Cerca de 200 participantes, entre produtores rurais, estudantes, profissionais de assistência técnica e pesquisadores, participaram do Dia de Campo do Caju, realizado pela Embrapa Roraima na Fazenda Desiderata, no município de Bonfim (RR), no último dia 16. A chefe-geral da Embrapa Roraima, Hyana Lima Primo, destacou que eventos como esse reforçam o papel da ciência no fortalecimento da agricultura local. “Eventos como este são fundamentais para levar ciência ao campo, fortalecer parcerias e construir soluções com os produtores, sempre com foco na sustentabilidade e no desenvolvimento regional”, afirmou. A iniciativa contou com a parceria da Embrapa Agroindústria Tropical, da Fazenda Desiderata e do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, além do apoio da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Roraima (FAERR), do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), do Sebrae-RR e da Prefeitura de Bonfim. Estiveram presentes no evento a chefe-adjunta de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Roraima, Maristela Xaud; o chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia, Carlos Eduardo D’Alencar; a vice-prefeita de Bonfim, Lisete Spies; e o Superintendente Federal de Desenvolvimento Agrário do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Cassiano Flauzino. O evento teve como objetivo fortalecer a cultura do caju no estado, difundir conhecimentos técnicos e apresentar inovações voltadas à produção e ao beneficiamento do fruto na região. A programação teve início às 8h30 com recepção dos participantes, seguida por palestras conduzidas por pesquisadores da Embrapa Agroindústria Tropical e Embrapa Roraima. Foram abordados temas como os desafios da cajucultura para além da produção de castanha, as principais doenças do cajueiro-anão e seus impactos na produtividade, além de técnicas de pós-colheita e industrialização do caju. O pesquisador Marlon Martins abriu a programação com o tema “Doenças do cajueiro-anão: impacto na produção de castanhas e pedúnculos”, trazendo informações sobre as principais doenças que afetam a cultura e suas consequências para a produtividade. Em seguida, o pesquisador Antônio Calixto abordou o tema “Pós-colheita e industrialização do caju”, destacando alternativas para agregar valor ao produto por meio do processamento e aproveitamento integral do fruto. Encerrando o ciclo de palestras da manhã, o pesquisador Gustavo Adolfo apresentou “A cajucultura: uma cadeia com muitos desafios além da castanha”, destacando as principais dificuldades e oportunidades da cadeia produtiva do caju. No período da tarde, os participantes acompanharam uma palestra sobre os testes clonais de cajueiro desenvolvidos pela pesquisadora Cassia Pedrozo, da Embrapa Roraima, e puderam conhecer a experiência prática da Fazenda Desiderata com o cultivo de clones. O produtor Rubens Gonzalo e o responsável técnico, Elton Dias, compartilharam os resultados obtidos, os ganhos em produtividade e os desafios enfrentados no cultivo do caju em Roraima. Em seguida, foi realizada uma visita ao pomar, onde os participantes puderam conhecer as variedades de cajueiro cultivadas, esclarecer dúvidas sobre doenças e acompanhar orientações práticas de manejo em campo. O proprietário da Fazenda Desiderata, Rubens Gonzalo, destacou a importância da parceria com a Embrapa no desenvolvimento da produção de caju. “Começamos esse trabalho com o apoio técnico e as orientações dos pesquisadores da Embrapa, o que foi fundamental para que pudéssemos investir em material genético de qualidade, como o cajueiro-anão precoce, das cultivares CCP 076 e BRS 226, adquiridas diretamente de um viveiro reconhecido. Hoje colhemos os resultados, tanto em produtividade quanto na qualidade do nosso produto. Além disso, o Dia de Campo é uma oportunidade para unir esforços e buscar apoio governamental para expandir nossa produção, porque temos capacidade para crescer ainda mais”, ressaltou. Durante o evento, o pesquisador e chefe-geral da Embrapa Agroindústria Tropical, Gustavo Adolfo, destacou a parceria com a Embrapa Roraima e a importância da adoção de tecnologias para fortalecer a cajucultura no estado. Segundo ele, o cultivo extrativista, com árvores espaçadas e sem padrão genético, resulta em baixa produtividade e renda instável para o produtor. “Com o trabalho conjunto entre as duas unidades, estamos levando sistemas de produção e tecnologias que permitem a transição do extrativismo para uma fruticultura estruturada e sustentável em Roraima”, afirmou.