Dia de Campo promove a cultura do Sorgo Granífero em Sambaíba, Maranhão
Dia de Campo promove a cultura do Sorgo Granífero em Sambaíba, Maranhão
Oportunidades, desafios e usos do sorgo para composição do sistema de produção agrícola no Maranhão foram os assuntos discutidos no 1º Dia de Campo do Sorgo, realizado em Sambaíba. O objetivo foi levar informações técnicas da cultura e as oportunidades do mercado de bioetanol para os produtores, técnicos, estudantes e atores do setor agropecuário.
O evento aconteceu dia 30 de maio e reuniu mais de 180 pessoas na Fazenda Nossa Senhora da Paz, propriedade de Gilberto Bonini, no Povoado Ilha de Balsas. A iniciativa foi promovida pela Embrapa e a Inpasa Brasil, em parceria com a i9Agro Consultoria Agronômica.
Esta atividade integra ações do acordo de cooperação técnica da Embrapa e Inpasa no projeto “Transferência de tecnologia para o desenvolvimento sustentável da produção de sorgo nas regiões de Balsas/MA e Sidrolândia/MS, visando a produção de etanol e seus co-produtos”.
“O objetivo de é fomentar o cultivo do sorgo e viabilizar oportunidades para a expansão da cultura e novos mercados, assim como transferir informações técnicas para gerar mais segurança para o produtor”, comentou o engenheiro agrônomo Frederico Botelho, do Setor de Transferência de Tecnologias da unidade da Embrapa, situada em Sete Lagoas, Minas Gerais.
“Nossa função é trazer informações técnicas, para que o produtor utilize as práticas agrícolas mais adequadas para maximizar a produtividade. O sorgo é estudado e cultivado há bastante tempo, mas ainda existem alguns desafios e mitos, e por isso precisamos difundir as práticas para serem adotadas da melhor maneira”, destacou Botelho.
“O intuito do nosso evento em parceria com a Embrapa, é trazer mais conhecimento para o produtor”, disse Irineo Piaia Junior, gerente comercial da Inpasa. “O primeiro passo é que ele tenha uma boa experiência no campo, pois o uso das técnicas favorece a melhor rentabilidade. A atuação da indústria no mercado somada aos demais players consumidores ajuda a fortalecer a liquidez do cereal”, completou.
Segundo Botelho, “fatores determinantes para o sucesso da lavoura precisam ser observados e acompanhados. São eles: o perfil do produtor rural e o contexto de sua propriedade, as condições edafoclimáticas, as práticas agrícolas e o mercado para escoamento da produção. O sorgo é uma excelente opção para o cultivo na segunda safra, mas precisamos nos atentar para a janela ideal de plantio”.
O pesquisador Dirceu Klepker, da Embrapa Maranhão (Unidade de Execução de Pesquisas – Balsas), mostrou os dados do Zarc para a região de Sambaíba e orientou como acessar o aplicativo . “A ideia é que cada cultura seja instalada dentro da sua janela de semeadura indicada e assim possa se desenvolver e se desempenhar melhor, com menor risco climático”, disse Klepker.
“Há uma diversidade do uso do grão de sorgo, inclusive para silagem. O sorgo é mais tolerante aos veranicos quando comparado ao milho e produz um volume significativo de palhada para Sistema Plantio Direto. Tem um sistema radicular mais volumoso e mais robusto e ainda produz um bom volume de massa verde na sua rebrota. É bem responsivo e não é afetado pela cigarrinha do milho, causadora do enfezamento. Algumas cultivares são mais resistentes aos principais nematoides e doenças radiculares de solo”, enumerou Klepker.
Fertilidade do solo e adubação do sorgo
Para atingir todo o potencial produtivo do sorgo, assim como de outras culturas, é preciso estar atento às boas práticas de manejo da fertilidade do solo e de adubação. O pesquisador Álvaro Vilela Resende, da Embrapa Milho e Sorgo, explicou que “antes de tudo orientamos investir na base do sistema de produção, que é a construção inicial da fertilidade do solo, com a correção da acidez e adubações para se obter adequada disponibilidade de nutrientes. Na sequência, foca-se nas adubações de manutenção.
Hoje, as atuais ferramentas de coleta de dados permitem mapear a exportação de nutrientes. De posse desse mapa, é possível indicar a reposição de nutrientes de cada talhão e ter esses dados atualizados. Tudo isso cria um modelo circular de monitoramento. É uma boa oportunidade para ter mais rentabilidade, utilizando fertilizantes nas quantidades e momentos realmente necessários”.
“Então, é importante fazer o balanço entre a quantidade de nutrientes que foi aplicada na adubação para cada cultivo e quanto foi removido (exportado) com a colheita dos grãos, realizando-se os devidos ajustes no fornecimento para atender a demanda dos cultivos seguintes sem esgotar a fertilidade do solo ou aplicar fertilizantes em excesso”, destacou Resende.
Experiências no campo
Cláudio Bressan, proprietário da Fazenda Recomeço, genro de Gilberto Bonini, contou que conduzem a fazenda há 25 anos. “Atualmente, plantamos soja, milho e sorgo, produzindo grãos para exportação. A cada ano adotamos novas tecnologias, como exemplo o consórcio de braquiária com o milho, que proporciona melhoria na qualidade do solo e garante melhor produtividade. O dia de campo é uma boa oportunidade para conhecer novas técnicas e para trocar informações”, disse Bressan.
A empresa I9Agro realizou a implantação e a condução da área demonstrativa do projeto, que nesta safra foi implantada na Fazenda Nossa Senhora da Paz. “Somos responsáveis pela condução da área demonstrativa do projeto. O objetivo nesta área será comparar, em duas épocas, o desempenho de cultivares de sorgo em comparação ao milho, a fim de demonstrar a viabilidade econômica. A I9Agro presta assistência técnica nas lavouras de produção de grãos e fibras. E realiza também serviços de pesquisa agropecuária, atuando no Maranhão, no Piauí e no Tocantins”, disse o consultor Ronaldo Bastos.
Na Fazenda Piracicaba, propriedade do senhor Luiz Fernando Sartinni Felli, todos os anos era feito o plantio de milho até o início de dezembro e a produtividade era baixa na segunda safra. De acordo com o administrador da fazenda, Félix Adelmon Ferreira de Freitas, na safra 2024/2025 uma área de 1200 hectares foi destinada pela primeira vez ao plantio de sorgo granífero. “Esse é o primeiro ano de plantio de sorgo. Quando entrou março, plantamos o sorgo e a expectativa é colher 70 sacas por hectare. O que nos ajudou, foi escolher variedades melhores e realizar o plantio mais cedo, dentro da janela de produção, em que houve maior volume de chuvas em um período mais extenso”, relatou Freitas.
O senhor Valdemir L. Rosseto, proprietário de outra fazenda, disse que esse ano plantou o sorgo um pouco fora da janela, porque choveu até dia 12 de maio. “ Conheço o sorgo e as suas técnicas de manejo e ele está com a perspectiva de colheita muito boa, assim como o milho. Ampliamos a área de sorgo para 1.400 ha", disse Rosseto.
Os bolsistas da Embrapa Maranhão, graduandos do oitavo semestre de Agronomia da Unopar Anhanguera, Lucivano da Silva Ferreira e Rafael de Brito Rego da Silva participaram do evento.
Para Ferreira, a experiência de trabalho em campo, junto com os profissionais da Embrapa, possibilita ter uma visão real da agricultura. “Conseguimos ver de perto o trabalho do produtor, o que ele realmente produz. Isso nos ajuda a ampliar o conhecimento técnico que estamos buscando, para aprimorar as habilidades e despertar uma visão mais ampla da agricultura. Somos preparados para atuar como futuros profissionais”, disse Ferreira.
“A Embrapa tem um corpo docente bem qualificado. Aqui vivenciamos o que realmente acontece no campo”, completou Silva.
Sandra Brito (MTb 06230/MG)
Embrapa Milho e Sorgo
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