O pesquisador faleceu na quinta-feira, 24/7. Um profissional com perfil agregador, que dedicou sua capacidade técnica, talento e generosidade ao desenvolvimento agropecuário do Amapá. Essa definição resume as descrições dos colegas que conviveram durante décadas com o pesquisador aposentado e ex-chefe da Embrapa Amapá, Luiz Alberto Freitas Pereira, falecido aos 78 anos, na última quinta-feira, 24/7, na cidade de Belém (PA), em decorrência de tratamento renal. O sepultamento foi realizado em Inhangapi (PA), sua cidade natal. Luiz Alberto deixa esposa, filhos e netos. O Colegiado de Gestão declara luto oficial na Embrapa Amapá pelo período de três dias, contado da data de publicação deste comunicado, em sinal de pesar pelo falecimento do colega pesquisador. O expediente segue normal. Luiz Alberto era graduado em Engenharia Agronômica pela então Escola de Agronomia da Amazônia (FCAP), atual Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), sediada em Belém. Ao longo dos seus 32 anos dedicados à Embrapa, de 1974 a 2006, ele atuou em diversos projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação, e de transferência de tecnologias, com destaque para seringueiras e experimentos de culturas agrícolas como arroz, algodão e mandioca. Luiz Alberto iniciou sua trajetória profissional no estado do Pará e, posteriormente, na década de 1980, foi pioneiro na instalação da Unidade de Execução de Pesquisa de Âmbito Territorial de Macapá (Uepat). Dedicou-se em fortalecer parcerias e conquistou muitos amigos e admiradores, deixando saudades e um imenso legado. Com uma trajetória de sucesso na Embrapa, Luiz Alberto era conhecido pela habilidade de gestor. Exerceu cargos em várias outras instituições do Amapá. Foi diretor-presidente da Aster Amapá, órgão que antecedeu o Instituto Estadual de Extensão, Assistência e Desenvolvimento Rural do Amapá (Rurap); chefe-geral da Uepat, antecessora da Embrapa Amapá; secretário de Estado da Agricultura do Amapá; presidente da Associação dos Engenheiros Agrônomos do Estado do Amapá; presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea Amapá); e Conselheiro Federal de Engenharia e Agronomia junto ao (Confea). Lembranças entre tristeza e gratidão Empregados da Embrapa que conviveram com Luiz Alberto expressaram suas lembranças, entremeadas de tristeza, carinho e gratidão. O pesquisador Rogério Alves, integrante da leva de jovens pesquisadores que migraram de vários estados do Brasil para se fixarem no Amapá, recém-contratados do concurso de 1985, recorda que “Luiz Foi um chefe muito humano e se preocupou com o desenvolvimento da equipe que ele havia contratado”. Alves explica que aqueles jovens mal conheciam o Amapá, e uma atitude importante do chefe Luiz Alberto foi encaminhá-los para conhecer in loco o então território – que em poucos anos ganharia status de Estado - a fim de obter melhor embasamento para elaborar e executar projetos de pesquisa para desafios verificados durante as visitas técnicas pelo interior do Amapá. “Então ele foi um cara fundamental no desenvolvimento dessa unidade (Embrapa Amapá”). Luiz foi um camarada amigo e brigava pelos seus amigos. Deixa um legado grande, não só na sociedade amapaense como no coração da gente que com ele conviveu”, recordou o colega e amigo. A analista Maria das Graças Pimentel, do Setor de Gestão de Pessoas (SGP), entre as muitas recordações dos anos que atuaram na Embrapa, sintetizou que “Castanhal” – como Luiz também era conhecido devido ter nascido nesta cidade do Pará – foi um embrapiano que sempre desempenhou suas funções com garra e sabedoria. Um Chefe acolhedor Também contemporâneo de Luiz Alberto, o analista Antônio Carlos Pereira Goés, destacou que o colega, enquanto “um dos pilares na fundação da Embrapa no Amapá em 1980, desempenhando um papel importante como pesquisador e chefe-geral da Unidade”, deixa um legado de visão e trabalho incansável que foram fundamentais para o estabelecimento e o crescimento da instituição, contribuindo significativamente para o avanço da pesquisa agropecuária na região. “Luiz Alberto será lembrado não apenas por suas realizações profissionais, mas também por seu caráter exemplar, sua generosidade e seu espírito colaborativo. Sua ausência será profundamente sentida por amigos, familiares, colegas de trabalho e por todos que foram impactados por sua valiosa contribuição para o Amapá", afirmou Antônio Carlos. O pesquisador Antonio Claudio Almeida de Carvalho, atual chefe-adjunto de Transferência de Tecnologias da Embrapa Amapá, também dispõe de um vasto arquivo de memórias da convivência com Luiz Alberto. Assim como Rogério Alves, Carvalho ingressou na Embrapa na época em que Luiz Alberto exercia a função de chefe-geral. “Ele foi a base da atual Embrapa Amapá. Sua simpatia e visão semearam o que somos hoje e forjou o DNA do organismo de pesquisa que reúne um grupo de muito talento, com os mais nobres títulos, mas que têm a simplicidade e a humildade como maiores atributos. A isso devemos muito ao nosso colega embrapiano Luiz Alberto, que hoje repousa nos braços de Deus”. A pesquisadora Valeria Bezerra destacou a atitude de acolhimento de Luiz Alberto, seu primeiro Chefe do primeiro emprego. “Mesmo antes de ser contratada como pesquisadora da Uepat Macapá, fez contato para me dar os parabéns e as boas-vindas, o que fez a diferença para quem ia sair do Rio de Janeiro para morar no Amapá, sem conhecer ninguém”. Desta forma, ela está triste e saudosa com sua partida, mas também com grande sentimento de gratidão. “Que bom que tive a oportunidade de agradecer tudo que ele fez de bom pra mim, a amizade, a convivência e o respeito, ainda em vida. Vá em paz, meu amigo. Descanse, pois a batalha foi grande”. Nosso eterno reconhecimento Todos da Embrapa Amapá estendemos nossas condolências à família e aos amigos de Luiz Alberto. Que sua memória inspire a continuidade do trabalho em prol do desenvolvimento e da inovação em nosso estado. Nosso reconhecimento, respeito e gratidão à memória do estimado Luiz Alberto Freitas Pereira. Deixamos um abraço fraterno à esposa e filhos, e a todos os familiares e amigos.