Lançada em abril de 2024 pela Embrapa, a Plataforma Ater+ Digital, disponibiliza conteúdos, como vídeos, áudios, web stories, cartilhas, infográficos, cursos e aplicativos para atividades remotas ou presenciais, e outros conteúdos, organizados até o momento, em 17 hubs virtuais, destinados a orientar o trabalho de agentes de extensão rural. O objetivo principal da Ater+ Digital é fornecer informações relevantes sobre as principais culturas alimentares para toda a sociedade, especialmente para o setor agrícola. Essas informações estão nos repositórios dos hubs virtuais focados em cadeias agrícolas ou temas transversais. Traz informações relevantes sobre cadeias agropecuárias e temas transversais para apoiar, de forma on-line, serviços de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater). Com a disponibilização dos conteúdos em formato digital, a expectativa é favorecer a interação de instituições de pesquisa e Ater brasileiras com os técnicos e produtores rurais, além de contribuir para as políticas públicas voltadas para a extensão rural. Segundo os desenvolvedores, ela supre um gargalo de produção de conteúdo para rápido compartilhamento com os agricultores, trazendo diferentes formatos que permitem atendimentos técnicos adaptados para a realidade de cada produtor. Além disso, “atende à demanda de oferecer conteúdos técnicos e ferramentas digitais, de maneira organizada e agregada, validados por equipes especializadas”, destaca o pesquisador da Embrapa Meio Ambiente Luciano Nass, um dos coordenadores da Ater+ Digital. O pesquisador é também um dos integrantes do Grupo de Trabalho que desenvolveu os conteúdos para a plataforma e foi responsável pelo lançamento da Ater+ Digital e pelo desenho de uma proposta para governança da plataforma. A Embrapa Meio Ambiente desenvolveu três hubs: Mudanças Climáticas, Sistemas Agroflorestais, e mais recentemente Sistemas Agrícolas Tradicionais (SATs), dos quais também participa. Parcerias A construção dos primeiros hubs temáticos da Ater+ Digital em 2024 envolveu a participação de equipes de várias Unidades da Embrapa. A Plataforma é resultado de uma parceria entre Mapa, MDA, Embrapa, com recursos do BID e do IICA. Além destas instituições, a Ater+ Digital conta também com a participação da Associação Brasileira das Entidades de Assistência Técnica e Extensão Rural, Pesquisa Agropecuária e Regularização Fundiária (Asbraer), da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater) e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). A plataforma apresenta como principais novidades a oferta contínua de informações, cursos, materiais educativos, links para outros sites e a realização de atividades informativas como webinars e lives. “Eles ampliam a abrangência das ações de Ater ao disponibilizar conhecimento de forma virtual, identificar demandas e criar espaços virtuais de interação, aprendizagem e trabalho em rede. Além disso, a plataforma divulga novidades e tecnologias do setor agropecuário em cada um dos temas escolhidos”, salienta o pesquisador Luciano Nass. Conheça os hubs da Embrapa Meio Ambiente No hub Mudanças Climáticas, além de explicações com conceitos sobre o tema, estão reunidas informações sobre os impactos diretos e indiretos das mudanças climáticas na agropecuária, políticas públicas e boas práticas para reduzir suas consequências, incluindo alternativas de mitigação e adaptação na agricultura familiar. Tem disponíveis vários cursos EaD, dentre eles: Recuperação de pastagens degradadas e Tecnologias para Agricultura de Baixo Carbono. Além disso, disponibiliza vários vídeos explicativos sobre mudanças climáticas e os efeitos na agricultura, o clima e a segurança alimentar. “Um grande desafio no desenvolvimento dos hubs, pela nossa equipe, foi como apresentar dados científicos em uma linguagem simples e palatável ao público-alvo. Além de servir de apoio aos extensionistas e produtores, acreditamos que os conteúdos disponibilizados pelos hubs podem ser muito úteis aos jovens rurais, que em breve, serão os responsáveis pela condução das atividades agropecuárias no país”, destaca Luciano. Saiba mais em: https://www.atermaisdigital.cnptia.embrapa.br/web/mudancas-climaticas Sistemas Agroflorestais (SAFs) é outro hub administrado pela Embrapa Meio Ambiente e traz conteúdos sobre princípios de um Sistema Agroflorestal Agroecológico (SAF), transição agroecológica, práticas de implantação e diferentes manejos de um SAF agroecológico, principais aspectos econômicos, entre outros. Formatado nos mesmos moldes do hub anterior, o SAF contém vídeos sobre A agrofloresta e seus princípios agroecológicos e Trocas de saberes e construção participativa de conhecimento na agrofloresta, além de um exemplo de SAF bem-sucedido em Cananéia, SP – Diversidade e Agregação de Valor em Agrofloresta no Sítio Bela Vista. Também disponibiliza diversos cursos EaD, dentre eles: Sistemas Agroflorestais Agroecológicos na Mata Atlântica e Sistemas Agroflorestais para pequenas propriedades do semiárido brasileiro. Saiba mais em: https://www.atermaisdigital.cnptia.embrapa.br/web/saf Já no hub Sistemas Agrícolas Tradicionais (SATs) foram reunidos importantes conteúdos sobre temas como soberania alimentar, manejo da agrobiodiversidade, conservação de recursos genéticos, turismo de base comunitária, valorização de produtos da sociobiodiversidade, além de aspectos econômicos, sociais e culturais dos SATs. Referem-se a práticas agrícolas que são transmitidas de geração em geração. Esses sistemas são frequentemente adaptados às condições locais, ao clima e aos recursos disponíveis. Trata-se de parte do patrimônio cultural imaterial brasileiro e constituem a essência dos modos de vida das comunidades tradicionais. De acordo com Nass, “o hub SATs reúne informações sobre as atividades realizadas pelos povos tradicionais e que, certamente, terão enorme contribuição para os extensionistas que já trabalham ou pretendem trabalhar com essas comunidades. Além disso, ressalta a importância que essas comunidades apresentam em termos de sustentabilidade econômica, social e ambiental”, enfatiza ele. No SATs estão disponíveis atualmente oito cursos, dentre eles os de Bioeconomia para sociobiodiversidade, em cada um dos biomas Cerrado, Caatinga e Amazônia, e outros como Ferramentas Participativas e Agroecológicas para Conservação e Multiplicação de Sementes Crioulas e Semeando Florestas em Terras Indígenas, além de cursos destinados a boleiras de Alagoas. Os sistemas agrícolas tradicionais podem variar significativamente de uma região para outra, refletindo as tradições culturais, os recursos naturais e as condições climáticas específicas de cada local. Esses sistemas muitas vezes destacam a importância da sustentabilidade a longo prazo e da preservação do meio ambiente. As atividades da Ater+ Digital unem experiências e dinâmicas de trabalho junto aos povos e comunidades tradicionais. No Brasil, atualmente são reconhecidas 28 populações tradicionais, mas no hub o foco principal são os SATs praticados pelos povos indígenas, quilombolas e caiçaras. Saiba mais em: https://www.atermaisdigital.cnptia.embrapa.br/web/sistemas-agricolas-tradicionais Ciclo de Palestras No próximo dia 28 de maio, às 9h no canal O Extensionista, haverá a continuidade do ciclo de palestras “Diálogos em Ater Digital: semeando propostas, compartilhando saberes”. Nesta edição será realizada a palestra "Plataforma Ater+ Digital: Hubs desenvolvidos pela Embrapa Meio Ambiente", com o pesquisador da Embrapa Meio Ambiente Luciano Nass. Participe neste link: https://www.youtube.com/watch? v=yQv2jjMIJcQ