Lançado no ano passado, o programa Arroz da Gente foi retomado pelo Governo Federal na semana passada, com o anúncio do investimento inicial de R$ 17 milhões para assessoramento técnico e aquisição de máquinas colheitadeiras de pequeno porte. A retomada foi anunciada no último dia 4, na sede da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), com a presença do ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), Paulo Teixeira. A Embrapa também esteve representada, além de outras instituições, como Banco do Brasil, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e movimentos sociais. Na ocasião, foi assinado um protocolo de intenções com participação da Embrapa para apoiar ações de capacitação e de democratização de sementes crioulas de arroz. “A Embrapa colaborará em três eixos: bioinsumos, repatriação de variedades locais que foram perdidas ou melhoramento participativo, e criação de mecanismos para incluir os sistemas de produção de arroz com variedades tradicionais no Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc), para que tenham mais possiblidades de acesso a crédito”, explica a pesquisadora Cristhiane Amâncio, chefe-geral da Embrapa Agrobiologia (Seropédica, RJ), que esteve no evento para assinar o documento. Diversas Unidades estão diretamente ligadas a esses eixos. A Embrapa Agrobiologia é responsável pelo eixo de treinamentos e capacitação em bioinsumos e manejo da fertilidade e sanidade em sistemas orgânicos. “Vamos envolver a rede que estamos formando para trabalhar com bioinsumos para a agricultura familiar”, revela Amâncio. A repatriação de variedades e, quando for o caso, o melhoramento participativo são ações coordenadas pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecologia, em conjunto com a Embrapa Arroz e Feijão e outras UDs. A parte de Zarc ficará sob a coordenação também da Embrapa Arroz e Feijão, juntamente com outras UDs que compõem a Rede Zarc. O programa Arroz da Gente De responsabilidade do MDA, do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) e da Conab, o programa Arroz da Gente tem como objetivo garantir a segurança alimentar e nutricional, contribuindo para a erradicação da fome no País. Entre as diretrizes do programa estão apoio ao acesso ao crédito agrícola, fomento à estruturação produtiva, resgate, multiplicação e intercâmbio de sementes, comercialização e acesso a equipamentos para armazenagem e processamento. A primeira capacitação, realizada na semana passada, foi dirigida aos agentes de acompanhamento contratados para atuação em dez territórios nos estados de Mato Grosso, Tocantins, Goiás e Minas Gerais. Nesta semana serão capacitados agentes que atuarão no Nordeste do Brasil e, no fim do mês, de outros que atuarão no Acre, Rondônia, Roraima e Pará. “Há um ano, o arroz chegou a custar até R$ 32 o pacote de 5 quilos. Então, começamos a trabalhar políticas públicas, como o contrato de opção da Conab e a inclusão do Arroz da Gente no Plano Safra”, afirmou Paulo Teixeira. “Nós estamos valorizando a biodiversidade, resgatando variedades crioulas e promovendo a retomada da produção de arroz em regiões como o Nordeste, onde práticas tradicionais foram sendo abandonadas. A meta é disseminar a produção por todo o Brasil”, acrescentou o diretor de Política Agrícola e Informações da Conab, Sílvio Porto. Com informações do MDA.