Foi realizada na Embrapa Agricultura Digital (Campinas-SP), nos dias 14 e 15, uma oficina de alinhamento da equipe responsável pelo desenvolvimento do Sistema de Integração de Geoinformações para o Desmatamento Zero (SIGDeZ). Este será o produto de um projeto coordenado pelo centro de pesquisa, sob demanda do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). O SIGDeZ será desenvolvido para realizar análises de desmatamento, incêndios florestais e ordenamento territorial no Brasil. A expectativa é que seja uma ferramenta com interface interativa e intuitiva, subsidiando o planejamento, implementação e monitoramento das políticas sob responsabilidade da Secretaria Extraordinária de Controle do Desmatamento e Ordenamento Ambiental Territorial (SECD) do MMA. “A ideia é criar o LabDez, que é um laboratório para o desmatamento zero. E esse laboratório só será viabilizado pela expertise que a Embrapa já tem em criar serviços de geotecnologias que vão possibilitar obter os indicadores que vão dar embasamento para definição de políticas públicas para combater o desmatamento”, afirma Carlos Casteloni, assessor técnico do Pnud. O coordenador-geral de controle do Desmatamento do MMA, Diego Pereira, explica que o grande diferencial deste sistema será reunir em um só lugar e de forma integrada dados que estão disponíveis de forma dispersa entre as instituições. “É um motor que vai trabalhar com análise de dados. Integrar, fazer uma série de análises de interesse dessa agenda de prevenção e controle de desmatamento e incêndio e ordenamento ambiental e territorial, para auxiliar no monitoramento das ações do Ministério e da evolução do desmatamento e incêndios florestais”, explica Diogo Pereira. A plataforma será desenvolvida em ArcGIS Pro e ArcGIS Enterprise, ficará hospedada no ambiente do MMA, e estará disponível de forma on-line para qualquer usuário. Reunirá informações de diferentes fontes como Prodes e Deter do Inpe, Sicar, Ibama, IBGE, Incra, Banco Central, entre outras. Também conterá os dados hoje disponíveis no Sistema Interativo de Análise Geoespacial da Amazônia Legal (SIAGEO Amazônia). O SIAGEO foi desenvolvido pela Embrapa entre 2013 e 2019 e encontra-se tecnologicamente defasado. Dessa forma, as informações do sistema, que envolvia dados de Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE), serão integradas e migradas para o SIGDeZ, além de ser feita a expansão da abrangência para todo o território brasileiro. Este projeto se enquadra na modalidade Instituições do Projeto Floresta+ Amazônia, do MMA, executado pelo PNUD, com recursos do Fundo Verde pelo Clima (GCF – Green Climate Fund). Esta modalidade tem como objetivo fortalecer, por meio de incentivos econômicos, instituições públicas, privadas ou organizações da sociedade civil que desenvolvem iniciativas para a prevenção de ocorrência de desmatamento, degradação florestal e incêndios florestais e promovem ou implementam políticas públicas voltadas para a conservação e recuperação da vegetação nativa. A duração do projeto será de 36 meses, sendo 24 meses para execução e mais 12 meses de manutenção. Uma versão de apresentação do SIGDeZ deverá ser lançada em novembro, durante a COP 30. Mas o sistema com os dados integrados deve levar um pouco mais de tempo. “Acho que com um ano a gente já vai ter uma versão bem robusta, mas não concluída. Vamos aperfeiçoá-la e depois de pronta o MMA será responsável por dar continuidade e manutenção”, explica o pesquisador da Embrapa e um dos líderes do projeto, João Vila. Ao todo uma equipe de dez pesquisadores e analistas da Embrapa Agricultura Digital estará envolvida no desenvolvimento do SIGDeZ. A gestão financeira é feita pela Fundação Arthur Bernardes (Funarbe).