Produtores rurais do Centro-Oeste Mineiro puderam conferir diversas informações sobre alternativas para garantir a sustentabilidade das atividades agropecuárias na região. O workshop sobre reconversão produtiva realizado na TecnoAgro, em Abaeté, MG, contou com palestras de especialistas sobre escolha de forrageiras e melhoramento genético para pecuária de corte, mercado de créditos de carbono e integração de bases georreferenciadas no mapeamento de áreas com maior aptidão para sistemas integrados e para agricultura irrigada. O pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo Daniel Guimarães apresentou, com um ‘empilhamento de mapas’, como é possível fazer a identificação de áreas que têm maior potencial produtivo. “Com a integração de diversas bases georreferenciadas, podemos selecionar onde se pode fazer reconversão produtiva, integração lavoura-pecuária e agricultura irrigada”, explicou o pesquisador. Daniel demonstrou com imagens de satélite que existe muita área de pastagem degradada na região de Abaeté. Ele explicou que a produtividade local é boa, os riscos climáticos são baixos e o potencial de irrigação é altíssimo. Rodrigo Amorim Barbosa, pesquisador da Embrapa Gado de Corte, apresentou diversas opções de materiais forrageiros com diferentes aptidões. Ele comentou que, na maioria das vezes, o produtor escolhe a semente de capim apenas com base no preço, mas há diversos fatores a serem considerados. “Com a escolha certa, a sustentabilidade vem”, afirmou. O pesquisador demonstrou dados de análises de capins variados, desenvolvidos com propósitos específicos, e seus resultados de produtividade, resistência a pragas e doenças, além das recomendações de manejo das pastagens. Para que o produtor possa fazer a escolha mais adequada para a sua realidade, Barbosa recomendou o uso do aplicativo Pasto Certo. O gerente de Pecuária da CFM Agro-Pecuária Tamires Miranda Neto falou sobre a importância do melhoramento genético animal na sustentabilidade da pecuária e relatou a história da empresa, que desenvolve há 45 anos um trabalho de seleção de nelore. “Atuamos com foco em ganho de peso e precocidade sexual, características que trazem retorno econômico. A sustentabilidade está diretamente ligada ao resultado financeiro de qualquer operação. Isso a gente percebe em qualquer área”, destacou Neto. O mercado de créditos de carbono para o agronegócio foi o tema apresentado pelo professor Fernando Caixeta Lisboa, do Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM). O professor explicou como o produtor rural pode entrar no mercado de carbono e, “além de beneficiar o planeta, ganhar dinheiro”. Caixeta explicou que pequenos produtores podem se reunir em grupos, cooperativas ou associações para comercializar créditos de carbono. “É preciso atender toda a legislação vigente e é possível vender valor retroativo de cinco anos de atividade já existente”. O IFTM tem um programa de extensão que elabora projetos para mercado de carbono e inventários de emissão de gases de efeito estufa gratuitamente. Interessados podem obter mais informações com o professor Fernando Caixeta pelo e-mail fernandocaixeta@iftm.edu.br. O workshop de reconversão produtiva teve um encerramento especial com diversos produtos à base de sorgo para degustação. Empreendedoras da região de Abaeté que participaram de um curso na Embrapa Milho e Sorgo sobre produtos integrais promotores da saúde ofereceram diversos alimentos para os participantes da TecnoAgro. Quibes, empadinhas, caldo, canjica, bolos e cookies puderam ser apreciados no evento. O workshop foi uma das diversas ações promovidas pelo projeto de cooperação técnica entre a Embrapa Milho e Sorgo e o Sicoob Credinacional que visa impulsionar o desenvolvimento da região Centro-Oeste de Minas Gerais.