO: O quê: Caju Conecta 2025 Quando: 28 e 29 de agosto – das 8h às 17h Onde: Ginásio “O Pessoão” - Rua Tabeliã Maria José Dias da Costa, nº 31 - Jacaraú (PB)